39. Liberdade

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    Uma semana depois.

    Barulho.

    Os sons de vozes atormentam a minha cabeça.

    Quero gritar.

    Quero que todos calem a boca por um minuto, apenas para que eu consiga ter um pouco de paz.

    Olho ao redor. Tudo parece em câmera lenta.

    Jurados discutindo de um lado, policiais e seguranças do outro, detendo jornalistas enxeridos que querem a todo custo entrar no tribunal, pessoas que estão acompanhando o julgamento desde o início sentadas nos bancos esperando a sessão começar e cochichando entre elas.

    Tudo me sufoca. Como se eu estivesse dentro de uma maldita bolha.

    Alguém senta ao meu lado. Dylan.

    — Desculpe o atraso. Aqueles repórteres idiotas quase não me deixam entrar. — Bufa e passa as mãos nos cabelos, parecendo irritado.

    — Pensei que não viria.

    — Já perdi dias demais desse julgamento. Não vou perder mais um. Você está bem? — Suspiro em resposta. — Desculpa, essa pergunta soa bem idiota agora.

    — Tudo bem, eu... só estou tentando digerir tudo. Não é todo dia que descubro que meu amigo de tanto tempo é um assassino.

    — Sinto muito, Lizz. — Comprime os lábios e sorrio fracamente.

    Ouço o baque do martelo e me endireito no banco. Vejo Preston aparecer e se sentar ao meu lado junto a Angel e Hailey. O silêncio que eu tanto esperava se inicia por alguns instantes, logo sendo interrompido pelo juiz:

    — Devido às circunstâncias ocorridas com Lizzie Ryan Conway recentemente, esse julgamento trouxe proporções alteradas de última hora, modificando o destino da réu diante desse tribunal. Na última sessão foi intercedido pela advogada Audrey Conway, o adiantamento do testemunho da réu devido a uma última testemunha que faltava. No entanto, nos últimos dias houve o descobrimento do ato criminoso do real assassino de Tyson Kohen. Por favor, tragam o detento Aidan Welsh Banks.

    Uma porta no canto inferior direito é aberta, revelando dois guardas que guiam Aidan em direção ao pódio de testemunhas. Engulo em seco.

     Ele está vestido com um macacão laranja com as mãos algemadas em frente ao corpo, assim como seus pés. O garoto olha para mim, os olhos fundos e cheio de olheiras, com os cabelos loiros caídos na testa. Cravo as unhas na palma da minha mão, nervosa.

    Sinto os dedos de Riley tocar na minha coxa e apertá-la de leve, desviando minha atenção do loiro.

    — Tá tudo bem. — Sussurra no meu ouvido e beija meus cabelos, na tentativa de me acalmar.

    — Jura dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade diante do juiz e todos aqui presente? — O oficial da polícia questiona para Aidan que está sentado no banco das testemunhas para ser interrogado.

    — Juro.

    — Audrey Conway. Pode começar.

    — Obrigada, meritíssimo.

    A loira está há um banco a nossa frente e caminha até a tribuna, parando em frente a Aidan.

    — Sr.Banks... sabe por que está aqui?

    — Sim, sei.

    — Pode nos dizer claramente o porquê está aqui?

    O loiro levanta os olhos para Audrey, com a mandíbula trincada e com cara de poucos amigos.

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