34. Notícias

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    Meus olhos ardem.

    Pisco lentamente, olhando para o chão de linóleo à minha frente. Estou sentada no chão gelado do corredor vazio do hospital, esperando por alguma notícia de Dylan.

    Meus braços apoiados em meu joelho dobrado, me dá a visão das minhas mãos sujas de sangue, assim como minha blusa justa, antes branca.

    Meu rosto está inchado e grudento de tanto chorar, assim como meus cabelos caídos e embaraçados em minhas bochechas.

    Minhas têmporas latejam sem parar, mas não me importo. Continuo na mesma posição, sem me importar com quem passava de vez em quando por mim. Eu só queria notícias dele. Notícias do Dylan.

    Ergo meus olhos lentamente ao constar uma sombra pairar diante de mim.

    — Não te vi comer nada hoje. Talvez isso ajude. — Hailey estende um copo de café para mim, que provavelmente pegou em alguma máquina espalhada no hospital.

    Pego o copo.

    — Obrigada. — Murmuro, dando um gole na bebida.

    A ruiva se acomoda ao meu lado, esquentando as mãos no seu próprio copo.

    — As cadeiras estão ali. — Indico os bancos da recepção há alguns metros de nós com o queixo.

    Ela chacoalha os ombros.

    — Quero ficar do seu lado. Alguma notícia dele?

    Nego com a cabeça, voltando a olhar para o chão a minha frente.

    — Ainda não. Por que estão demorando tanto? — Questiono, voltando para Hailey.

    — Eu não sei. Mas não se preocupa tá? Ele vai ficar bem.

    — Não tenho tanta certeza.

    — Por que diz isso?

    Balanço a cabeça.

    — Você não viu Hailey. Não viu a maneira que ele sorriu para mim como se... como se fosse a última vez que faria aquilo. Não viu a maneira que ele desfaleceu nos meus braços. — Meu queixo treme e meus olhos marejam. Olho para o meu copo de café. — Foi como se nada mais importasse além de mim ali, com ele. — Seco rapidamente a lágrima que escapa de um dos meus olhos.

    — Ei... — Toca no meu joelho. Olho para ela. — Sei que o ama e está com medo. Mas pensar no pior não vai ajudar em nada.

    — Eu sei eu só... — Olho para cima, mordendo os lábios com força, me concentrando em não deixar as lágrimas escaparem de novo dos meus olhos. — Eu já perdi gente demais, Jenkins. Pessoas que eu amava mais que tudo. Dylan é a única coisa que tenho agora além de você e o Preston. Não posso perdê-lo também. Não posso... — Sussurro.

     — Não vai Lizz. Olha para mim. — Segura a lateral do meu rosto. — Garanto que ele ficará bem. Mas se por um acaso não ficar... — Seu olhar vacila, mas logo ela se recompõe, dando um sorriso. — Ainda vou estar aqui. OK?

     Eu não queria pensar nessa possibilidade de Dylan não ficar bem. Ele precisa ficar bem.

    Mesmo assim assinto para a ruiva, com minha visão embaçando cada vez mais e ela beija o topo da minha cabeça, acariciando meus cabelos.

    — Familiares de Dylan Riley? — Um médico chama e eu ergo a cabeça, me levantando do chão apressadamente. Hailey faz o mesmo.

    — Aqui! — Ando até o homem de jaleco branco e óculos de grau. — Como ele está?

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