16. Las Vegas

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    Fazia exatamente uma hora e meia que estava no carro de Dylan em rumo a Las Vegas, com o garoto chacoalhando a cabeça levemente no ritmo da música que toca no rádio.

    Como prometido, Riley estava na velocidade que ditei desde o início, o que me foi um grande alívio por saber que o menino respeitava minha petição.

    — Já estamos chegando? Não aguento mais ficar nesse carro sem fazer nada. — Resmungo, batendo a cabeça no estofado do banco.

    — Considerando a velocidade que estou, ainda falta meia hora. Então não, não estamos chegando.

    Bufo, olhando a paisagem pela janela aberta, que faz meus cabelos voarem com o vento.

    — Por que Vegas? Não tinha outro lugar para irmos? Sei lá, algo mais perto? — Interrogo.

    — Disse uma vez que achava Las Vegas uma cidade extremamente incrível de viver. Então vou te levar até lá para ter sua própria experiência.

    — Tá bem e que horas vamos voltar?

    — Já está pensando na volta? — Arqueia as sobrancelhas, com um olhar divertido. Continuo a encara-lo. — Não sei, amanhã talvez.

    — Amanhã?! — Praticamente berro com a proposta do garoto, me desencostando do banco. — Ficou maluco Riley? Eu tenho um irmão que vai me caçar até o inferno se não me achar e se souber que foi você que me sequestrou, vai te caçar também!

    — Não estou te sequestrando, você que quis vir. Não te obriguei a nada.

    Rolo os olhos.

    — Tanto faz. E outra, se ficaremos lá até amanhã, preciso de roupas já que o senhor esperto vai me dizer apenas agora que não voltaremos hoje.

    — Eu não me preocuparia com isso se fosse você. Agora dá pra parar de fazer tantas perguntas e aproveitar o momento?

    — Que momento? — É a vez do menino revirar as próprias órbitas e aumentar o volume do som que passa Only love can hurt like this no momento. — É sério? Paloma Faith? Que garoto nostálgico. — Ironizo, dando um sorrisinho provocante.

    — Qual é, vai me dizer que não gosta ou não conhece essa música?

    — Claro que conheço.

    — Então canta comigo.

    — Não, sem chance. Não vou fazer isso. — Nego com a cabeça, colocando os braços entre minhas pernas.

    — Canta tão mal assim? — Debocha, sorrindo de canto a canto.

    Limito-me a apenas revirar os olhos e olhar para o lado de fora, ouvindo o garoto cantarolar a música em uma altura razoável. Volto para ele, que balança a cabeça animadamente no ritmo da música, batendo os dedos compridos no volante.

    Acabo por ri nasalado de sua animação e ele faz o mesmo, ainda cantando. Começo acompanhá-lo baixinho no refrão da música, batucando os dedos de leve em minhas coxas.

    Noto de soslaio que Dylan sorrir ao me vê cantar junto a ele e mal percebo quando nossas vozes se misturam na altura do som do rádio e em um tom bom o suficiente para nos fazermos cantar agora ainda mais animados, enquanto rimos da nossa própria voz quando desafinava nas partes agudas da música.

    — Minha nossa você é péssima cantando. — Dylan diz assim que a música finaliza e eu bato de leve em seu braço, o fazendo ri.

    — Não fui eu que errou a metade da letra.

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