20. Cais

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    Domingo, 01:30PM — Uma semana antes

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    Domingo, 01:30PM — Uma semana antes.

    Imóvel. É o estado que me encontro agora.

    Ver meu pai na minha frente, bêbado e risonho, faz minha cabeça ter lembranças. Lembranças nada agradáveis.

    — Não vai dizer nada? Nem me dar um abraço? — Abre os braços e dou poucos passos para trás, com um olhar vazio.

    — Não devia ter vindo aqui.

    — Por que não? Queria falar com o meu filho.

    — Eu não sou seu filho. — Digo e por um momento, vejo seu rosto vacilar. Seu sorriso desaparece gradualmente, enquanto me analisa metricamente. Engulo em seco. Eu já vi esse olhar antes.

    — O que disse? — Se aproxima devagar, com os olhos estreitados.

    Obrigo-me a não me mover quando ele está milímetros de distância de mim, com o cheiro de álcool e cigarro poluindo o ar.

    Mantenho o olhar firme no seu, que tem uma faísca de irritação se acendendo neles.

    — Repita o que disse Riley, anda. — Meu pai insiste, se aproximando ainda mais. — Repita o que você acabou de dizer na minha cara. Repita!

    — Eu não sou a porra do seu filho! — cuspo as palavras em um grito estridente e em resposta sinto meu rosto virar para o lado com grosseria, me fazendo cambalear para o lado.

    Minha mandíbula lateja e o gosto metálico invade minha boca. Antes que eu consiga reagir, Charles me puxa pelos ombros e me joga na parede ao nosso lado, fazendo meu rosto se chocar contra ela duramente. O mesmo me segura forte pelo queixo, me forçando a encará-lo.

    — Diz isso mais uma vez se tem coragem, Riley. Anda! Diz! — Soca meu rosto mais uma vez e sinto minha cabeça girar, junto ao gosto do sangue escorrendo da minha boca.

    Ele agarra meu pescoço e me suspende no ar com ambas as mãos, limitando minha respiração.

    Debato minhas pernas tentando escapar do aperto depositado na minha garganta e sinto meu rosto quente e formigando, assim como minhas pálpebras que estão pesadas e prestes a se fecharem por falta de ar.

    Minha visão embaça e tudo que vejo é o rosto desfigurado do meu pai a minha frente, cuspindo ferozmente contra meu rosto enquanto braveja as palavras que agora estão abafadas e distantes.

    Ei! O que está fazendo?! — Consigo ouvir de longe uma voz fina e aparentemente assustada, mas não consigo ver de quem se tratava. — Solta ele caralho! Qual o seu problema? — Diz o logo o homem é puxado para longe de mim e suas mãos são afastadas do meu pescoço, trazendo o ar de volta para os meus pulmões.

     Sinto meu corpo colidir contra o chão duro da varanda e me viro para o lado, tossindo algumas vezes, em busca de fôlego. 

Há uma movimentação nos últimos degraus do alpendre e com dificuldade, constato a tal pessoa empurrar Charles para longe enquanto braveja algo que não consigo entender a ele.

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