Runaway {Jungkook} +18

47 - Empathy

"Houve um dia em que você pediu pra que eu confiasse em você
Foi um esforço grande aceitar a sua generosidade
E me conhecer o suficiente pra deixar você me ajudar
Mas obrigado por me enxergar
Me sinto muito menos solitário
Obrigado por estar aqui por mim
Eu me curei com a sua empatia
E me sinto muito menos solitário agora"

Empathy - Alanis Morissette

🌺🐝

Acordei com calor. Abri os olhos devagar e percebi que ainda era noite lá fora. Tateei a mesa de cabeceira atrás do meu celular, mas não consegui encontrá-lo.

Olhei para o lado e vi o semblante de Jungkook imerso em um sono profundo, calmo e tranquilo, longe do sofrimento da vida real. Deus, como eu queria que ele pudesse viver essa tranquilidade também quando estava acordado. Seus olhos estavam inchados e suas bochechas vermelhas pelo choro da noite anterior.

Senti uma gota de suor escorrer por minha testa e tirei a coberta de cima de mim. E logo assim que me descobri, senti frio. Franzi o cenho em um semblante confuso.

Estava frio fora das cobertas? Então ali dentro deveria estar aconchegante, não quente como o inferno.

A não ser que...

Levei a mão ao rosto de Jungkook, realizando o que estava acontecendo. As bochechas vermelhas não eram do choro.

Ele estava ardendo em febre.

Levantei devagar, com cuidado para não acordá-lo, e peguei um comprimido para febre na caixinha de medicamentos que guardava dentro do meu armário. Peguei também a garrafinha de água que eu sempre deixava na mesa de cabeceira, checando se ainda tinha algum líquido ali dentro, e percebi que estava cheia e fresca. Sorri fechado ao constatar que isso só poderia ser obra de Naeri.

Coloquei a garrafa de volta na mesinha e depositei o comprimido ao seu lado, subindo na parte da cama que antes eu deitava e me aproximando de Jungkook.

- Baby... - Eu disse, passando a mão em seu rosto. - Acorda, baby. Você precisa tomar um remédio. - Ele se mexeu e gemeu de desconforto. A febre devia estar fazendo-o se sentir mal, e meu coração apertou ainda mais naquele momento. - Vem, levanta. Não precisa nem abrir os olhos. - Peguei em suas mãos e o ajudei a levantar. Quando ele conseguiu se sentar de forma estável, peguei na mesinha o comprimido e a água. - Abre a boca.

Tentei dizer na voz mais gentil que poderia, e ele me obedeceu como um bichinho adestrado. Coloquei o comprimido em sua língua e encostei o gargalo da garrafa em sua boca, inclinando até que ele sorvesse o líquido e o engolisse.

Deixei de lado a garrafa e o ajudei a se deitar novamente, o cobrindo e acariciando seus cabelos. Quando percebi que ele estava imerso em seu sono outra vez, me levantei e fui até o banheiro procurar nossas roupas sujas da noite anterior, mas entrei apenas para ver o cômodo vazio. Saí do quarto com cuidado para não fazer barulho e fui em direção à área de serviço ver se Naeri tinha recolhido as roupas e deixado lá, e percebi que ela não só recolheu como as lavou e já estavam estendidas no varal. Naeri era mesmo um anjo na minha vida.

Sorri fechado e voltei para a cozinha, indo até a geladeira e pegando uma garrafa de água com gás. As bolhinhas me traziam uma sensação de conforto quando eu me sentia ansiosa ou sobrecarregada. Ou os dois ao mesmo tempo.

Enchi a boca com o líquido e apoiei as mãos na bancada, fechando os olhos e deixando a água repousar ali enquanto as bolhinhas estouravam em minha língua, bochechas e gengiva, me fazendo focar apenas naquela sensação e esquecer de todo o mundo ao meu redor. Fazendo meu coração acalmar as batidas frenéticas que eu nem tinha percebido que ele estava dando.