Runaway {Jungkook} +18

12 - Mikrokosmos

"Aqui é onde as pessoas são leves, onde são estrelas
Neste lugar as pessoas são luzes
Brilhe, sonhe, sorria
Vamos acender a noite
Nos brilhado exatamente como somos"

Mikrokosmos - BTS

🌺🐝

- BURRA, SE-RI! - a voz estridente de Naeri ecoou em meu apartamento, enquanto eu estava sentada de pernas cruzadas no sofá e ela andava de um lado pro outro da minha sala, descontando toda sua indignação em mim. - É isso que você é! Burra, trouxa, palhaça, ridícula, SURTADA!

Eu fui completamente ingênua de achar que conseguiria descansar o sábado inteiro quando eu tinha um carrapatinho curioso chamado Naeri, que estava se coçando há dias pra saber com quem (e agora como) tinha sido meu encontro.

Às 18h em ponto ela tocou minha campainha, dizendo que, independente da hora que eu tivesse ido dormir, já tinha dado tempo de me recuperar e eu podia começar a falar.

Mas a história que ela recebeu foi muito diferente do que ela esperava, e ela estava me deixando ciente disso com muitos decibéis de altura.

- Como, me fala, COMO você ia ser beijada por JEON JUNGKOOK e simplesmente MANDOU ELE PARAR? - Ela parou pra me encarar, passando a mão no rosto e soltando um som de frustração logo em seguida. - Sinceramente... eu quero dar na sua cara.

Então ela se virou em minha direção e realmente veio pra cima de mim. Deixei escapar um grito de susto e me encolhi no sofá, escondendo a cabeça entre meu braços.

- COMO - Tapa na minha cabeça. - VOCÊ - Tapa no meu braço. - TEVE - Tapa na minha bunda. - CORAGEM? - Tapa na minha coxa.

- NAE, PARA DE ME BATER! - Eu disse com a voz abafada pelo rosto que estava afundado no sofá. - Se você prometer que vai me ouvir SEM ME AGREDIR eu te explico.

O apartamento ficou em silêncio por alguns segundos, então espiei por cima do braço pra olhar para Naeri. Não a vi no meu campo de visão, então levantei um pouco mais, e Naeri simplesmente não estava mais na sala. Levantei a cabeça e comecei a levantar meu corpo procurando por ela, quando uma almofada me atingiu em cheio na lateral da cabeça, me fazendo perder o equilíbrio e cair no chão.

- Agora sim eu tô satisfeita de agressão. - Naeri disse de trás do sofá onde eu estava anteriormente, andando até se sentar numa poltrona de frente pra mim. - Desembucha, pode começar a contar. O que deu na tua cabeça pra negar uma benção dessa?

Peguei a almofada que tinha servido como arma pra Naeri, abraçando a mesma enquanto esfregava meu bumbum na parte que bateu no chão e me aconchegava ali mesmo. Falar de meus gatilhos e bloqueios sempre era muito complicado pra mim, e Naeri sabia disso. Pelo menos com isso ela era paciente.

- Eu só... não consegui, Nae. A primeira vez que eu achei que ele ia me beijar eu não me mexi, eu não fugi, eu não recuei. E eu não sei por que, mas eu me senti até confortável com a ideia. Mas ele não me beijou, se virou e correu pro lago, e...

- Peraí - Naeri me interrompeu - Você tá me dizendo que a primeira vez que você achou que ele ia te beijar foi no lago?

- Sim, ué. - eu disse, com o semblante confuso.

- Meu Deus Se-ri, você entrou na fila da lerdeza dez vezes. - Ela disse, apoiando a testa nos dedos da mão. - Tão esperta pra trabalho e tão tapada pro amor. Até eu, que nem estava lá, saquei que ele queria ter te beijado muito antes disso.