Runaway {Jungkook} +18

65 - I promise I'll never leave you, love

"Eu não tenho certeza desde quando
Mas eu também passei a querer
Te contar todas as minhas histórias"

With you - Park Jimin e Ha Sungwoon

🌺🐝

JK POV

Eu sabia que tinha algo de errado. Eu saí do hotel com o coração apertado e a certeza de que não estava tudo bem, e talvez não fosse ficar.

Eu vi o olhar de Se-ri. Vi como ela ficou abalada. Vi como ela precisava de companhia, mas abriu mão da minha em prol do meu bem estar.

Era um caminho de apenas 15 minutos até a casa dos meus pais, mas o tempo todo eu fui querendo voltar. Algo dentro de mim gritava pra que eu não a deixasse sozinha lá. Pra que eu voltasse e ficasse ao lado dela. Mas ela tinha me dito pra vir, e eu não queria invalidar sua opinião. Estava confiando na afirmação dela de que estava tudo bem. Confiando na promessa de que, se precisasse de mim, me ligaria.

Estacionei em frente à casa deles e entrei com urgência, fugindo de qualquer pessoa que pudesse me ver. Tirei o casaco e abracei meus pais e meu irmão, matando a saudade que estava deles.

- Aigoo, você fez mais tatuagens? - Minha mãe protestou quando levantei a manga da camisa até o antebraço.

- Sim, omma*¹. E ainda vou fazer mais depois, esse braço vai ficar todinho fechado.

Ela saiu em direção à cozinha reclamando do jeitinho que só minha omma fazia e appa*² ia atrás dela, tentando convencê-la de que tatuagens eram bem aceitas na sociedade moderna. Sorri diante daquela cena. Nada nunca mudava.

- Você ainda vai matar ela do coração, Kook. - A voz de meu irmão soou ao meu lado e sorri contido diante de sua fala. Mas sua próxima pergunta me surpreendeu. - O que rolou?

- O que? - Olhei para ele, que me encarava com um olhar preocupado. - Como assim?

- Você tá diferente. Tá calado, mas ao mesmo tempo inquieto, e deu pra perceber isso so por essa risada esquisita que você deu agora. O que tá te tirando a paz?

Cacete. Eu tinha esquecido como o meu irmão me conhecia bem.

E eu não tinha coragem de mentir pra ele. Não depois da promessa que fizemos quando ele se recuperou de sua última overdose. Mas Namjoon tinha sido claro quando me proibiu de contar para qualquer pessoa.

Eu claramente não me importei muito com essa proibição, já que tentei trazer Se-ri para conhecer meus pais. Mas ela se negou a vir, e diante dessa situação eu me questionei se não seria mesmo melhor obedecer o decreto de Namjoon.

- Eu... Aish hyung, é complicado. Eu não deveria falar, é algo que fere a política de sigilo da empresa.

Ele assentiu, em silêncio. E então falou baixo, mas firme e decidido.

- Kook... Não quero tentar te convencer de nada, e se você não quiser falar, eu vou entender e respeitar. Mas nós somos sua família. Se nós não pudermos estar aqui por você e te apoiar nos momentos difíceis, quem vai? Qual o sentido da nossa ligação se não podemos usufruir dela?

Merda.

Ele tinha razão. Tinha muita razão. E eu sabia que, de todas as pessoas, ele ia me entender e me ajudar.

Respirei fundo, assenti e tomei coragem para começar.

- Eu conheci alguém, Hyung. Já tem alguns meses agora. Relutamos muito pra ficarmos juntos porque achávamos que não ia dar certo, por conta de contrato, empresa, tempo, traumas e etc, etc, etc. - Ele assentiu e eu continuei. - Mas chegou uma hora que ficou insuportável. A gente simplesmente não conseguia mais esconder ou resistir um ao outro. E naquele dia do jantar com aquela mulher louca, que eu estava extremamente vulnerável, ela cuidou de mim. Me levou pra casa dela quando eu fisse que nao queria ir pra casa, depois me levou pra Ansan, pra um lugar isolado que me ajudou a me estabilizar novamente.