Runaway {Jungkook} +18

84 - Why so serious?

"Que tipo de pessoa eu sou?
Eu sou uma boa pessoa?
Ou, se não, uma pessoa má?
As formas de avaliar são muitas
Eu também sou só uma pessoa"

People - Agust D

🌺🐝

No dia seguinte à tatuagem eu precisei trabalhar presencial na empresa.

Nós, da assessoria, não precisavamos estar lá todos os dias. Nossos horários não eram definidos porque, se surgisse algum problema no meio da madrugada, deveríamos agir. Então Minji nos deixava com os horários bem livres, com folgas quando estava tudo sob controle e de vez em quando até trabalhando de casa mesmo.

Mas naquele dia tínhamos um problema.

No dia anterior Taehyung tinha ido ao museu com uma família de amigos. Um casal e a filha deles, que era aproximadamente da idade dele. Eles tomaram todos os cuidados de ir após o horário de fechamento do museu, tomaram cuidado no deslocamento e tudo mais que seria possível. Mas ainda assim algum infeliz que estava lá dentro tirou uma foto dele conversando com a menina e vazou a imagem, criando rumores de que ela seria uma namorada secreta dele.

A partir dali, o pandemônio se instalou.

Yuna me ligou às duas da manhã dizendo para correr pro escritório, que eu teria que trabalhar junto com ela e a equipe de advogados para entrar com as medidas legais cabíveis ao caso.

Já eram quase dez da manhã e eu estava exausta. Mal tinha dormido, mas continuava tentando derrubar todos os servidores que espalhavam a foto e os falsos rumores, enviando para os advogados essas contas e as contas que estavam espalhando hate, tanto por Taehyung quanto pela menina. Os advogados estavam tendo tanto trabalho quanto nós aquele dia.

No meio desse processo de buscar, pesquisar, derrubar, notificar, salvar e enviar, meu telefone tocou. Aceitei a ligação e coloquei no viva voz.

- Oi, Tae. - Disse olhando para a tela do computador.

- PUTA QUE PARIU, SE-RI! EU VOU MATAR O INFELIZ QUE FEZ ISSO!

Arregalei os olhos e me embolei toda tentando tirar o telefone do viva voz enquanto Yuna me olhava de cara feia.

- Pelo amor de Deus, Taehyung, calma.

- CALMA? COMO VOCÊ QUER QUE EU TENHA CALMA? Eu só fui num museu, Se-ri. Na porra de um museu com uma família de amigos, e agora a cara da filha deles tá em todas as redes sociais e ela tá recebendo até ameaças de morte. AMEAÇAS DE MORTE! Você tem noção da gravidade? Do nível de maldade?

- Claro que tenho, eu tô coletando provas agora mesmo pra gente entrar com medidas legais contra essas pessoas.

- Porra, eu não me conformo com isso. Que inferno! Eu só tentei ter um dia normal na vida, fazer um programa normal com pessoas que eu gosto. - Ouvi sua voz embargar e ele fez silêncio por alguns segundos. Quando voltou a falar, meu coração partiu. - Às vezes eu odeio essa vida, Hoobae. Às vezes eu me sinto como se fosse amaldiçoado, como se não pudesse participar da vida de ninguém sem destruir ou ameaçar a existência daquela pessoa. Eu tô me sentindo tão culpado agora por ter aceitado o convite deles. Tão culpado. Se não fosse por mim ela continuaria anônima e em segurança.

Meus próprios olhos quase encheram d'água com seu desabafo. Associei com as coisas horríveis que eu tinha lido até ali e meu coração apertou mais ainda.

Parei de digitar e me encostei na cadeira, tentando me estabilizar para ser suporte para ele.

- Tae, por favor... Não fala assim. Isso não é culpa sua.