Capítulo 3

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Após a algazarra acabar e eu descobrir que meu pai estava gravando tudo para postar nas redes sociais dele. Eu fiz o mesmo começar a faxina sozinho. Enquanto Fuyumi toma o café que acabei de preparar.

— Quando foi que você chegou, em? — Questiono finalmente finalizando a torta.

— Logo depois daquela nossa conversinha. — Meu pai responde minha pergunta. Se refere ao que falamos sobre a família dela. — Eu deixei ela perto da clínica e fui comprar as coisas. Isso demorou um pouquinho. Deixei tudo na lavanderia quando cheguei e quando a Fuy-san chegou eu abri a porta para ela e trouxe as coisas com as penas. Você não notou nadinha. — Zomba e bagunça meu cabelo.

— Você é mais infantil do que eu... que ótimo pai...

— Você fala isso, mas adora ter um pai tão jovial como eu. — Passa os dedos em meio os fios loiros, como se quisesse jogar o cabelo para trás. Apenas fazendo charme. Reviro os olhos.

— Termina de limpar esse chão logo! — Atiro raios próximo de seus pés.

— Está vendo Fuy-san? Como minha querida filha me trata? — Choraminga no colo da mulher. Eu reviro os olhos de novo e finjo vomito.

— Eu vou acordar o Shoto-kun. — Subo até o quarto de hóspedes.

O bicolor ainda estava adormecido. Acendo a luz e vou até o mesmo. Shoto está deitado perfeitamente com o rosto para cima. Parece que ficou nesta mesma posição a noite toda. As cobertas nem estão bagunçadas. Do jeito que Ryoma deve tê-lo deixado, ele ficou. Começo chamá-lo. Mas nada. Faço cócegas com uma de minhas penas em seu nariz. Nada. Apenas um espiro perfeitamente delicado.

"Tinha que ser gay...

Será muita maldade jogar água?

A francesa dormia assim também, um sono tão profundo quanto uma rocha.

Acho que uns pingos não fazem mal."

Molho uma de minhas penas no banheiro e deixo que as gostas pinguem sob o rosto do Todoroki mais novo.

"NADA! Caralho! Moleque é uma pedra.

Será que está vivo?

Vai que teve uma overdose de bebida..."

Toco seu rosto.

"Esse lado está quente, mas acho que febre não é...

Será que ele é frio do outro lado?"

Coloco a mão do outro lado de seu rosto.

"Gelado como se fosse um cadáver.

QUE DEMAISSSSS!"

— Shoto! Acorda, não seja vagabundo. — Balanço ele, mas nada. — Você não dá escolhas.

Saio do quarto indo até o meu. Tiro minha guitarra do suporte da parede. No closet eu pego a caixa de som pelo puxador. Arrasto até o quarto de hóspede. Ligo a caixa na tomada e a guitarra na caixa. Aumento todo o volume. Coloco a caixa ao lado da cama. Apontada para o garoto. Afino a guitarra para deixar o som do jeito que eu quero. Desço com as unhas contra as cordas, fazendo a guitarra gritar e o som ser liberado pela caixa se som. Foi tão alto que até meus ouvidos sentiram o grave. As estruturas das paredes devem ter até tremido. Dessa vez não teve jeito. Shoto arregalou os olhos. Com um pulo ele cai da cama. Cobri a boca com a ponta da asa, enquanto ria e deixava a guitarra na cama.

— Buenos días, Shoto-kun. — Puxo o mesmo pelas mãos para que o mesmo se levante. Ele se senta na cama olhando em volta enquanto o mesmo está completamente perdido com cara de bobo.

— S/n...? Que cê tá fazendo...?

— Acordando meu futuro tio gay favorito. — Dou de sonsa sorrindo. — Como se sente depois de tudo que fez ontem à noite. Cê bebeu todas em? Estava querendo o que? Esquecer o nome? Foi quase.

— Ontem? — Balanço a cabeça positivamente. Ele fica parado encarando o chão pensativo. Dá para ver fumaça sair pelos seus ouvidos.

Eu o trouxe um copo de água e remédio de dor de cabeça, com as penas. Entrego para ele, mas antes de tomar, ele corre para ao banheiro, eu escuto ele vomitando...

"Espero que tenha sido na privada..."

— Toma o remédio na escrivaninha e desce para tomar café da manhã. — Grito para ele. Já pegando minhas coisas. — Sua irmã tá lá embaixo. — Aviso antes de sair.

Deixo a caixa de som e a guitarra onde geralmente os guardo. Volto para a cozinha onde meu pai estava xavecando Fuyumi.

— Vão para um motel e se assumam logo. — Digo ao passar por eles. Pego o chá que havia feito. Encho um copo para mim. Corto um pedaço do bolo morango —que Fuyumi trouxe para a "surpresa"—. Me sento no balcão em frente dos dois.

— Acordou ele com a guitarra? — Meu pai pergunta bebendo chá.

— Parecia até que estava morto. Chamei. Joguei água. Não funcionou. Então fui para o nível hard. — Dou de ombros. — Tá vomitando lá no banheiro. Quer só ver quando ele lembrar do que fez. — Dói um riso baixo comendo o bolo.

— Aí miga conta o babado. — Meu pai faz voz de bicha, Fuyumi o olha com espanto. Dispara em risos.

— Deixa ele contar. Não sou Maria fifi que nem você. — Sorri cínica para ele. Bebo um pouco da bebida.

— Ela fala isso, mas sabia todas as fofocas da comunidade que morava lá no Brasil. — Aponta para mim com o polegar olhado para a mulher ao seu lado.

— Comunidade? — Ela para de levar o garfo até sua boca.

— É uma história complicada, mas foi por pura escolha. — Respondo a mulher. — E eu sabia mesmo. Dona Maria vivia gritando com dona Dolores que Raquel só ficava no topo do morro com Dom Protão.

— Protão...?

— O "chefe" da favela. — Meu pai responde. — Além de morar lá. S/n ajudava aqueles que precisavam. Fazer serviço comunitário era seu passatempo.

— Que coisa ótima, parabéns S/n. — Fuy bate palmas sorrindo. — Você é realmente o orgulho da família. — Bate palmas. — Seu pai fala de você quase o tempo todo. É tão fofo. Meu pai dá um sorriso sem jeito.

— Valeu... — Bebo o chá e vejo o Todoroki mais novo se arrastando até a cozinha. — O belo adormecido resolveu aparecer. — Ronrono colocando uma garfada do bolo na boca.

— Bom dia, Shoto.

— Olá Shoto-kun.

— Me diz, — Começou. Tremulo. — por favor. O que aconteceu ontem, não se passou de um sonho ou alucinação da bebida. — Implora ao chegar do meu lado. Abaixa a cabeça no balcão. Troco olhares com os dois em minha frente.

— O que dá alucinação são drogas, e não bebidas. — Inicio. Mais uma garfada do doce. — E acho que ninguém que dorme tão pesado é capaz de ter um sonho como o que acha que teve. — Ele vira a cabeça na minha direção. Continuou deitado com os olhos tristes para mim. Coloco o cotovelo sob a mesa e apoio o queixo na mão terminando de beber o chá. — Se realmente quiser eu não tenho problema em contar nadinha. Mas... — Aponto para Fuyumi com a cabeça e olhos.

Plus Ultra - Fanfic Bnha 2° temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora