Capítulo 46

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Esperei na sala por alguns minutos que pareciam intermináveis, tentei aliviar minha tensão com um joguinho de celular enquanto batia o pé frenéticamente contra o chão e mordia a ponta da unha.

Quando a porta foi aberta eu senti uma ponta de alívio e guardei o celular imediatamente no bolso do moletom que eu usava por cima da regata.

Papai foi o primeiro a entrar. Ele não parecia nada tranquilo. Era notável pela altura que suas asas estavam, além da tensão que estavam ali. Mesmo assim, Keigo me deu o melhor sorriso que pode.

Que merda tá acontecendo...

Fiquei preocupada, mas aguardei quando vi homens de preto entrarem atrás dele e se posicionarem nos cantos da sala. Por um mísero momento, lembrei dos filmes de ação policial onde interrogatórios aconteciam. Ajeitei a postura e ergui a cabeça instintivamente.

Uma mulher de cabelo provavelmente grisalho entrou na sala e me mediu de cima a baixo. Parecia ter por volta de 50 anos ou mais. Mesmo assim, tinha uma carranca severa de quem trazia problemas. Vestia um blazer escuro, e calças que deviam ter o mesmo tom.

Mais uma vez, por impulso, me levantei de meu lugar devolvendo um olhar sério a mulher que não disse nada ao se posicionar quase ao lado de papai que mirava o teto, o olhar distante e tenso. Não pensei que um dia veria meu pai tenso assim.

Quem é essa vadia?

Atrás dela, como se trouxesse a esperança nos ombros, uma segunda mulher, mais jovem, entrou com um mínimo sorriso no olhar doce. Trajava cores claras, branco acreditei. Tinha um ar elegante, seu blazer repousava nos ombros

Por fim, um homem esbelto e com um sorriso pretensioso entrou, vestido do que achei ser preto, ele possui a pele um pouco escura, e ele foi o único que reconheci ali. É o organizador desse desafio.

O salto da segunda mulher foi o único som na sala até que a porta foi fechada por mais homens de preto do lado de fora.

— Seja bem-vinda, minha cara.

O homem começou, há animação em seus olhos. Ele estendeu a mão para mim em um cumprimento. Parecia a pessoa mais calma e descontraída dali. Apertei sua mão com um leve sorriso.

— É um prazer recebê-la, eu sou Carl, organizador do Potencial Heroismo e funcionário da Comissão de Segurança Pública, lhe apresento nossa presidente que veio pessoalmente vê-la. A expectativa dos seus talentos é grandioso como a de seus irmãos. Queríamos os três aqui, mas infelizmente não foi possível que seus irmãos viessem.

Olhou rapidamente para meu pai que deu de ombros.

— Não seria agradável se os três estivessem presentes.

Respondi simplesmente e a presidente se pôs a frente e Carl abaixou a cabeça e se afastou.

— Você cresceu.

A primeira mulher falou.

— A conheço?

— Não pessoalmente, querida. Sou a presidente da Comissão de Segurança Pública, foi uma surpresa saber de seu interesse em provar seu potencial dessa forma. Espero que me impressione.

Ergui minha sobrancelha.

— Não sou um macaco de circo, para que a senhora aprecie um espetáculo. — Rosnei a encarando.

— S/n...

Meu pai advertiu. E o encarei sem entender, mas ele não pronunciou mais nada, escondi a vontade de mostrar os dentes, não iria querer problemas logo com a presidente da Comissão de Segurança.

— Eu gostei dessa garota. Ela tem a língua afiada.

A outra deu um passo a frente quase esbarrando na estátua que se dizia a presidente, que recuou com uma careta desgostosa.

Um sorriso ao estender a mão para mim. Olhei desconfiada, mas uma rápida olhadela de meu pai me fez retribuir o cumprimento da dona de cabelo escuro.

— É um prazer conhecê-la, senhorita Takami. Eu sou a presidente da instituição [Nome]. Ouvi de seu potencial e voei da América até aqui para te ver hoje.

— É um prazer igualmente, senhora...

— Pode me chamar de President Radiant.

Uma Pro-hero americana... que ótimo virei macaco de circo...

— É um prazer conhecê-la.

Lhe dei um sorriso. A mulher se afastou dando espaço à velha carrancuda.

— Conversamos com seu pai e fizemos uma proposta para o seu desafio.

Me atentei ao que ela dizia. Finalmente algo interessante.

— Estou ouvindo.

Respondi olhando para me pai. Logo olhei para a velha provavelmente rabugenta. Está acenou para eu me sentasse e assim o diz depois dela. Papai se sentou ao meu lado e o senhor Carl sentou-se ao lado de sua chefe.

— Com seu potencial acreditamos que os testes básicos não sejam demorados para você por isso achamos que fazer as atividades dois primeiros dias tudo hoje. Questionamos seu pai sobre isso e ele disse que a decisão era da senhorita era totalmente sua.

Carl informou olhei para papai com um sorriso que ele retribuiu.

Pensei por um momento. Lembrando do que deveria fazer nesses dois primeiros dias. Considerei a vantagem de terminar tudo rapimente e ter um dia livre para me preparar para o torneio U.A.

Por outro lado, eles podem estar querendo fazer alguma loucura. Não, acho que não... Meu instinto está contraditório a isso, não vem boa coisa por aí...

Mas eu dou conta. Não importa o que façam. Eu consigo fazer qualquer coisa. Se é um espetáculo que querem, é o que terão.

— A proposta do que me foi enviado será a mesma? Ou terá alguma alteração?

Questionei. Não queria parecer uma doida procurando por desafios maiores do que podia realizar. Cuidado com essas pessoas, é importante.

— Não mudaremos nada na grade que lhe foi enviada.

Olhei de canto para papai. Seu olhar desconfiado e com preocupação era o que ele tentava omitir. Mas eu o conhecia bem. Bem demais para saber que ele estava tão desconfiado quando eu, em relação a essa proposta.

— Então, senhorita? O que nos diz?

•••

Quem aí acha que é S/n deve aceitar?
A descisão é de vocês

Plus Ultra - Fanfic Bnha 2° temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora