Capítulo 35

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Já era noite, e todos já haviam jantado e agora passavam alguns momentos na sala do dormitório antes de irem dormir

Kirishima estava deitado em meu ombro, dormindo já. Cansado obviamente. Apenas deixei que ele dormisse enquanto eu falava com as garotas durante um jogo de Ludo.

- Ora essa o que é isso. Minha irmãzinha finalmente resolveu aceitar a alma gêmea dela. - O deboche era claro em sua voz - Que bunitinho - Sínica - Espero que seja capaz de proteger ele, e não fracassar como fez com aquelas nojentas que você chamava de amigas.

Um estalo na minha mente me fez perder o controle por alguns segundos. Segundos o bastante para que eu deixasse Eijiro no sofá jogado e colocasse Yoko contra a parede apertando seu pescoço no ar. E mesmo depois de recuperar o controle eu não recuei. Estava na hora. Hora de dar um susto nessa abutre.

- Espero que você seja capaz de me parar quando eu resolver te matar. Isso não é um aviso - Apertei mais seu pescoço.

Yoko se contorcia puxando o ar e arranhando meu braço com suas garras e tentando me afetar com sua eletricidade que não é forte o bastante para mim.

Ela lutava em buscar de ar. O desespero refletido em seus olhos. Apertei mais. As lágrimas em seus olhos começaram a aparecer. Apertei mais. A fraqueza se apresentação com o início da inconsciência.

- Limpe a boca antes de falar das minhas amigas! - Com a mão livre coloquei minhas garras para fora. E golpiei Yoko.

Já havia agredido ela muitas vezes. Mas com certeza, nenhuma ela poderia ter chegado tão perto de morrer como agora.

O sangue escorreu e eu tirei minha garras após soltar uma grande descarga elétrica de alguns segundos.

Segundos o suficiente para Yoko não está mais consciente. Vi ela se agonizando e seus olhos ficando brancos o cabelo arrepiado e a espuma na boca

- Não esqueça de tirar o lixo, Kanji.

Disse ao meu irmão que não se atreveu a se aproximar. Por medo. Seu medo, dava quase para sentir no ar. Como o de meus colegas que presenciaram.

Shoto veio ao meu lado colocando a mão em meu ombro.

- Você tá bem?

Com sua pergunta senti as lágrimas em meu rosto e logo as limpei.

- Vou ficar. Eu acho... eu vou para meu quarto

Ia dar o primeiro passo para seguir ao segundo andar quando quando simplesmente me pegou no colo e começou a caminhar.

- Não fala nada, okay?

- Você não é nem um pouco frio, não é? - Dei um riso fraco queimando as asas para facilitar a ele que não me respondeu.

No caminho, encontramos Katsuki que parou claramente surpreso e ficou olhando enquanto Shoto passava até a porta de meu quarto onde me colocou no chão.

- Descanse e não fica com isso na cabeça. Você fez certo, acho que assustou ela de verdade.

- Eu vou descansar. Eu só tô mexido por causa... período de pássaros e mulher misturados não combinam... - Abri a porta do quarto logo me enfiando dentro sem jeito pela explicação. - Obrigada, Shoto

Fechei a porta logo trancando e me joguei na cama pensativa. Realmente havia feito certo? Talvez eu só teria a resposta com o tempo. Suspirei me arrastando para o banheiro onde enchi a banheira e relaxei na água quente enquanto ouvia Raynor tagarelar das séries que estava assistindo. Me permiti rir um pouco, era engraçado ver suas reações.

Sai do banho depois da água já estar fria e coloquei um pijama quente. A noite estava fria, ou devesse ser meu corpo quente. Fechei as portas da varanda. Diferente de Kirishima eu não estava cansada. Então resolvi pintar.

Coloquei o avental, e forrei o chão, montei o cavalete ajeitando os pincéis e as tintas nele.

- O que acha que eu posso pintar hoje Raynor

- Pinte a capa de High School Music - Disse abanando o rabo

- Não... eu quero um desafio...

Peguei o pincel médio e passei na tinta amarela pintando vários detalhes aleatórios e sem sentido. Procurando inspiração. Avaliei por um momento. Tinha azul escuro mais detalhes. Alguma coisa me vinha a mente, detalhes roxos e a ideia nasceu e começo a pintar com uma música tocando dentro do quarto ouvia Raynor tagarelando sobre minha arte e eu permiti que ele falasse as abobrinhas dele enquanto eu pintava me sujando de tinta.

Em algum tempo eu terminei uma pintura abstrata multicolorida.

E por incrível que pareça Raynor havia se calado a algum tempo. E dormi eu tenho certeza que ele não dormiu.

Comecei limpar as coisas. Coloco todos os pincéis usados em um potinho com água e juntei os papéis que forram o chão. Joguei tudo fora. Pego o quadro do cavalete e o levo para a varanda.

Assim que me viro encontro um loiro de intensos olhos carmesim me encarando encostado no batente da porta da varanda.

Me assustei recuando alguns passos sentindo meu corpo se cobrir de arrepios.

- Mas que caralhos? Quer me matar do coração? O que pensa que tá fazendo aqui? Isso é uma invasão!

- Você reclama demais sabia? - Retruca com deboche

- FORA! - Grito com o loiro

- Não foi isso que você disse ontem no armário do zelador - debochou com um sorriso maroto. Ele de afastar a do batente alongando os braços

- A quando tempo ta aqui?

- Sei lá. Acho que mais de uma hora

- Mais de hora? Ficou me olhando pintar esse tempo todo...?

- Não quis atrapalhar a artista. Você parecia estar se divertindo. Inclusive, você pinta bem para alguém que parecia não saber o que tava fazendo - O deboche em seu tom fez meu sangue ferver

- Lunático... - Suspirei e coloco o quadro do lado de fora e voltei

- Como entrou aqui? Eu não consigo acreditar que escalou até minha varanda

- Eu fui mais eficiente. Pulei até aqui. - O olhei surpresa e sai na varanda.

Seu quarto fica exatamente encima do meu. E era uma altura considerável, para alguém sem capacidade de vôo.

- Pulou da sua varanda para minha? Você é louco? Podia ter caído e se matado - O confrontei

- Você está preocupada por acaso? - Sorriu de canto

"Esse sorriso... esse maldito sorriso..."

- Faça o que for eu só quero você fora do meu quarto - Rosnei entre dentes

Plus Ultra - Fanfic Bnha 2° temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora