Capítulo 3

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JEON JEONGGUK

Na noite anterior meus pais e irmãos tinham ido ao baile na casa do alfa Park Jinyoung, um mercador muito rico da região. Não era a toa que tinha forte amizade com pessoas importantes como o Duque Kim, a família real e negócios com meus pais. 

Quando chegaram no meio da madrugada, meu irmão foi ao meu quarto apenas para saber se estava tudo bem, como o bom protetor que era, e minha irmã me deixou um presentinho que provavelmente tinha sido lembrancinha da festa. Um ramo de lírio-do-vale dentro de uma pequena redoma de vidro. Pelo menos minha mãe não teria do que reclamar.  

Já se passava do meio da manhã e eles ainda dormiam, apenas os empregados e eu acordados. Os primeiros cumprindo com seus afazeres e preparando a refeição, e eu tocando piano para agraciar seus ouvidos com uma boa música.

Tocar era uma boa distração para mim, assim como ler, bordar, pintar e uma série de coisas que aprendi com minhas tutoras até completar vinte anos. Antes do acidente eu aprendia com uma turma na escola, depois do acidente comecei a ter aulas particulares em casa.

Meus dedos corriam sobre o teclado de forma fluida e delicada, pressionando as teclas que emitiam um som suave e calmo. Todos sabiam que o que eu tocava descrevia meu estado de espírito  no momento, e naquela manhã era pura calmaria. Eu apenas queria ocupar minha mente com o som e concentrar minha atenção em não errar as notas, mesmo que o exercício já fosse tão comum que eu mal precisava pensar para pressionar a tecla seguinte.

O cheiro das delícias que estavam sendo feitas na cozinha invadiam a sala com fervor, pela porta que eu tinha deixado aberta para o som poder se espalhar pela casa. O cheiro da comida se misturava ao dos produtos de limpeza, passando a sensação aconchegante de lar, sendo coroados pelo aroma de terra molhada e limão...

Meus dedos pararam imediatamente sobre o teclado.

Inspirei com força e lá estava o aroma ainda mais forte.

Ao lado do piano de calda, meu lobo encarava a entrada da sala com felicidade contida, quietinho, como se esperasse eu lhe dar permissão para ter uma reação.

Eu não precisava me virar para saber quem estava parado logo atrás de mim e me desesperava saber como a sala estava iluminada pelos raios mornos do sol daquela manhã que entravam pelas grandes janelas abertas. Não teria como me esconder daquela vez.

— Nunca ouvi melodia mais doce em toda minha vida. — a voz grave de Kim Taehyung tomou o lugar do silêncio. — Foi você quem compôs, Jeongguk?

Concordei com um aceno, ainda sem a mínima coragem de olhar para trás.

— O que faz aqui, senhor Kim? — tomei coragem para perguntar.

— Vim te ver.

— Me ver? — perguntei com certo espanto na voz, tamanha foi a sinceridade do alfa.

— Sim. Mas deixe o mordomo pensar que quero ver meu amigo Soobin. — a resposta me arrancou o sorriso por pura graça. — Você não foi ao baile ontem. Esperei ansioso por sua presença. Seus irmãos me disseram que você não gosta muito de sair.

Uma mentira que de tão usada se tornou verdadeira.

— Sim, eu não gosto. — falei baixo como um resmungo.

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