Capítulo 8

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KIM TAEHYUNG

A primeira pessoa que me recebeu quando cheguei em casa após deixar Jeongguk na sua foi Minjun. Ele estava na sala brincando com o irmão mais velho, Hajun, sob a supervisão de Jin, este que tricotava roupinhas de bebê para o próximo que chegaria, aproximadamente, no verão.

Assim que notou minha presença, Minjun se levantou do tapete e correu em minha direção, os bracinhos estendidos pedindo colo e prontamente o atendi. Meu sobrinho farejou avidamente até constatar o que queria.

— Gguk!

— Sim, o cheiro do Jeongguk está em mim. — afirmei, andando com ele nos braços até me sentar em um dos sofás de frente para Seokjin que até tinha reconhecido minha chegada com um aceno, mas continuou concentrado no que fazia, guardando suas perguntas para mais tarde. — Onde está o papai e o Namjoon?

— Papai quis ir passear e pedi ao Nam para que o acompanhasse. — Jin respondeu.

— Não quis ir?

— Não. Esse filhotinho chutou meus órgãos a noite inteira, mesmo com o Namjoon aromatizando. Não dormi muito, estou cansado, por isso não quis ir. — Jin explicou, acariciando a barriga e logo voltando ao tricô.

— Tio Tae. — Minjun chamou minha atenção, as mãozinhas segurando meu rosto e o virando para si. — Como o Gguk tá?

— Ele está bem, Mimin. Por que? — respondi, dando corda para ele falar mais. Desde que tinha aprendido as primeiras palavras, Minjun conseguia ser bem tagarela com quem lhe dava abertura para isso.

— Eu gosto dele. — respondeu de peito estufado.

— Gosta?

— Humhum. Meu lobinho gosta dele igual gosta do senhor. Vocês dois são iguais. — Minjun explicou entusiasmado e eu apenas resmunguei em concordância. — Mas meu lobinho disse o Gguk tá triste, que precisa de carinho.

Minjun tinha muito apego por mim e incrivelmente sempre previa quando eu não estava bem. Jin dizia que Minjun com certeza tinha sido meu filhote em outra vida, já eu acreditava que nós dois tínhamos criado uma ligação sem querer e por obra do destino.

Quando Minjun nasceu, a morte do meu pai estava completando semanas. Estava tudo uma bagunça. Namjoon tinha precisado ir a Seul com urgência, Jin entrou em trabalho de parto antes do momento e o único alfa disponível para passar segurança ao ômega dele era o meu. Estava apenas nós dois e mais três betas no parto. Quando Minjun veio ao mundo e tomou seu primeiro fôlego, foi o cheiro do meu alfa que ele sentiu e o acalmou.

E durante o meu luto, lá estava o filhotinho chorando por minha presença, sempre querendo meus braços, dando parte da sua atenção para mim e me distraindo da tristeza que tentava me consumir. Se não fosse por Minjun, eu teria definhado. E não era surpresa ele reconhecer Jeongguk com tamanha facilidade, sendo tão ligado a mim.

— Meu lobo também me disse isso e sabe o que você e eu vamos fazer? — perguntei. Os olhinhos de íris roxas brilharam em expectativa. — Vamos dar vários presentes bem bonitos para o Gguk, o que acha?

— Vamos, tio Tae! — Minjun pediu para descer do meu colo, estava tão agitado que eu temia que ele começasse uma bagunça e Jin quisesse me matar. — Papai, papai! Eu quero meus lápis de cor e papel, papai, por favor.

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