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JEON JEONGGUK
O convite para o baile de máscaras na mansão do Duque de Daegu chegou três dias após a visita de Taehyung.
Eu abri o envelope sem a autorização dos meus pais, de tanta ansiedade que senti na expectativa dele cumprir com o que tinha me dito. Meu pai estava pronto para reclamar e dizer o quanto era falta de educação abrir as correspondências que não eram destinadas a mim quando eu disse em alto e bom tom: "Eu vou ao baile!". Ele ficou sem palavras, nem mesmo se lembrou sobre o sermão quando saiu gritando minha mãe para contar a novidade e dizer que precisávamos de roupas novas o mais rápido possível.
Os dias que antecederam ao baile foram agonizantes. Precisei ir todos os dias visitar tia Soomin atrás de seus conselhos e conversas banais para espairecer a mente enquanto mexia na terra, querendo esquecer o que me esperava na noite do evento e afastar os pensamentos escuros que a todo momento ameaçavam tomar minha mente.
Era a primeira vez que eu ia a um baile em anos. Muitos anos. Era pressuposto eu estar ansioso, pensando nos piores cenários que minha presença significava, pois no último em que fui, aos dezessete anos, eu havia me sentindo tão humilhado que por semanas inteiras desejei ter morrido no acidente e amaldiçoei meu lobo por ter usado toda sua energia para me manter vivo.
Demorei muito mais tempo para aceitar minha condição e me conformar com os dias que se seguiram e minha nova perspectiva de vida fracassada às custas dos meus irmãos ou vivendo em algum lugar distante da sociedade. Fazer as pazes com meu lobo foi um pouco mais difícil, mas aprendemos a conviver e nos entender.
E então lá estava eu, dentro da carruagem parada em frente a mansão do Duque, enquanto decidia mais uma vez se realmente valia a pena ir ao baile.
Eu fiquei feliz quando Taehyung se propôs a fazer um evento onde eu poderia ir com meu rosto escondido sem chamar tanta atenção, apenas para que pudéssemos desfrutar juntos de uma noite na temporada de bailes da primavera de Busan. Não que ninguém nunca tenha pensado no mesmo tema que ele, mas ninguém nunca tinha deixado entender tão abertamente no convite que eu estava convidado, era sempre a família de quatro dos Jeon.
Mandei que fizessem um conjunto novo para mim em tons rose, acompanhando de um leve sobretudo bordado com flores a fio dourado. Hyunjin decidiu que ela faria a máscara, pois não confiava em mim para escolher, o que culminou em uma peça que cobriu todo meu lado esquerdo do rosto e parte da testa e têmpora do direito, mas deixando todo o resto a mostra: olho esquerdo, boca.
— Vamos lá, Gguk, esse baile foi feito para você, apesar dos outros convidados não saberem. — Soobin comentou. Ele estava sentado em minha frente, todo vestido de preto e com uma máscara fixa também, mas que tampava apenas seus olhos. — Os guardas estão começando a olhar estranho...
Nossos pais e Hyunjin tinham vindo em outra carruagem e já estavam lá dentro.
— E-eu... estou com medo. — respondi aos sussurros para meu irmão. Minha perna estava doendo, minhas mãos suando frio, e eu podia ouvir as risadas zombeteiras daquele último maldito baile ecoando em minha mente.
— Ficará tudo bem, irmão. Tenho certeza que se alguém ousar lhe olhar feio, vai terminar a noite sem os olhos, porque se eu não os arrancar, o Sr. Kim arranca. — Soobin deu risada como se imaginasse a atrocidade e gostasse disso. — Vamos, vou ficar por perto todo o tempo, quando você quiser voltar para casa, voltaremos no mesmo instante.
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LET ME IN | TK
FanfictionMais uma vez a estação favorita de Jeongguk havia chegado: a primavera. Época em que a vida florescia, que a temporada de bailes se iniciava em Busan, novos casais surgiam e toda a magia do cortejo permeava o ar. No entanto, apesar de tudo isso, se...