Capítulo 12

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JEON JEONGGUK


O clarão veio antes do barulho ensurdecedor, e então meu corpo foi jogado contra a parede oposta da carruagem, enquanto os gritos dos meus acompanhantes chegavam abafados aos meus ouvidos.

Quando o frio me tomou e meu corpo foi molhado pela água da chuva, senti meu rosto se chocar contra algo duro com toda força da queda, minha pele e minha carne rasgando pela pressão do choque, meus ossos da face trincando e enviando uma dor ainda pior por todo meu corpo.

Quando acordei, meu corpo estava sob os destroços, parte dele sendo esmagado, eu sabia e sentia; meus acompanhantes gritavam por socorro, agonizando em dor enquanto seus corpos morriam lentamente, coberto por aquela tempestade que não parava de cair e afogados em lama e sangue.

Mais um relâmpago e o mundo se tornou apenas luz novamente.

O salão estava lotado. Era aniversário de alguém. Mas todos os olhos estavam em mim. Muitos horrorizados, outros com pena, mais alguns cheios de maldade descobrindo a nova chacota que iria os divertir.

— No seu lugar, eu teria preferido morrer. — alguém disse, em meio a todas as risadas.

— Eu já teria me matado! — outra pessoa acrescentou.

— Finalmente você se revelou o que sempre foi, Jeongguk, uma aberração inútil! — Eunhyuk disse, uma mão na barriga que doía de tanto que ele estava rindo, depois que o susto e horror passou ao me ver. Sua outra mão estava envolta do braço de Changwoo que tinha se afastado de mim com tanto nojo e repulsa que me deixou atordoado.

— Seu rosto está tão nojento, Jeongguk. Vire essa cara para lá. — foi o que ele me disse.

Eu não entendia nada. Não entendia o porque de tanto ódio direcionado a mim, ou o que eu sequer tinha feito para merecer aquilo

Então eu chorei, desejando realmente ter morrido no acidente. Chorei tudo que eu choraria em uma vida, aprendendo a me odiar, a odiar meu lobo que tinha me transformado naquilo e qualquer um que tentasse me dar palavras de consolo. 

Entendi e aprendi que eu não era nada e sempre seria nada.

Os dois toques na porta eram bem característicos da minha mãe. E foi o que me fez despertar, me arrancando do pesadelo que era meu amigo, mas que não deixava de me aterrorizar e arrancar lágrimas.

O quarto estava em plena escuridão, o que indicava que eu tinha apagado em algum momento, após montar um ninho e me enfiar nele agarrado aos lenços que Taehyung tinha me dado com seu cheiro nos últimos dias, o que totalizavam quatro.

Me levantei para abrir a porta do quarto, não queria preocupar minha mãe mais do que ela já devia estar. Era a primeira pessoa que ia até mim depois de Taehyung, não porque não se importam, mas porque respeitavam meu tempo e espaço e sabiam que não adiantaria tentar falar comigo enquanto eu estivesse em meu pico de tristeza. Então todos esperavam eu me acalmar, respirar, tomar meu tempo e então aceitar que eles entrassem para me consolar ou dizer que tudo melhoraria.

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