LET ME IN | TK

Capítulo 18

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KIM JEONGGUK

A primavera em Daegu era uma verdadeira força da natureza. Estávamos no auge da estação e havia tanto verde vivo, em vários tons, e tanto colorido de flores até mesmo em cores e misturas que até então eu não tinha visto, que me impressionava. Era realmente lindo.

Eu sempre ficava animado pelas manhãs quando saía para os jardins, fosse para sujar as mãos na terra, fosse apenas para apreciar aquela infinidade de plantas e flores que estavam dispostas por todos os lados. Meu verdadeiro paraíso.

Em Busan o clima era litorâneo, independente da estação do ano, havia sim as características da época que nos encontrávamos, mas não tão forte e constante como em Daegu.

Eu estava apoiado na janela do quarto, sobre almofadas, um livro aberto no colo, observando a vastidão da natureza das terras que rodeiam o palacete, fascinado com a beleza e tranquilidade do lugar. Ao longe, enxerguei duas bolas de pelos marrons correndo e se atracando no chão, enquanto entravam na aleia de carvalhos que levavam a cabana onde Jichul morava agora, Jin ia logo atrás dos lobinhos, levando uma bolsa no ombro e as mãos apoiando a barriga que parecia maior desde a última vez que o vi. Ele não tinha ido me visitar desde minha chegada, mas não me chateava, pois eu sabia que ele tinha não só a própria casa para cuidar, — esta que não ficava muito longe do palacete, mas eu não sabia onde era— mas também filhotes para criar, coisas que demandavam tempo.

Parecia ser característico dos Kim ter o lobo marrom. O de Taehyung era. E ele me disse que facilmente poderiam confundir o dele com o de Seokjin, não fosse pelo tamanho, cheiro e a cor dos olhos, pois o pelo e a distribuição dele pelo corpo, as partes escuras e claras, era exatamente a mesma e puxaram isso de Kim Taeho. E os lobinhos de Minjun e Hajun também eram marrons como o pai. Será que meus filhotes também seriam? Fofos e marrons como o lobo de Taehyung? Eu adoraria ter um bebê cinza como eu.

— Mandou me chamar, senhor Kim? — a voz de Yuri chegou aos meus ouvidos, mas eu já tinha reconhecido sua presença antes dela alcançar a porta do quarto, dar duas batidas e entrar.

— Sim, Yuri. — respondi me virando para ela e descendo das almofadas do apoio da janela. — Escolha alguém para nos guiar em Daegu. Quero comprar algumas coisas, passear um pouco e visitar Jimin. E você pode comprar material para seus estudos e visitar a universidade.

Os olhos da ômega brilharam com minha resposta. Ela acenou várias vezes, se curvando antes de sair quase correndo.

Era por isso que eu tinha a escolhido para morar comigo em Daegu. Para lhe dar uma oportunidade e atender aos seus anseios. 

Antes, minha opção era a senhora Cha, ela era mais velha que eu, o marido era um dos marinheiros da minha mãe, então não mudaria muito em sua vida, já que ela via o marido a cada alguns meses. No entanto, quando Yuri me procurou, a opção pareceu ser muito melhor. Eu me sentia mais à vontade com ela, não porque era mais nova que eu, mas sim porque eu a tinha visto crescer assim como vi meus irmãos, havia aquele brilho fraterno em nossa relação, era mais fácil de lidar e conversar de igual para igual com ela.

Yuri apenas não tinha entrado em minhas opções por ser justamente jovem, eu imaginava que ela tinha planos mais tradicionais para sua vida, pois era isso que eu ouvia seus pais falando e falando. E eles pareciam também determinados a cumprir isso. Quando Yuri me procurou duas noites antes de eu me casar, fiquei realmente surpreso com seu pedido e não hesitei em escolhê-la.