BADÁ NARRANDO
Cara, eu ouvi aquilo e só fiquei observando a dor que aquela menina transparecia. Foi nessa hora que eu tive a certeza que deveria aceitar a proposta dela, olhei para Fabiana e acenei com a cabeça positivamente por alguns segundos.
Badá: Ai tia, eu aceito a tua proposta! Mas, eu infelizmente não faço acordo, não vai rolar essa de garantia, não sou Casas Bahia e a partir de hoje, ela é minha môrou?
Luíza: Eu não sou sua! Eu não sou um objeto ou um bicho de estimação para ter dono.
Luíza: Por favor, não faz isso comigo.
Fabiana: Acabou o show, Luíza!
Fabiana: Você vai com ele, tá decidido.
Ela me olha, abre um sorriso e se aproxima do Cristian. Começou a alisar o rosto dele. Nisso, Muralha se aproximou mais de mim e falou mais baixo bem próximo de mim.
Muralha: Tá viajando porra? A mina tava com a gente no baile.
Badá: Baixa a bola aí, a mãe da mina ofereceu, quero o meu dinheiro e não tem? Vou levar a filha dela então.
Muralha: Deixa de ser cuzão, a mina não tem nada a ver com a caminhada da mãe dela.
Muralha: Mata os dois porra e vamos sair fora. Não faz essa merda!
Badá: Foda-se. Ela vai comigo.
Muralha: Só pensa com a cabeça debaixo, se liga na merda que isso pode dar.
Badá: Não vem acelerar minhas ideias, eu me viro.
Fui me afastando dele enquanto o encarava, cheguei mais próximo dela, senti o cheiro do perfume dela, parei do lado do Marola o vapor que estava com a arma apontada para a Luíza e mandei abaixar.
Badá: Ôh menor, leva a novinha no quarto dela e ajuda ela pegar tudo o que for dela.
Luíza: Eu não vou porra nenhuma e não vou morar com bandido ainda mais com você!
Badá: Tu tá tirando no bagulho? Acha que aqui é casos de família? Vai lá e arruma tuas paradas pianinho.
Luíza: Você....
Badá: Ou tu vai com o Marola ou eu mesmo te levo lá. Agiliza!
Luíza: Eu já te disse que eu não vou!
Desvio meu olhar para ela, fechei minha cara e fiquei encarando-a. Guardei minha arma na cintura, fui até ela e a segurei pelo braço. Fui levando ela pelo corredor até chegar no quarto dela, apertei um pouco o braço dela e ela se soltou enquanto me encarava.
Luíza: Por que você aceitou?
Badá: Ela não tem a grana.
Luíza: Que século você vive? Que coisa retrógrada comprar uma pessoa.
Luíza: Você não pode fazer isso!
Badá: Ou era isso, ou eu te matava junto com a tua família.
Badá: E não precisa usar palavras difíceis
Luíza: Devia ter matado.
Badá: Ainda dá tempo.
Badá: Agiliza ai mina que eu não tenho o dia todo não.
Luíza: E se eu pagasse essa divida?
Badá: Tu tem 6 barão aí contigo?
Luíza: Não. Mas posso conseguir! Posso trabalhar, fazer algo e ganha esse dinheiro.
Badá: Ou seja você não tem como tu pagar, fim de assunto e tu vai comigo.
Luíza: Por favor, Badá. Eu não te fiz nada.
Badá: Tu prefere ser espancada pelos teus pais?
Luíza: É claro que não, eu só quero sair daqui, dessa vida, desse Morro, o que você acha de nós fazermos um acordo?
Eu dei risada.
Badá: Não caio nesses papos e também você não tem nada que me interessa.
Luíza: Bom, talvez eu tenha.
Badá: O que?
Luíza: A gente pode... pode dormir juntos...
Ela ficou toda sem jeito quando falou aquilo, nem eu mesmo acreditei que ela tinha dito aquilo pois quando eu dei em cima dela, ela se demonstrou tímida e nem me deixou chegar perto dela.
Badá: Primeiro você diz que não é um objeto e agora quer negociar uma noite de sexo? Qual é? Tu é gata, mas não vale 6 mil assim.
Badá: Para de falar besteira, você é uma menina, não faz meu tipo e no dia do baile eu só queria te dar ideia porque era carne nova, ninguém tinha pego e agora eu não quero ter nada com você.
Ficamos em silêncio, ela abaixou a cabeça e começou a organizar as malas. Eu sai do quarto e voltei para a sala onde estava geral. Depois de quase uns 15 minutos, ela apareceu com duas malas de rodinha, quando ela volta para a sala, ela olha para a Fabiana e começa a chorar.
Luíza: Você algum dia me amou? Obrigado por jogar meus sonhos no lixo me vendendo para um dono de uma boca de fumo.
Luíza: Você é a responsável de acabar com os meus sonhos.
Nisso ela me olhou e sustentou o olhar em mim.
Luíza: E você, é como ela.
Ela virou as costas, eu fiquei parado encarando ela e a mesma saiu andando.
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FanfictionEu sempre fui uma sonhadora, mas vi meus sonhos se esvaindo ao ser vendida para um dos maiores do Rio de Janeiro.