22º 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜

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Mara: Meu filho, gostaria de ir ao mercado depois, comprar alguma coisa para ela, tudo bem?

Badá: Traz uns chocolates também, ela gosta e vai precisar. Obrigado tia.

Tirei o dinheiro do bolso, deixei em cima da mesa e sai. Fui em direção ao quarto dela, abri a porta e vi ela toda encolhida na cama, enrolada na coberta, de longe eu já percebia o rosto dela todo cheio de hematomas, fui me aproximando e não queria olhar para ela mais, nossa... todos aqueles cortes, arranhões e o olho roxo me fazia lembrar da covardia daquelas meninas, só que isso aí eu resolvo, coloquei minha arma na mesinha, tirei minha camisa, me deitei na cama dela de frente e ela abriu os olhos. Me olhou, tentou se virar mas não conseguiu, levei minha mão até o rosto dela, fui fazendo várias carícias, lentamente e cuidando para não machucá-la mais.

Luíza: Me desculpa.

Badá: Tu não tem porque pedir desculpa.

Badá: Eu estou resolvendo tudo amor. Agora, tenta dormir um pouco, que eu vou ficar aqui com você, tudo bem?

Luíza: Obrigada, mesmo!

Badá: Não quero que você se exalte ou se preocupe, mas aquelas meninas fizeram isso a mando da Letícia.

Luíza: Sério?

Badá: Mas agora vamos esquecer disso agora, tá?

Badá: Quero que você descanse.

Ouvi um barulho na porta, vi que a mesma se abriu e a Mara trazer o jantar deixou em cima da mesinha próximo a minha arma. Saiu do quarto, me levantei, peguei o prato com caldo verde, levei até a Luíza que se sentou na cama com dificuldade e começou a tomar o caldo  enquanto me olhava.

Luíza: Pode ir para boca, eu tô bem.

Badá: Vou ficar aqui, mesmo você não querendo.

Luíza: Eu não falei que não queria.

Badá: Gosta de meter marra mesmo né.

Ela sorriu, continuou a tomar o caldo, meu rádio apitou e os meninos me avisaram que as meninas tinham saído do cabeleireiro.

Luíza: Que meninas?

Badá: você sabe quais.

Luíza: Tu fez o que Badá?

Badá: Mandei raspar o cabelo de uma por uma.

Ela terminou o caldo depois de um tempo, calada, se levantou da cama, caminhou até o banheiro e continuei sentado na cama até ela me chamar.

Luíza: Você pode me ajudar a tirar essa roupa? Quero muito tomar um banho, estou toda suja e fedendo.

Eu ajudei ela tirar a roupa, liguei o chuveiro, tirei meu celular e o rádio e coloquei na pia, entrei com ela dentro do chuveiro, eu não tirei minha roupa, não queria constrangê-la, comecei a dar banho nela, lavei seus cabelos e limpei seus machucados embaixo da água corrente. Quando terminei de dar banho nela, desliguei o chuveiro, a ajudei a se secar, levei para o quarto e coloquei um pijama nela. Deixei ela ali e fui tomar um banho, mas antes peguei meu rádio, celular, arma e levei para o meu quarto. Entrei no banheiro, estava mais relaxado em saber que ela estava bem. Tomei um bom banho, voltei para o quarto dela e ela estava dormindo, parecia um anjo... Me deitei ao lado dela, fiquei ali, alisando os cabelos dela, pensando de como os dias ultimamente estavam loucos, eram ameaças de invasão no morro todos os dias, assaltos dando errado e para ajudar, uns dos meus fornecedores tinha caído com 800kg de fumo, precisava abastecer minhas boca de fumo, minha droga estava escassa, eu estava com a mente a milhão e cheio de b.o para mim resolver. Mas eu precisava dela, precisava estar ali, eu fiquei com um medo do caralho, a real é que ainda estou, queria entender o que a aquela arrombada tem na cabeça, acho que a mulher tem uns 23 anos e manda fazer isso com a Luíza? Eu estava puto, mas tentava relaxar para mostrar a Luíza que estava tudo bem e que ninguém não a machucaria de novo.

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