BADÁ NARRANDO
Rocinha, 08:37 da manhã.
Eu estava sentando no sofá da boca, quando o Matheus encostou por lá e veio cheio de ideia comigo.
Matheus: Salve meu chegado.
Badá: Qual foi MT?
Matheus: Bora lá para casa no sábado, vou fazer uma festinha.
Matheus: Selecionei só piranha, vamos revoar.
Badá: Tá tonteando? To suave dessas brisa.
Matheus: Tá xonadão na morena né
Badá: Luíza.
Badá: Que intimidade é essa?
Matheus: Foi mal, mas se quiser aparecer por lá com os meninos, brota lá.
Badá: Firmeza.
Ele saiu fora, continuei ali olhando o movimento, resolvendo algumas pendências da boca, até que comecei a pensar nas palavras da Luíza e eu sei que ela tinha razão. Até porque ontem do nada, eu senti vontade de cheirar, dei três carreira, depois mais três e quando vi... Já estava bem louco, era pura adrenalina e uma dormência na língua. Aí na pira, eu comecei a agir estranho com ela, foi foda ver a maldade na cara dos meus ''parceiros'' e também foi foda ver o MT tocando nela, minha vontade era encher ele de tiro ali mesmo, mas esse filho da puta tem padrinho e o padrinho ele é quem comanda os irmãos todos da facção. Eu sei que ela é gata, que chama atenção só que ninguém tem que tocar no que é meu. Ela foi o centro das atenções só daquele jeito, imagina se soubesse como ela é boa com arma e como ela é boa em me desestruturar em todas as partes. É foda, por isso que bandido não pode ser vulnerável e eu sou capaz de qualquer loucura por ela.
JK: Que que aquele comédia veio fazer aqui?
Badá: Matheus?
JK: É.
Badá: Veio me chamar para uma revoada.
JK: Se liga, tu agora é tem namorada.
Badá: Relaxa, eu não vou.
JK: Abre o olho com ele.
JK: Geral diz que ele é mó casinha.
JK: Não podia nem andar no morro.
Badá: Ele passou despercebido, mas não passou batido.
JK: Esse aí nem devia estar mais entre nós.
Deu a hora do almoço, fui para a casa, não vi a Luíza e a mesma estava na escola ainda. Almocei, fiz algumas ligações, precisava ver sobre novos fornecedores e quando eu ouvi a voz da Luíza fui até a cozinha. Ela me olhou, me deu uma encarada bolada e passou direto por mim. Não falou nada e apenas passou.
Badá: Tá me vendo não, porra?
Ela me ignorou, foi direto para o quarto e eu fui atrás.
Badá: Solta a voz Luíza.
Badá: Para de agir dessa forma, você não é criança.
Luíza: Já falei o que eu tinha para falar e não vou ficar me desgastando. Ainda mais por homem! Se tu quer uma mulher que viva correndo atrás de você, acho que seu plano deu errado!
Ela se sentou na cama, tirou uns cadernos da bolsa e começou a ler. Fui no banheiro do quarto, lavei meu rosto na pia e sequei o mesmo em seguida enquanto olhava no espelho. Voltei para o quarto, olhei para ela concentrada e a encarei por um tempo esperando ela olhar para mim.
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FanfictionEu sempre fui uma sonhadora, mas vi meus sonhos se esvaindo ao ser vendida para um dos maiores do Rio de Janeiro.