LUÍZA NARRANDO
2 MESES DEPOIS...
Os dias foram passando, se formaram meses...passou Natal, Ano Novo e nenhuma notícia eu tive do Badá. Os dias começaram a ser uma tortura, tive pesadelos e durante a tarde eu sentia uma falta enorme dele. Tentava focar toda minha atenção nos livros e isso era inútil. O que me ajudou bastante foi a volta às aulas, conheci pessoas novas, alunos, professores, fiz novas amizades e aos poucos eu fui voltando a minha rotina normal. Eu estudava na escola de manhã, vinha para a casa, fazia as coisas de casa e depois voltava a estudar. Eu queria muito fazer o vestibular, passar para uma faculdade, ser dona da minha vida e do meu destino. Como ninguém queria me deixar sozinha, Mariana dormia aqui quase sempre, Muralha estava aqui todos os dias junto com o restante dos meninos, colocaram mais alguns vapores por aqui ao redor da casa e além do Marola tinha o Magrão que também que acompanhava por todos os cantos que eu ia. Acabei fazendo uma nova amizade em especial, era um menino novo que se mudou para o morro á um mês, por ser um menino super simpático e preocupado se tornou parte do meu grupo. Agora somos um triozinho da sala, não me sinto mais sozinha e fofoca é garantida.
Rocinha, 11:45 da manhã.
Mari: Lá em casa então?
Luíza: Melhor na minha né.
Samuel: Aí Lu, desculpa mana... mas não vou lá na sua casa, não.
Luíza: Ihhhh Samuel, para de graça. Você vai sim e fim de papo.
Mari: Vai rolar um almoço gostosinho?
Luíza: A gente pede para os meninos buscar marmita ou eu faço uma lasanha.
Samuel: Hm, então eu vou!! Aí, então eu vou! Podia ter falado antes né?!
O papo continuou por um tempo, até que o sino bateu, o Marola estava lá na frente me esperando, eu sai junto com a Mariana e o Samuel. Seguimos para a casa, avisei ao Muralha por mensagem que o Samuel estaria indo ali para fazermos um trabalho e que se ele quisesse ele poderia ir ficar com a gente lá ou deixar o Marola na contenção. Enquanto conversávamos coisas aleatórias, subimos o morro até a casa do Badá, hoje fariam três meses que aquele idiota simplesmente arrumou as coisas dele e saiu dizendo que iria para uma missão. Quando cheguei em casa, os vapores ficaram nos olhando e um deles falou comigo.
Magrão: Aí Lu, a entrada de outras pessoas que o patrão não conhece, não é autorizada. Sabe como é.
Luíza: Mas eu tô autorizando.
Magrão: Não é assim que funciona.
Luíza: Ele vai entrar comigo e fim de papo.
Magrão: O patrão não vai gostar.
Luíza: Não ligo para o que teu patrão gosta ou não. Ele vai entrar comigo, o máximo que você vai poder fazer é avisar para o teu chefe, então avisa quando ele decidir voltar para a casa.
Entrei em casa com a Mari e o Samuel. Vi a tv ligada, fui até a sala, olhei ao redor e nada. Achei estranho já que não lembro de ter deixado a mesma ligada mas segui até meu quarto junto com os dois, conversando e dando várias risadas altas. Quando eu terminei de subir as escadas, eu senti o cheiro do perfume amadeirado que o Badá costumava usar, respirei fundo e senti um frio na barriga... quando abri a porta do quarto, vi aqueles olhos azuis de longe me esperando entrar no quarto, eu olhei bem para ele, nisso o Samuel apareceu atrás de mim na porta e o Badá levantou da cama em questão de segundos. Veio na minha direção na maior agilidade e deu uma encarada bolada no Samuel.
Badá: Que porra é essa Luíza? Quem é esse mano aí?
Badá: Em caralho, tô falando com você!
Luíza: Badá.
Badá: Responde a minha pergunta.
Luíza: Gente, desce ali na sala rapidinho.
Badá: Ninguém vai sair daqui, anda porra.
Badá: Tá ficando louca?
Eu entrei no quarto, me virei para eles e pedi para eles descerem novamente. Fechei a porta e me virei na direção do Badá.
Luíza: Para de gritar comigo, eu quem te pergunto, tá ficando louco?!
Ele se aproximou mais de mim, segurou no meu braço e me encarou.
Badá: E tu? Perdeu a noção do perigo? Que porra é essa, Luíza?!
Luíza: Trabalho de química e eu vou fazer com o meu grupo.
Badá: Ah claro, trabalho...
Luíza: Me solta.
Ele me soltou, fechei a minha cara legal e retribui a encarada.
Luíza: Você acha que eu sou o que?!
Badá: Quem é esse moleque? Como ele entrou no morro e ninguém me avisou? Como ele vem assim na minha casa e eu não sei? Virou bagunça nessa porra?!
Luíza: Fala baixo e para de cena. Ele mora no morro, ele estuda comigo e se quiser mais informação puxa a ficha dele.
Badá: Tu tá muito folgada Luíza, melhor tu repensar as tuas atitudes.
Luíza: Eu sou folgada?
Luíza: É Badá, fiquei aqui durante três meses sozinha, sem noticias suas, sem saber se tava bem ou se estava mal. Não sai para lugar nenhum além da escola, passei Natal e Ano novo sozinha assistindo televisão porque você tinha dado ordem direta para mim não sair de casa. Eu respeito você o tempo inteiro, faço tudo o que você me pede e ainda sim eu sou a folgada? Folgada por quê? Porque preciso de nota para um trabalho da escola?!
Luíza: Francamente.
Luíza: Mas esperar o que de alguém que só sabe resolver as coisas na base da agressividade.
Luíza: Você é patético.
Virei as costas, abri a porta e quando fui sai do quarto. Ele me chamou, mantive a minha postura, fechei a porta, fui na sala, eles já tinham aberto os livros, Mariana estava pesquisando algumas coisas no celular, peguei meu caderno e fui revisando o matéria. Passou um tempo, ouço barulho nas escadas e sinto um frio na barriga novamente.
Badá: Aí Mari, suave?
Ela respondeu e ele logo falou com o Samuel.
Badá: Aí menor, foi mal aí, não sabia que tu viria aqui na minha casa, pode fica a vontade... mas não tanto.
Samuel: Tudo bem lindo, não precisa se preocupar comigo, gosto da mesma coisa que ela.
O Badá me olhou, olhou para o Samuel e deu risada.
Badá: É, espero não precisar me preocupar mesmo.
Ele foi saindo, abriu a porta e me olhou de longe. Mando um beijo, fechou a porta e saiu. Passou algumas horas, parte do trabalho estava pronta, eu tinha que arrumar a casa e fazer mais algumas coisas por ali. As meninas foram para casa, eu fui passar um café e ajeitar a cozinha depois de ter arrumado o restante dos outros cômodos.
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ФанфикEu sempre fui uma sonhadora, mas vi meus sonhos se esvaindo ao ser vendida para um dos maiores do Rio de Janeiro.