9º 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜

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Eu olhei para todos ali presente, me levantei, fui até a porta da lojinha, fiquei observando a movimentação do beco, mas era para pensar melhor, acendi um cigarro e comecei a fumar o mesmo.

Badá: Aí família, amanhã eu broto por aqui. Só me incomodem se for algo importante, antes disso não.

Me levantei e sai. Fui até o carro estacionado na entrada do beco, assim que entrei ele comecei a pensar novamente nas coisas que os meninos tinham mencionado sobre ela e sobre as minhas atitudes. Decidi passar no mercadinho levar algumas coisas para casa. Demorei uma cota até comprar tudo que era preciso, mas comprei... e fui para a casa. Já desci do carro com algumas sacolas, entrei em casa e fui retirando toda a compra de dentro do carro. Os menor que cuidam a segurança do meu barraco mc v e deram um apoio para levar tudo para dentro de casa.

Badá: Ai menozada valeu.

Peguei as últimas sacolas e entrei na casa.

LUÍZA NARRANDO

Do nada fui na cozinha por conta de uns barulho estranhos, quando eu me deparo com várias sacolas em cima da mesa, vi uns dois vapores aparecerem com várias sacolas com comida, bebidas, muitos doces, salgadinhos, produtos de limpeza e higiene pessoal. 

Luíza: O que houve?

Nisso o Badá aparece com mais algumas sacolas e então eu começo a abrir as portas dos armários olhando onde eu iria guardar tudo aquilo.

Badá: Quer ajuda pra guardar tudo isso?

Luíza: Se você quiser, eu aceito sua ajuda.

Badá: Não se acostuma, isso não acontece sempre.

Luíza: Você é muito folgado, sabia?

Badá: E tu é muito marrenta.

Luíza: Você testa meus limites.

Badá: Eu quero testar os seus limites mesmo.

Luíza: Depois não pode reclamar das consequências.

Badá: Tá me ameaçando?!

Luíza: Não, apenas me adaptando ao seu mundo.

Ele ficou quieto, lá fomos nós guardar as coisas, cada sacola que eu abria eu via algo que eu gostava de comer, ficamos em silêncio, quando terminamos eu fui fazer comida e ele foi tomar banho. Depois que tudo estava pronto, fui para o meu quarto, tomei um banho demorado, lavei bem os meus cabelos e deixei os mesmo secar naturalmente. Vesti uma lingerie, uma calça de moletom rosa, uma blusa coladinha branca, me ajeito e fui jantar. Quando cheguei na cozinha, ele estava lá sentado, tomando uma cerveja me esperando, eu tinha preparado um strogonoff de frango com arroz, vinagrete e batata palha. Desviei meu olhar para o Badá e o mesmo estava sem camisa. Aqueles braços fortes e tatuados. Aquele peitoral definido com várias tatuagens também, dava para ver algumas cicatrizes, meu deus, ele me olhou sério e eu me sentei ali já sem respirar... ôh homem gostoso. Ele se serviu e eu me servi. Jantamos quietos, quando terminei de tirar tudo da mesa, ele se levantou e veio até mim. Segurou na minha cintura me fazendo virar para ele com rapidez, ele deu uma leve apertada na mesma e me encarou fazendo eu fixar meus olhos aos seus.

Badá: Não é sempre que eu vou aliviar pra tu não, tá ligada? Então não fica metendo o loko por aí não.

Badá: Tu pode pegar as coisas lá na mercearia e deixar que eu acerto depois.

Badá: O que tu precisar é só dá um salve nos moleque e manda me chamar ou eles mesmo resolve.

Badá: Quero a casa limpa, comida feita e as minhas roupas lavadas e não quero tu andando por ai visão.

Badá: troquei uma ideia com os moleque, Marola e o Magrão vão fica na tua bota.

Me soltou e se virou. Saiu caminhando se afastando um pouco de mim, bufei de ódio, a expressão dele naquele momento parecia que ele estava fazendo isso para me provocar e conseguiu.

Luíza: Se você acha que vai ficar me dando ordem, você está muito enganado.

Ele simplesmente pegou a cerveja em cima da mesa, me encarou por um tempo e mordeu os lábios ao perceber que eu estava ficando nervosa.

Badá: É o que veremos então.

Badá: Vê se não demora para ir dormir, você tem aula amanhã e não quero que se atrase.

Luíza: Não brinca comigo, é uma péssima ideia.

Badá: Boa noite, Lu. E saiba que tudo o que acontece aqui, eu sei... então já sabe né?! Fica esperta na tua caminhada.

Quando ele saiu da cozinha foi direto para o quarto, eu terminei de arrumar a cozinha, deixei tudo pronto e fui para o quarto. Quando estava no corredor, percebo que a porta do quarto do Badá, estava entre aberta, passei em frente a mesma e o vi. Ele falava com alguém no telefone e parecia bravo... 

Badá: Vai toma no cu porra, passa logo todo mundo, qual é o motivo dá emoção? Tá com dó?! 

Badá: Esqueceu como se puxa um gatilho? Faço tu lembra rapidinho.

Badá: A regra é clara, não tem a grana, mata. E é para matar todo mundo, não pode sobrar um. Não se deixa registro e nem informante.

Sem querer eu esbarrei num aparador próximo a porta e acabei fazendo um barulho que chamou atenção e eu saí dali andando rapidamente para o meu quarto antes que ele falasse algo. Tranquei a porta, me deitei e fui dormir. Mas antes de dormir voltei a pensar na minha mãe, choro um pouco e adormeço.

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    Alguns dias depois...

Conforme os dias passaram conversamos algumas vezes, o básico e ele sempre soltava as suas gracinhas. Mas mesmo assim conversamos, não era todos os dias e nem todas as horas era apenas quando ele estava de bom humor ou quando eu estava de bom humor. Todos os dias eram a mesma coisa, escola, cuidar da casa, fazer meus trabalhos e todos os afazeres domésticos. Desde quando eu cheguei aqui, ele dormiu apenas uma noite fora, mas sempre chegava tarde e as vezes bem estressado. Numa dessas noites tive o desprazer de levantar de madrugada, bateu sede e fui até a cozinha pegar um copo de água. Quando eu cheguei na cozinha, na minha cabeça só passava uma coisa, ''Por que não fiquei no meu quarto?''. Tive que me deparar com uma cena que mexeu um pouco comigo e me deixou incomodada. Ele estava sentado na cadeira com a cabeça inclinada para trás, com os olhos fechados, na frente dele havia uma mesa, com restos de pó sobre a mesa, uma faca, uma pedra branca e outras coisas mais. Quando eu acendi a luz, ele abriu os olhos e me encarou.

Badá: Tá fazendo o que aqui?

Luíza: Nada.

Luíza: Você, você quer ir para a cama?

Badá: Se eu quisesse, já estaria lá. Não preciso de você, volta para o seu quarto.

Luíza: Se você não precisa, porque me mantém aqui em cárcere?!

Badá: Porque você é minha.

Ele me deu uma encarada que eu fiquei sem ar, passou a mão na cabeça e me olhou novamente com as pálpebras quase se fechando.

Badá: Vai para o seu quarto, agora.

Nem peguei a água, só voltei para o quarto e foi tentar dormir. Mas... foi difícil aquela cena se repetia na minha mente e me deixando com medo.

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