42° 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜

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Médico Carlos: Bom, ela está sedada.

Médico Carlos: Tem alguns cortes na cabeça, mas está fora de perigo.

Médico Carlos: Você foi o responsável pelas agressões á sua mulher?

Badá: Não, claro que não.

Médico Carlos: Como é seu nome, meu filho?

Badá: Badá.

Ele me encarou, encarou os meninos que estavam comigo e ele me olhou de cima a baixo.

Médico Carlos: Você é o famoso Badá, já ouvi muito sobre você, mas nunca tinha visto você.

Médico Carlos: Prazer, Doutor Carlos.

Badá: Prazer Seu Carlos, mas e ai minha mulher vai sair daqui quando, doutor? Como ela está? Ela já acordou?

Médico Carlos: Bom, sobre isso...

Médico Carlos: Ela vai receber alta amanhã, mas precisará de muito repouso, ela e o bebê estão em situação de risco por conta dos impactos causados pelos chutes.

Eu ouvi aquilo e levei um susto. Na verdade, todo mundo tomou, nos encaramos e então encarei o tal do Carlos.

Badá: Que bebê doutor, tá chapando?

Médico Carlos: Sim, Badá. Sua mulher está grávida de 5 semanas.

Badá: Como assim grávida? Ela toma remédio, mó certinha com isso.

Médico Carlos: Com um bebê na barriga, desenvolvendo. Mas por conta dos chutes parte da placenta se descolou e por isso a gravidez se tornou de risco.

Parei um tempo pra pensar, eu não estava sabendo lidar com aquilo e como assim um bebê? Ela toma remédio, ela se cuida, nunca precisamos usar camisinha por causa disso, eu sentia várias emoções naquele momento, meu corpo estava travado e o que ele disse ecoava na minha cabeça. Passei a mão na cabeça e abri um sorrisão... porra eu vou ser pai caralho. Vou ter um filho, inesperado... mas a sensação é de êxtase só de pensar que dentro daquele corpinho lindo, o amor da minha vida está gerando um filho meu, uma pessoa que eu vou amar, cuidar e dar a vida se for preciso... é um pedaço de mim que Deus me enviou de presente.

Badá: Ai bandidagem, eu vou ser pai de uma cria com a maluca.

Olhei para o médico e o agradeci. Os meninos me abraçaram e eu me acalmei ao saber ela que estava bem. Que ela foi forte por ela, pela nossa criança, na moral... eu amo essa mulher ainda mais agora que ela me deu uma família, a minha família...

Muralha: Pai?

Mariana: Eu vou ganhar um afilhado, como assim?

Luizinho: Obrigado Deus!!! Só benções

Luizinho: Parabéns padrinho.

Me abraçou e continuamos a conversar até eles irem embora. Eu fiquei ali, queria mesmo era entrar naquele quarto, dormir agarrado com ela e com a minha cria. Quando me sentei na poltrona, antes de cochilar eu orei, agradeci pela vida dela, do meu filho e infelizmente lamentei pelos parceiros que perdi. Mas nessa vida é assim, mata ou morrer. Durante minha oração pedi por todos nós proteção, sabedoria e coragem.

Passei minha noite na sala de espera, tive que esperar até de manhã, pois ela ganharia alta.

Rocinha, 07:15 da manhã

Acordei com uma enfermeira me chamando, dizendo que a Luíza estava liberada, só estava tomando o último medicamento e depois eu poderia levá-la para casa. Me liberaram para ir no quarto dela, cheguei no mesmo e parei na porta. Fiquei olhando ela de longe, estava com os olhos perdidos olhando cada detalhe do quarto onde estava e parecia ansiosa.

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