𝐼𝑡'𝑠 𝑌𝑜𝑢𝑟 𝐷𝑒𝑐𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛___𝐾𝑎𝑡𝑠𝑢𝑘𝑖 𝐵𝑎𝑘𝑢𝑔𝑜𝑢

3rd Chapter

Depois da faculdade, cheguei mais tarde em casa, já que havia ido junto com Jirou até sua moradia para ajudá-la com as coisas da viagem.

- Não liga para a bagunça.- Falei fechando a porta depois que passamos por ela.

- Bagunça? Se isso for bagunça o meu quarto é pior que o lixão e um chiqueiro juntos.- Disse indignada deixando suas coisas na sala de estar, e eu ri.

Subimos as escadas até o meu quarto, Jirou se jogou na cama, e eu peguei duas malas e as bags da minha bateria de dentro do guarda-roupa.

Arrumei apenas as roupas, iria deixar o resto separado para eu guardar no dia seguinte, já que alguns eu iria usar - como o meu desodorante.

- Caralho, você é bastante organizada.- Disse abrindo as minhas gavetas.

- Eu sei.- Sorri simples.- Me ajuda com a bateria, por favor?- Ela assentiu e veio até mim.

Desmontamos a bateria, guardamos cada uma em sua bag e deixamos tudo em um canto do quarto.

Depois, voltamos para o andar de baixo e fomos até a cozinha, onde fizemos a nossa janta, que no caso era sucrilhos/cereal.

- {Nome}.- Chamou, e eu olhei para ela.- Tem algum dinheiro que seus pais deixaram guardado para caso de você precisar?

- Sim, por quê?

- É que você sabe que terá que pagar as contas da casa sozinha, não é?- Assenti com a cabeça.- Então, como você estará fora, e algumas coisas irão ficar ligadas, teremos que achar alguém para pagar essas porras enquanto viajamos.

- Já pensei nisso.- Ela bufou.

- Óbvio que já, não sei nem porque falei.- Resmungou, e eu ri.- Mas quem vai ser?

- A minha tia, mas ela ainda não sabe.- Sorri simples.- Ela já fez isso para os meus pais quando eu decidi ir viajar com eles.

- Ata, naquele tempo em que você não apareceu na faculdade por um tempo e teve que fazer tudo pela internet?- Assenti com a cabeça.- Tá bom.

Terminamos de comer, lavamos, secamos e guardamos a louça que havíamos sujado.

Após isso, fomos para a sala de estar e ficamos conversando - na verdade fofocando da vida dos outros, porque é uma das melhores coisas que fazemos quando estamos sozinhas.

[...]

As horas se passaram rápido, e quando nos demos conta, já eram quase 23:00 da noite.

Corremos para o quarto, trocamos de roupa - ambas ficando apenas de blusão e roupa íntima - e nos jogamos na cama para dormir. Mas, claro, antes de pegarmos no sono, rimos e conversamos por mais um tempinho.

- {Nome}, estou pensando seriamente se fico com alguém lá de Tóquio, porque, tipo, obviamente não vai durar mais do que três meses.- Ela cochichou.

- É verdade, mas você pode tentar pelo menos.- Dei de ombros.

- Só que eu tenho certeza que vou me apegar, daí quando chegar o dia de ir embora, eu vou chorar o Rio Tietê inteiro.- Ri de sua piada.

- É tenso, só que eu acho que você está se precipitando demais, não estamos nem no avião ainda.

- Ainda, {Nome}, ainda.- Murmurou.

Ficamos em silêncio, até que ela me abraçou, e eu retribuí.

- Boa noite.- Disse ela.

- Boa noite.- Respondi.

[...]

No dia seguinte.
07:26.

Nesse momento, eu e Jirou, além do resto dos alunos da minha classe, estamos esperando o diretor Nezu
aparecer com seu ônibus na frente da faculdade.

Ele iria levar a gente até o aeroporto e nos acompanharia por toda a nossa viagem, até quando estivermos em dentro da escola e nos dormitórios.

Irei enjoar desse cara.

Peguei um chiclete de dentro da minha mochila, abri o mesmo e coloquei na boca. Estava tudo ótimo, até eu me dar conta de que haviam várias mãos estocadas na minha direção, todas querendo o que eu mascava.

- Não tenho mais.- Menti, e eles soltaram o típico "A" de derrota.

Escutamos algo se aproximando e direcionamos nossos olhares para o ônibus que se aproximava.

- Finalmente.- Jirou disse aliviada.

O transporte parou na nossa frente e a porta se abriu, alguns homens saíram de lá e pegaram as nossas malas. Atrás deles, estava Nezu.

- Olá, alunos e alunas.- E lá estava aquele mesmo sorriso.

Após algumas baboseiras e avisos falados pelo diretor, entramos no ônibus e nos acomodamos em nossos lugares. Obviamente, Jirou sentou ao meu lado.

Peguei meu fone e celular do bolso do moletom, conectei um com o outro e olhei ao redor. Puto barulho do caralho.

Coloquei os fones no ouvido, liguei Running Up That Hill para tocar, olhei para a janela e relaxei.