57th Chapter

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Dois policiais entraram no dormitório, um deles mandou Jirou ir para o seu quarto, depois cada um sentou em uma cadeira próxima da cama. E então, começaram a falar o que eu esperava.

- Quando chegamos lá no bar que seu amigo Bicolor mencionou, não havia ninguém.- Um dos policiais afirmou.

- A única coisa que havia lá, eram vários tabletes de maconhas e algumas pessoas machucadas estiradas chão.- O outro falou.

Esse, tirou um bloquinho de notas e uma caneta do seu bolso, fazendo eu me lembrar do desgraçado do "garçom". Isso me fez pensar em algo para dizer em relação ao mesmo mais tarde.

- Bom, vamos à primeira pergunta.- O cara do bloquinho começou a falar.- Como era o homem que atendeu você?

- Ele estava vestido de garçom, obviamente. Seus olhos eram pretos, assim como seu cabelo. Alguns de seus dentes eram de ouro, outros de prata...- Continuei descrevendo o homem, tentando ser o mais claro possível.

[...]

E assim se passou praticamente um dia de entrevista. Na minha cabeça, as perguntas que os policiais fizeram para mim e a cena de todo aquele caos, continuavam passando na mesma repetidas vezes, como se fosse um filme.

Afinal de contas, eu não conseguia me sentir em paz, porque os dois PMs me disseram que eles mandaram mais homens para fazerem uma ronda pelo local, mas até agora não encontraram bosta nenhuma.

Passei minhas mãos pelos meus cabelos, pensando em como seria agora em diante, sem a garota que eu mais amo ao meu lado e não ter nenhum sinal de onde a mesma pode estar.

Sei que eu deveria estar preocupado com a apresentação de amanhã, mas isso é de menos para o que está acontecendo.

O mundo caiu na minha frente, e o pior de tudo, é que eu não pude fazer nada - mas mesmo quando consegui agir de alguma forma, falhei miseravelmente.

Foi quando uma enfermeira entrou, que me dei conta que estava chorando desesperadamente. A mulher tentou me acalmar me entregando um copo d' água, mas eu nem sequer consegui segurar ele.

Ela soltou um suspiro e começou a fazer as suas anotações, às vezes me olhava pelo canto de olho e fazia uma cara como se conseguisse sentir a minha tristeza.

Mas eu não liguei, de qualquer forma. Apenas continuei chorando e me xingando mentalmente por não ter feito mais do que consegui, por não ter prestado mais atenção.

Sou um completo fracassado, um idiota, um babaca. Faltava pouco para conseguir salvá-la, para livrá-la daqueles filhos da puta do caralho, mas eu nem sequer conseguia encostar ou dizer algo pela última vez para {Nome}.

Mordi meu lábio inferior para segurar a vontade de querer gritar, pois sabia que isso não adiantaria nada - eu ia continuar ali, naquela cama de hospital.

Nenhum dos meus esforços valem a pena, todos são mais algumas perdas de tempo.

- Mas eu ainda gostaria de continuar lutando.- Cochichei, e a enfermeira me olhou sem entender.

- Você será liberado amanhã de manhã, ok? Agora tente descansar.- Ela sorriu simples e depois se retirou do quarto.

"Nem adianta tentar, eu não vou conseguir dormir."- Afirmei para mim mesmo mentalmente e soltei um suspiro, era o milésimo do dia.

𝐼𝑡'𝑠 𝑌𝑜𝑢𝑟 𝐷𝑒𝑐𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛___𝐾𝑎𝑡𝑠𝑢𝑘𝑖 𝐵𝑎𝑘𝑢𝑔𝑜𝑢Onde histórias criam vida. Descubra agora