𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 || 𝑵𝒐𝒂𝒏𝒚

6

Noah Urrea

NY, Queens 23:00 PM.

Entrei no clube, junto com Josh. Me joguei em um dos sofás e ergui a mão chamando uma garçonete, que logo me trouxe uma bebida.

- não deseja nada mais, senhor? - a loira se pronunciou, mordendo o lábio inferior.

- sim, que você suma da minha frente - disse de forma ignorante.

Ela arqueou a sobrancelha incrédula, não aceitando que acabara de ser rejeitada.

- tá surda, porra? - indaguei exasperado.

Assim que a mulher saiu do meu campo de visão, tratei de olhar ao redor. Mas, nada parecia diferente da última vez que estive aqui.
Tomei mais um gole da minha bebida, com os pensamentos longe.

Até que fui despertado por gritos animados e enlouquecidos. Tais atraíram minha atenção, até um palco onde um homem fantasiado de policial dançava de forma sensual para uma mulher que tinha os punhos presos numa algema presa, fazendo que seus braços ficassem erguidos.

Não dei muita atenção, até que ele a soltou e puxou seu corpo para perto do dele, meio tímida ela iniciou uma dança sensual. Eu queria desviar meus olhos dali, mas de alguma forma parecia estar preso.

- caralho... - disse Josh, estarrecido.

- surgiu da onde, miséria? - o olhei, após o pequeno susto.

- não importa, mas tu viu a Any? - indagou.

Um grande ponto de interrogação se fez em minha cabeça e antes que pudesse pensar disparei:

- onde? Cadê ela? - perguntei olhando para os lados.

- tá muito interessado para alguém que odeia a brasileira com todas as forças - zombou, mexendo a sobrancelha de forma sugestiva.

- eu só... Eu não te devo explicação nenhuma, ok?! - falei após me recompor.

- mas, para matar sua curiosidade... - ele colocou a mão sobre meus ombros fazendo eu virar para o lado - se liga naquilo ali - disse por fim.

Meus lábios se abriram lentamente. Any Gabrielly, dançava sozinha, de forma erótica, com as mãos deslizando pelo corpo bem moldado no pequeno vestido azul marinho. Nem parecia a mulher séria e fechada que eu conhecia.

- meu amigo, eu não sabia que a marrentinha conseguiria ser tão sexy - o loiro brincou, me trazendo a órbita novamente.

Virei abruptamente, vendo um sorrisinho sacana em seu rosto, sem medir minhas ações, avancei sobre ele, segurando meu melhor amigo pela cola da camisa.

- acho melhor calar a porra da boca, antes que eu arranque todos os seus dentes e sua língua com o alicate de unha - rosnei em sua cara, falando em tom baixo e ameaçador.

As pupilas azuis como oceano do loiro estavam dilatadas, o soltei empurrando-o com força desnecessária. Josh me encarava perplexo, eu nunca havia se quer sonhado em aumentar a voz para ele, muito menos proferir ameças.

- cara... - ele abriu a boca para falar algo.

Mas, eu o ignorei. O que eu estava fazendo? Porque estava agindo daquela maneira?

Olhei novamente para o palco e a cena a seguir fez meu sangue ferver - mais ainda, se fosse possível - . Agora, ela dançava se esfregando no homem que estava adorando tocá-la como se tivesse total intimidade para isso.

Eu não sabia o porquê, mas sentia meu coração bater como louco dentro do peito. Aquela mulher, acabava comigo. No pior sentido da frase, cerrei os punhos, apertando-os, tentando controlar aquela sensação que me corroía.