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Any Gabrielly

NY Manhattan, 19:30 pm.

Bati a porta da sala de Noah, assim que sai e me encostei na mesma, aproveitando o corredor vazio para soltar todo o ar que nem sabia que estava prendendo.

Minhas pernas tremiam, minha respiração ofegante, me sentia um pouco desconcertada, ainda por cima com a calcinha umedecida. Além disso minha o tecido de minha saia roçava, contra minha pele, fazendo a ardência ser maior.

Maldito, como deixei que ele me tocasse daquela forma? Que me batesse?

O pior de tudo, eu tinha gostado daquilo. Sentir as mãos fortes daquele desprezível, me segurando firmemente, ora estapeando minha bunda, ora a massageando. Suas mãos percorrendo meus quadris e cintura.
Seus lábios contra minha pele e...

- não, não não! - falei, batendo em minha própria testa.

- larga de ser burra, ele só quer te comer! - finalizei minha auto repreensão.

Olhei para o lado e percebi que Sina me olhava sem entender bem o que estava se passando. Ajeitei minha postura, acenei brevemente sem graça, desencostei e segui caminho para fora dali, agradecendo aos céus por não precisar vê-lo mais por hoje, pelo menos.

(...)

Respirei fundo, prendendo meu cabelo num coque, não precisava me arrumar tanto. Mas, estava sem coragem para olhar na cara do Urrea.

Minha boba e inútil tentativa de não vê-lo foi por água abaixo, calculei mal falta poucos dias para o casamento, já que o contrato foi restabelecido. Não teve tempo de simplesmente desfazer tudo que já estava planejado. E como no planejamento inicial, no dia de hoje estava previsto para conhecer a casa que eu iria residir.

Saí do quarto, e fui em direção a sala.

Assim que cheguei, vi meu pai e o Urrea conversando de forma amigável, eu diria. Meu pai me olhou assim como Noah e ambos levantaram e me observaram caminhar.

- bom, fico feliz que tudo tenha se acertado - disse meu pai, ainda sério, porém, com uma expressão agradável.

Observei meu pai, que agora estava mais tranquilo, nem parecia que me tratara como tamanho desdém e grosseria anteriormente.

- certamente, não posso deixar de pontuar que, Gabrielly tem uma forma de persuasão interessante e muito eficaz - comentou o Urrea, me olhando com um olhar perverso.

Engoli seco, me lembrando dos acontecimentos em sua sala. Noah ainda me encarava de forma que fazia correr calafrios em minha espinha.

- bom - cocei a garganta - não só basta ter boas estratégias, tem que saber colocar em prática - arquei a sobrancelha e soltei uma piscadela rápida.

Logo após o pequeno diálogo, Noah e eu saímos da casa, indo até seu carro.

Assim que entramos, ele me olhou e disse:

- se seu paizinho souber como funcionam suas estratégias de persuasão...- se referiu aos acontecimentos de sua sala.

- quando está calado, pode até se passar por uma pessoa menos podre - rebati rapidamente, me ajeitando no banco do carona. Enquanto ele manobrou, saindo do perímetro da casa dos meus pais.

- eu gosto desse seu jeito atrevido, Gabrielly, mas, irei colocá-la no eixo - sorriu abertamente.

- isso está além da sua capacidade, não se esforce tanto - ri o provocando, então, sua mão esquerda continuava no volante e rapidamente a direita segurou meu queixo, me puxando de forma abrupta.

- ah Soares... Não duvide de mim, posso fazê-la comer na palma da minha mão e implorar que eu te foda, até a porra das suas belas pernas não aguentarem. Posso também te tornar tão devota e fiel a minha a ponto de cegar seus entendimentos - disse baixo e confiante. Um completo babaca.

Nossos rostos estavam próximos, ele continuava dirigindo e acelerando gradativamente, sem ao menos desviar o olhos dos meus.
Ele sabia como intimidar, manipular, amedrontar, mas não iria me permitir afundar nesse jogo.

- não me trate como eu fosse um objeto que você pode ter a qualquer momento, muito menos como uma bitolada! - falei, segurando seu punho e puxei com força, retirando a sua mão de meu rosto.

Ele voltou a dirigir olhando apenas para a estrada e um silêncio sepulcral tomou o carro.

Alguns quilômetros imersos naquele silêncio, chegamos em nossa futura casa. Era grande, discreta, cores frias, tudo em branco e cinza, com alguns detalhes preto fosco. Os móveis eram impecáveis de tão brancos e polidos era capaz de ver o meu reflexo.

Era elegante e nenhum milímetro fora do lugar. Noah observava a casa, olhando tudo como se lembrasse donde cada coisa foi deixada, seu rosto não expressava nada específico, parecia imerso nos seus pensamentos. Ao mesmo tempo, podia se notar a insatisfação estampada em seu rosto, provavelmente por ter que dividir a casa comigo e se fosse por esse motivo, eu estava na mesma.

Caminhamos pela casa, conhecendo alguns cômodos. E eu já estava cansada. Tudo era imenso e glamouroso, luxuoso demais só para nós dois.

O resto dos dias foram lotados com os preparativos do casamento...

(...)

NY, Manhattan 21:00 pm.

- como se sente? - indagou Hina ansiosa. Enquanto me ajudava a fechar meu vestido.

- sinceramente, nada relevante. Só quero que acabe logo - informei e vi pelo reflexo do espelho ela assentir.

Meu "casamento" no caso seria apenas uma cerimônia com todos os colaboradores da máfia para me apresentar como esposa do Urrea e unificar a aliança entre as duas famílias. Seguida de uma festa no cassino de meu pai, em Upper West Side.

Empolgante demais! Reviro os olhos, enquanto penso.

- mais gostosa que isso, é impossível! Puta que pariu, da uma voltinha - diz minha melhor amiga sorrindo, seguro sua mão e faço o que ela pede e acabo por rir também.

Após isso, me olho no vestido de cor branco gelo, tomara que caia longo com uma fenda lateral. Que me deixava realmente bonita, além de ser elegante. Olhei minha maquiagem, revisando tudo, um delineado esfumado, destacando meus olhos. Na boca um batom vermelho como sangue, em minhas mãos luvas da mesma cor do vestido que iam até o cotovelo. E meus cachos soltos e esvoaçantes.

Virei para Hina a analisei, ela usava um dos seus milhares e fiéis terninhos, dessa vez um preto e a camisa branca com alguns botões abertos. Os cabelos soltos jogados de lado, e a franja caída sutilmente sobre a testa. Estava perfeita.

- pensando bem, acho que posso mandar o Urrea ir pro inferno e ficar com você - pisquei, sorrindo em seguida.

- só vejo vantagens, inclusive prefiro - riu e pegou seu paletó.

Respirei fundo e saímos de sua casa, caminhando até seu carro. Em tempo, chegamos aí cassino, Hina abriu a porta do carona pra mim e disse:

- ainda dá tempo de desistir, qualquer coisa sinaliza. A gente mete o pé e foda-se tudo e todos - prestou seu apoio.

- não me faça propostas tentadoras - abri um sorriso e jogando meus cachos para trás.

Passei a mão pelo vestido outra vez o alinhado e delicadamente, ajeitei o canivete preso em minha coxa na liga de manhã minha lingerie.

𝐍𝐨𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐚𝐮𝐭𝐨𝐫𝐚: apenas para não acharem que morri. Sei que estou inativa, mas não desistam de mim🤠

𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 || 𝑵𝒐𝒂𝒏𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora