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Noah Urrea

NY, Upper West Side  01:45 pm.

O trajeto de volta para casa foi em silêncio, para uma mulher extremamente falante, ver Any calada era uma grande novidade, apesar disso apreciei o silêncio.

Encolhida no banco do carona, enquanto olhava para a rua através da janela, parecia pensativa.

- Gabrielly - chamei, mas nada.

Me aproximei e vi que estava num sono profundo, pelo visto muito necessário, a balancei, chamando-a novamente algumas vezes, mas nem se mexia.

- era só o que me faltava - resmunguei, após colocar o carro na garagem.

Sai do carro, abri a porta doutro lado e peguei a mulher em meus braços como uma noiva. Ela se aninhou como se procurasse conforto e senti sua pele gelada por conta do vento frio.

Olhei Any que prosseguia imersa num sono tranquilo, a deixei em sua cama, saí fechando a porta do quarto e seguindo para o meu que era bem enfrente.

(...)

NY, Manhattan 08:30 am.

- morreu aí dentro, porra? - indaguei impaciente, batendo na porta de seu quarto.

- sim! - rebateu, atrevida como sempre.

- Gabrielly, se eu entrar aí, vou arrancar você do jeito que estiver! - passei a mão no rosto.

Primeiro eu estava inconformado pelo fato de ter que ir ao clube, já estava prestes a desistir quando ela abriu a porta do quarto.

- você é insuportável - reclamou e me empurrou levemente, fazendo eu sair da frente.

- ou ou ou, onde acha que vai assim? - perguntei, vendo que usava um vestido soltinho, porém curto demais.

- vender meu corpo - riu zombeteira, me ignorando.

Haja paciência!

Antes que ela inventasse de voltar no quarto para pegar algo, saímos. No caminho Any se mantinha em seu próprio mundo, cantarolando músicas que tocavam em seu fone e fazendo uma dança esquisita. Sua tranquilidade era invejável.

Eu por outro lado me sentia uma pilha de nervos, encontrar Nicolas depois de alguns anos não era o que eu desejava, ele era o que podemos chamar de irmão que deu certo. Meus pais tinham um orgulho imensurável daquele estorvo.

Quando mais novo vivíamos em pé de guerra, sempre tentando um ser melhor que o outro, sempre se sabotando, mas aquele miserável se destacava sempre em tudo!

- chegamos - falei sem ânimo, ao estacionar o carro.

Any já estava pronta para sair do carro quando segurei seu pulso.

- antes de irmos. Saiba: não saia de perto de mim, não fiquei dando bola para as idiotices que Nicolas irá falar - passei as coordenadas.

- incrível como você acha que me manda - desdenhou, dando um leve tapinha em meu queixo.

Caminhando para a entrada do clube, vimos meus pai e Nicolas com sua noiva nos esperando.

- Fratello! - disse sínico, vindo ao nosso encontro.

- Nicolas! - exclamei no mesmo nível de cinismo e me limitei a um aperto de mão.

- quanto tempo não nos vemos, meu caro - foi cortês e se direcionou a Any - então, essa é Any Gabrielly?

- olá -  ela o cumprimentou simpática, e Nicolas se inclinou dando um beijo nas costas da mão dela, me fazendo revirar os olhos.

- olha, pra fazer o Noah se casar só tem duas opções: ele está extremamente apaixonado ou você foi obrigada a casar com ele. A última é a mais provável - zombou, como se fosse um segredo.

𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 || 𝑵𝒐𝒂𝒏𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora