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Any Gabrielly

NY, Manhattan  11:00 am.

Nas horas seguintes Noah permaneceu em casa, me auxiliando no que eu necessitava, me carregando no colo pela casa, para que eu evitasse ao máximo por os pés no chão e agravar a situação das queimaduras.

Preparava as refeições,  perguntava se eu estava confortável, se mostrava prestativo e preocupado. Traços que nunca imaginei encontrar em sua personalidade ou comportamento retraído. Algumas vezes ele, me olhava com aquele brilho nos olhos, me deixando confusa.

- não preciso de ajuda - assegurei, enquanto ele me carregava para a cozinha.

- e eu não perguntei nada - respondeu, soltando uma piscadela, enfim, me colocando sentada numa das banquetas que ficavam do lado
esquerda da ilha.

Os dias se passaram rapidamente, pareciam ter apenas doze horas num todo, em todo momento que meus pés estiveram impossibilitados de tocar ao chão, recebi os cuidados de Noah.
E por alguns minutos, quis que fosse permanente.

Depois que melhorei completamente, nossa relação voltou a ser a mesma de antes, resumida em: trabalho e sexo casual. Mas, agora havia algo novo, que eu não sabia explicar como funcionava, mas, às vezes,  só às  vezes, pareciamos mais próximos, sem toda aquela resistência, sem toda aquela rixa que tínhamos por baixo dos panos.

(...)

NY, Manhattan 18:30 pm.

Mais uma vez, me peguei refazendo os passos de Bailey na noite fatídica de seus assassinato.

Lembro-me que, ele havia passado o dia todo nervoso, não no sentido de estar fora de si, xingando ou discutindo com todos, mas, suas mãos não paravam quietas, ele estralava as juntas dos dedos, parecia desconfortável e tenso com os próprios ombros.
Como se fosse fazer algo de extrema urgência e temesse que pudesse dar errado.

18:45 - Bailey saiu de casa;

A única coisa que havia me dito era que, precisava resolver um pendência, e logo voltaria. Que não iria me levar pelos vastos perigos da noite de purificação, e que não era para eu o seguir, em nenhuma hipótese.

19:20 - Nossa casa foi invadida e tentaram me levar. Então, fugi pela janela.

Nesse horário a noite de purificação já estava acontecendo, e em uma escala de zero à dez, a probabilidade de eu morrer antes da primeira esquina era onze.

Lembro que, consegui entrar em meu carro. Agora pensando com mais calma, eles conseguiriam me pegar, se andassem um pouco mais rápido, pareciam estar gostando de me ver em desespero.

Dirigi até o outro lado da cidade, me sentindo mal por ter deixado meus pais e Alex para trás (apesar de que, aqueles homens não pareciam interessados neles). E temendo pela vida de Bailey.
Fui até o Queens, onde sabia que ele estaria.

A partir dali, não sabia mais a hora, me comuniquei com ele pelo radinho e logo sua resposta veio.

O desespero em sua voz, o medo e arrependimento em seus olhos, na última vez que o vi...

Tracei o mesmo trajeto várias e várias vezes, havia algo que não estava encaixando, eu não tinha ideia do que podia ter acontecido com Bailey  entre o enorme espaço de que havia saído de casa.

𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 || 𝑵𝒐𝒂𝒏𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora