𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 || 𝑵𝒐𝒂𝒏𝒚

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Noah Urrea

NY, Manhattan 17:45 pm.

A sensação de acariciar e cuidar de Any era inexplicável, adorava sentir sua pele macia em contato com a minha. Ela mantinha olhos fechados, como quem dorme, a puxei para mim, a abraçando, levando minha mão a raiz de seu cabelo. O cheiro de seu perfume levemente adocicado me fazia querer lamber toda extensão de sua pele.
Beijei sua testa e ela sorriu de levinho me fazendo sorrir também, agora eu aproveitava para observar cada traço de seu rosto.

Queria apenas desfrutar do momento que estava vivendo ali, mas, a curiosidade me consumia.

Com quem havia conversado mais cedo?

O que descobriu que a fez chorar?

Perguntas como essas e outras mais rodavam em minha cabeça.

- quer me dizer o que aconteceu? - perguntei e ela abriu aqueles lindos olhos castanhos, me encarando.

- não quero falar sobre esse assunto - disse, desviando o olhar.

- desculpa, não quero ser invasivo - pediu rapidamente e a apertei de leve contra meu corpo, descendo a mão pela curva de sua cintura.

- tudo bem - disse baixinho e vulnerável. Tanto que a desejei mais do que nunca protegê-la.

Então, adormecemos. Era uma das únicas vezes que senti meu corpo realmente relaxar, me entreguei ao sono tão rápido e senti como se flutuasse.
Quando despertei, Any dormia feito um anjinho, olhei pela janela e percebi que o céu tinha tons de laranja, e percebi que já estava pra anoitecer. Tínhamos dormido tempo demais e meu estômago roncava de fome.

Me levantei com cuidado pra não acordar Any, tomei um banho consideravelmente demorado, retirei o excesso de água, deixando levemente úmido, vesti minha roupa e desci para a cozinha pensando no que poderia fazer para o jantar.

Passaram-se alguns longos minutos, então comecei a fazer a receita que havia escolhido.
Comecei a fazer o molho, refogando os temperos, logo o cheiro se espalhou pela casa.

Passos apressados como o de quem corre, preencheram meus ouvidos.

- acordou bela adormecida - disse sentindo a presença de Any, ainda sem se virar pra ela.

- uhum. O cheiro tá delicioso, o que tá fazendo? - indagou chegando mais perto, ficando atrás do mim. Enquanto espiava olhando pra panela, do lado do meu braço.

- ratatouille - respondeu.

- tipo do filme de animação? - perguntou de volta e assenti.

- aí que legal! Deixa eu ajudar? - perguntou e me virei pra ela.

Any deu um passo pra trás e a encarei, tinha uma expressão fofa em seu rosto, suas mãos juntas abaixo do rosto, reafirmando seu pedido, enquato batia os cílios, dando um grande sorriso.

- pra destruir minha cozinha? Não mesmo - respondi.

- já disse que aquela vez foi sem querer - se explicou pela milésima vez.

- imagine se fosse querendo - rebati.

- eu posso cortar os legumes - disse pegando a faca e indo até a bancada.

Não tinha como impedir, ela iria fazer de toda forma então, fui até ela explicando como faria e voltei a fazer o que já tinha começado.

- take me away (take me away), a secret place (a secret place), a sweet escape (a sweet escape), take me away... - ouvi a voz de Any aumentar a cada frase da música conhecida.