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Any Gabrielly

NY, Upper West Side, 23:30 pm

Entrei pela porta dos fundos e subi ao segundo andar, minha mãe no corredor tentava ligar e assim que me viu suspirou aliviada.

- você chegou, pensei que tinha desistido - disse ela.

- eu deveria mesmo - falei indiferente.

Caminhamos até o local onde a cerimônia seria feita, parei em frente a enorme entrada, as pessoas estavam todas sentadas nos seus devidos lugares.

- vai dar tudo certo, e lembre-se do porque você está se casando. Nada de se apaixonar - pontuou minha mãe.

- eu mais do que ninguém sei o motivo, foi eu que dei a idéia, mãe - a lembrei e ela assentiu, voltando para dentro. Eu realmente não suportava o fato de casar sem amor, mas eu havia achado uma motivação para prosssguir com a ideia.

Dado momento entrei sozinha, passando pelo portal de vidro, agarrando o buquê de peônias com força a ponto de amassar o caule das flores.

Meu pai me esperava junto com minha mãe, lá na frente. Doutro lado os pais de Noah e o dito cujo, que me olhava de forma inexpressiva.

Eu me direcionava até eles devagar e exitante, como se caminhasse para um abismo.

- boa noite, hoje estamos aqui para celebrar essa união... - disse o cerimonialista. Que no caso era um conhecido de ambas famílias.

E lá estava eu, rodeada de pessoas cujo eu não sabia nem o nome da metade, vendo meu conto de fadas ruir.

- assine aqui, por favor - disse o cerimonialista, roubando minha atenção novamente para o que estava acontecendo.

Assinei a certidão de casamento e logo estava preenchida. Então, estendi minha mão esquerda e Noah retirou minha luva e a segurou, sentindo o quanto estava gelada, pondo o anel em meu dedo anelar.

Em seguida peguei sua aliança e pus em seu dedo, assim com fez comigo.

- vos declaro marido e mulher - disse o homem.

Todos ao redor nos olharam ansiosos, o que esperavam um beijo de amor verdadeiro? Seria patético.

Noah se aproximou de mim e apenas beijou minha testa de forma rápida, tão rápida que quase não senti e era melhor assim.

- prossiga para a segunda parte - mandou olhando para o cerimonialista, que logo se apressou.

Agora viria o ritual de iniciação que me tornaria parte da máfia Cosa Nostra, melhor ainda me tornaria esposa do chefe.

- agora o juramento - informou.

Ergui a mão direita, e falei:

- "Juro sobre este punhal de omertá com a ponta molhada de sangue e na frente da honrada sociedade, de ser fiel aos meus companheiros e de renegar pai, mãe, irmãs e irmãos e de cumprir todos os meus deveres e, se necessário, também com sangue."

Noah não precisou, pois já era o chefe, casar comigo só oficializou.

Após isso, o juramento é selado com um aperto de mão e um beijo dado ao chefe. Que era uma parte importante do ritual pra eles.

No andar debaixo, a festa estava acontecendo, minhas mãos seguiam geladas na luva, após uma rápida ida no banheiro, respirei fundo e saí sabendo que precisaria parecer satisfeita.

Fui ao encontro dos meus pais, que conversavam com os pais de Noah.

- querida! Venha pra cá - minha mãe me chamou e assenti continuando a caminhar.

- olá, boa noite - os cumprimentei, ainda tímida.

A senhora loira deu um sorriso sereno me olhando e logo retribuí, o homem me analisou. Seu olhar era rígido tanto quanto de Noah.

- esses são Marcos e Wendy Urrea - disse meu pai.

- prazer em conhecê-los - sorri amigável.

Esse era o primeiro contato direto que estava tendo com eles. Aos olhos da mãe dele, casamos por amor e a aliança entre nossas famílias era mera consequência, o pai de Noah não parecia ligar muito para o casamento e sim para como as máfias seriam poderosas juntas.

- o prazer é todo nosso, querida. Fico feliz em recebê-la em nossa família... - disse dona Wendy simpática, então, logo o Urrea mais velho lhe lançou um olhar de repreensão, fazendo ela se calar.

- fico agradecida pela recepção calorosa - sorri de volta.

Me auto excluindo da conversa, aproveitei meu momento de sossego já que não via Noah em lugar nenhum e vendo que meus pais estavam bem entretidos com coisas alheias.

Um garçom passava com uma bandeja de bebidas, estiquei meu braço para pegar uma, senti uma mão forte e calejada sobre a minha.

- mas que porra... - iniciei minha reclamação.

- sabemos que não se saí tão bem com bebidas, não vá fazer vergonha hoje - a voz rouca do Urrea ressoou em meus ouvidos.

- dá pra parar de chegar de mansinho?! - resmunguei e ele soltou minha mão.

- e outra, eu sei me conter - falei e o mesmo soltou uma risada carregada de sarcasmo.

- sei... A propósito, precisa trabalhar mais seus pontos cegos, Soares - informou e pegou a bebida da minha mão.

- e também precisamos cumprimentar as pessoas. A maioria aqui é de extrema importância - disse novamente, ficando agora em minha frente.

Dei um gole em minha bebida e assenti.

Sua mão passou pela minha cintura a abraçando de lado e caminhamos pelo local. Noah me apresentou a tantas pessoas que perdi as contas, as conversas eram sobre negócios enquanto as mulheres que acompanhavam os homens falavam sobre seus milhões.

E passado o tempo, novamente, estávamos junto com a família de Noah.

- querido, amanhã Nico chega para a cidade, poderíamos marcar para ir no clube, para que ele conheça a Any, além do mais vocês não se vêem a anos - Wendy deu a idéia.

- não! Não há necessidade de Nicolas conhecer a Any e também não poderei ir vê-lo - disse grosseiro - que pena - disse sínico.

No momento eu apenas observava.

- filho, por favor. Ele veio lhe ver e oficializar o noivado - pediu Wendy, quase suplicando.

- queremos aproveitar nossa lua de mel - me puxou para si - e se Any estiver disposta, iremos. Mas, não prometo nada - completou.

- acredito que estarei bem, pode ter certeza Wendy, amanhã iremos ao clube - sorri ao me pronunciar e senti a mão de Noah apertar minha cintura.

- qual é o seu problema? Temos que trabalhar amanhã! - ele cochichou, odiando ser contrariado.

- relaxa Urrea, um dia afastados não vai nos matar - justifiquei e ele apenas bufou inconformado.

Pela reação do Urrea, podia se notar de longe que havia uma ruptura no relacionamento com o irmão. Essa situação seria o ponta pé inicial para alcançar meu objetivo.

Primeira etapa: Entrar na família (concluída);

𝐍𝐨𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐚𝐮𝐭𝐨𝐫𝐚: aviso rápido, eu mudei algumas coisas na ideia inicial da história, adicionei alguns detalhes, mas creio que não será tão longa.

Estou animada para os próximos capítulos, então, comentem porque ajuda muito🤠

𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 || 𝑵𝒐𝒂𝒏𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora