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Any Gabrielly

NY, Manhattan 07:30 am.

Tentei me mover minimamente, em busca de poder sobre meu corpo, mas, os braços de Noah me aprisionam, como se eu fosse fugir a qualquer momento, abri os olhos, tendo a visão do mesmo, imerso num sono profundo, a respiração calma e a expressão serena.

Está era a visão que tinha ao acordar, e isso já fazia exata uma semana.

Assim que finalmente colocamos os pés em casa, já de manhã que foi o horário que conseguimos ajuda, depois do incidente com o pneu do carro naquela noite, eu estava sedenta por um banho relaxante e boas horas de sono revigorante.
Noah e eu subimos em silêncio para nossos repectivos quartos, eu pensava que, depois dos intensos momentos em que estive sob o capô de seu carro, chamando seu nome e sentindo cada centímetro, ele não me dirigiria a palavra até que fosse realmente necessário.
Pensava assim até que sua mão segurou meu pulso, me impedindo de continuar.
Estacionei, sentindo os dedos longos e cálidos, rodearam meu punho, sem impor força.

Lembro de seu tom de voz, em ordenança, exercendo sua autoridade de modo mais eficaz, pronunciando cada palavra de modo frigido e seguro, enquanto me encarava com o olhar vazio de sempre.

- a partir de hoje, irá dormir comigo - informou, assim que o olhei.

- eu dispenso - respondi, logo em seguida.

- não é uma sugestão amigável, muito menos opcional - rebateu, encerrando o assunto, soltando meu pulso em seguida.

Abriu a porta de seu quarto e entrou, me olhou de relance e deixou a porta aberta como um claro aviso de que me esperava.

Entrei em meu quarto, retirando a roupa que usava, tomei um banho longo, aproveitando cada minuto sobre a água, e lavei meus cabelos.
Me enrolei na toalha, e fiz minha rotina pós banho, passei o hidratante e a loção corporal, sequei os cabelos, quase totalmente com o jato frio do secador.
Procurei coloquei uma camisa velha e um short de cetim, dispensando o uso de calcinha e sutiã.

Saí do meu quarto, observando a porta de Noah agora fechada, talvez tenha achado que eu não iria. Sem bater, girei a maçaneta entrando no local, imaginei que o Urrea reclamaria, ou me olharia com os olhos verdes nublados, cheios de irritação, como acontecia, quando eu entrava sem avisar, mas, ele que olhava para o teto, calado e introspectivo. Quando notou minha presença, a expressão de surpresa, sem muitas vigor, tomou seu rosto, o fazendo olhar em minha minha direção.

- você... Veio? - indagou, em tom de incredulidade, erguendo as sobrancelhas.

E posso jurar, que, num lampejo, vi seus olhos brilharem, e foi tão rápido quanto um clarão de um raio rasgando o céu.

- pois é - dei de ombros, entrelaçando os dedos atrás de mim.

Nem sabia porque estava ali, eu poderia simplesmente bater o pé e continuar no meu quarto, mas, não.
Suas palavras tinham algum efeito desconhecido sobre mim, me vi cedendo, realizando seu desejo, acatando sua ordem, sem ao menos pestanejar.
Caminhei até sua cama, e sem mais nem menos, estava deitada de frente para Noah, com seus braços me prendendo junto a si, de uma maneira desengonçada, um pouco bruta também.

(...)

NY, Manhattan 09:45 am.

Depois de alguns longos dias sem dispor de tempo para conversar com minha única amiga, eu a atualizava dos acontecimentos da última semana.

- safada! Por isso que o capô do carro chegou amassado... Vocês não brincam em serviço, hein - sua boca se abriu em choque e depois logo um sorriso malicioso tomou seu rosto.

𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 || 𝑵𝒐𝒂𝒏𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora