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Maratona 3/4

Any Gabrielly

NY, Manhattan  12:00 pm.

- máfia mexicana? - indagou Hina, se mostrando um tanto incrédula e assenti.

Peguei meu celular, abri na foto que havia tirado e lhe entreguei o aparelho.

- olha o quadril e a mão - informei, enquanto ela puxava o zoom.

- é... Você tem razão - a japonesa concordou - então, vamos considerar o relacionamento de Bailey com ela. O que vai fazer? - indagou curiosa.

- encontrá-la, onde Bailey provavelmente a conheceu. Aproveitarei para matar saudades da pista - sorri de lado e Hina me encarou como se lesse meus pensamentos.

Um racha.
Era o melhor lugar para poder procurar alguém que tinha alguma amizade ou era ligado amorosamente à Bailey, olhando pelo lado que as corridas ilegais eram seu hobby, assim como era o meu.

- enquanto as drogas, se ele realmente esteve traficando, deve ter algum celular reserva também pelo quarto - comentou ela.

- sim, só não tive tempo suficiente para olhar hoje. Preciso voltar lá para procurar com mais calma, mas, sinto que estou sendo vigiada, hoje precisei mentir para entrar - respondi.

- não acha essa atitude suspeita? - indagou retórica.

Eu não queria desconfiar deles, mas sinceramente, não estavam me dando escolha. Ainda lembro de minha mãe mandando eu parar de mexer nessa história e agora o mordomo querendo barrar minha entrada como se eu fosse alguma estranha ou não fosse confiável.

Talvez eles tenham medo que eu descubra algo que eles não querem... Essa era a opção mais viável para explicar o acontecido, mas, eu não queria acreditar nisso... Eles são meus pais, é difícil considerar algo assim das pessoas que mais amo.

- não sei o que pensar e tenho outra coisas que requerem mais da minha atenção, como descobrir o nome da tal S H - dei de ombros.

Ela não disse mais nada, demos o assunto como encerrado e migramos para um outro, enquanto esperávamos nosso pedido.

(...)

Passei o resto da tarde dividida entre entender como a máfia mexicana agia, e pelas minha pesquisas as mulheres na maioria das vezes tinha participação no tráfico de drogas, o que fazia as peças começarem a se encaixar.
E na outra parte fazendo ajustes em meu carro para corrida á noite.

Pingando suor, eu encaro meu carro, um Nissan Skyline r34 GT-R, totalmente satisfeita e orgulhosa do trabalho feito, a coloração vermelho sangue agora espelhada, após um bom polimento. Com detalhes adesivado em preto na frente e laterais, me aproximo e abro o capo verificando os cilindros de óxido nitroso interligados no motor, feito isso, pego a chave de roda e me certifico que os pneus estão bem seguros.

Termino a revisão e ouço o barulho de passos, que pelo arrastar e a força que pisa contra o chão, entendo ser Noah.

- estava te procurando - falou e limpei o suor da testa com as costas da mão.

- não sabia - respondi, agora pegando um pano e limpando as mãos levemente sujas de graxa.

- há tempos não vejo você dar um trato nele - arqueou a sobrancelha, olhando meu carro.

- porque há tempos não corria - devolvi.

Ele me olhou cerrando os olhos e cruzou os braços, já entendendo que eu não havia pedido sua permissão, nem opinião.

- porque não me disse? - indagou, carrancudo.

- não tive tempo - respondi despretensiosamente, dando de ombros em seguida.

- eu vou com você - determinou.

- não precisa - avisei.

Ele me encarou por alguns segundos, e soube que ele não iria ceder.

NY, Manhattan  21:45 pm.

Me olhei no espelho, vendo minha roupa, usava uma mini saia preta de pregas, fazendo conjunto com um corset de também preto realçando a curva dos meus seios, marcando também minha cintura, por fim calcei meus coturnos. Como de costume, deixei meus cabelos soltos, e passei meu inseparável batom vermelho.

A porta do quarto se abriu e Noah entrou, provavelmente chateado com a minha demora.

- a gente vai se... - ia falando mas, o interrompi.

- já estou pronta, vamos - falei passando por ele.

- não vamos a lugar nenhum, que porra é essa Gabrielly? - indagou ríspido, segurando meu punho.

- minha roupa, gostou? - indaguei em tom de cinismo.

- você não vai assim, não mesmo! - reclamou, me soltando, cerrando os punhos em seguida.

Caminhei até a minha penteadeira, pegando o canivete e pretendendo na cintura da saia.

- eu vou sim! - me mantive firme.

Ele me encarou como se pudesse me fulminar com o olhar e se aproximou. Continuei o encarando irredutível, não era porque ele tinha olhos sedutores e uma voz que me causava arrepios que iria me fazer mudar de roupa, até porque eu me sentia uma tremenda gostosa nela.

- eu juro por Deus, um dia eu acabo com você - rangeu os dentes, falando contra minha boca.

- hum... Que seja ali - apontei para cama e soltei uma piscadela, passando a língua nos dentes.

- veste isso - me estendeu sua jaqueta de couro.

- hum, não quero, não - rebati sarcástica, adorava o deixar nervoso.

- Gabrielly, não queira acabar com o resto de paciência  que tenho, veste agora! - ordenou, autoritário - não quero ninguém comendo minha mulher com os olhos e você não me provoca - murmurou.

Revirei os olhos e peguei a jaqueta, a colocando, que ficou um pouco abaixo da saia.

- satisfeito? - indaguei retórica.

Ele nada disse, só me puxou pela cintura, me deixando colada a seu corpo, fitei seu olhos e senti seu hálito de menta.

- nunca mais. Nunca mais - repetiu falando entre dentes - se vista assim, só eu tenho o direito de te desejar e de criar fantasias eróticas com você. Você é minha! Só minha, entendeu? - seus olhos pareciam mais escuros, suas mãos apertavam minha cintura com de forma possessiva.

Senti meu interior contrair e minha pele esquentar, apenas assenti, hipnotizada por seus olhos.

Saímos de casa, cada um em seu carro em direção ao Queens, onde normalmente acontecia as corridas em que eu acompanhava Bailey. E onde eu esperava encontrar a mulher da foto, claro que eu não podia a colocar contra a parede, então precisava ir por partes.

Ainda mais pelo fato de que as nossas máfias são inimigas, e isso me faz acreditar que, esse envolvimento dela com Bailey talvez fosse uma armação. Até porque, por poder e dinheiro vale tudo.

𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 || 𝑵𝒐𝒂𝒏𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora