Você é a minha escolha

Tente Juntar Vidros Quebrados

_ Amor? _ Disse Hobi me olhando nos olhos.

Olhei de volta sem dizer nada.

Revelar para ele o que havia no meu coração me deixou sentimental, me senti vulnerável.

_ Por que o desejo por adoção?

_ Nosso tempo acabou, vamos esquecer e seguir _ Respondi passando a mão no cabelo dele.

Hobi mexeu no celular e me mostrou 23:00 horas. Ele alterou a hora para conversarmos mais.

Os olhos dele brilhavam e a expressão era calma, não estava ansioso. Até a voz dele era calma, não queria mergulhar tão fundo, mas naquele momento...

Me senti segura.

Continuei afagando o cabelo dele enquanto pensava em como o responderia.

_ Não sei dizer quando começou, mas tudo relacionado a isso faz meu coração se encher. Antes era mais uma ideia do que um sonho. Parecia algo inatingível.

_ O que mudou? Sua expressão está diferente falando disso.

Sorri sem mostrar os dentes _ Eu nunca gostei de alguém ao ponto de pensar em formar uma família, mas agora as coisas mudaram. O que era distante parece mais concreto e o que era uma ideia _ Respirei fundo antes de revelar _ Se tornou um sonho. É difícil falar sobre isso, algumas pessoas reagem com “eu é que não criaria filho dos outros”. Eu nem tenho filho ainda e isso já me magoa.

Hobi me olhou por um tempo sem dizer nada, talvez estivesse processando a informação e escolhendo as palavras para não parecer agressivo ao dizer que aquilo era uma loucura.

_ Vai trabalhar amanhã? _ Mudei de assunto.

_ Só de manhã, vou finalizar umas coisas com o Suga Hyung. E você?

_ Tenho algumas horas para cumprir, mas vou fazer de casa.

_ Por que não vem comigo? Depois podemos fazer o que você quiser. Você pode trabalhar no estúdio como da última vez _ Sugeriu com um ar de sorriso.

_ Se eu não atrapalhar vocês, vou adorar. Aaa, ganhei um vaso do Suga, é lindo e chique.

_ Kkkkk eu contei que você colocou as flores em uma jarra.

_ Vai ter que trazer fores toda semana agora.

_ Eu trarei _ Respondeu fechando os olhos.

Ele estava com sono. Continuei fazendo carinho no cabelo dele até achar que o sono estava pesado bastante para movê-lo sem acordá-lo.

Levantei com cuidado e ele deitou de lado, apaguei as luzes e me encaixei nele fazendo ele ser a conchinha menor.

_ Amor? _ Hobi chamou minha atenção.

_ Achei que estivesse dormindo. Descansa, eu te acordo amanhã, está bem?

_ Isso é cruel de se dizer.

Eu sorri _ Sobre eu te acordar? Kkkkkk temos que trabalhar.

_ Não, sobre dizer que nossos filhos são filhos dos outros. Não vou permitir que falem isso.

Prendi a respiração por alguns segundos, não sabia o que dizer.

Ele virou e ficou perto do meu rosto ainda de olhos fechados, sentia a respiração dele suave.

_ Biológicos ou não, serão nossos _ Concluiu com os olhos fechados e colocando o braço descansado em minha cintura.

_ Você não pode dizer essas coisas _ Disse pesando a respiração.