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     Eram quase três e quarenta da manhã quando Mira caiu no sono e o telefone tocou. E eu, que estava planejando virar a noite enquanto ela roncava, acabei tendo que atender. Quando esperava ser algum parente dela ou meu, me surpreendi ao ouvir a voz masculina de Dante.

     — Alô? — perguntei.

     — Oi, Lani. Como é bom ouvir sua voz de novo. — disse ele.

     — Dante... São quase quatro da manhã. — falei, em risadas. Escutei um riso nasalado da outra linha. — O que faz acordado?

     — Assistindo séries com meus irmãos. — Ele respondeu. — Eles me fizeram maratonar Grey's Anatomy.

     — Eu estava bebendo com a Mira quando ela caiu na cama como uma pedra. — Lhe contei. — Agora eu aproveitei para ler.

     — O quanto você gosta de ler, hein? — Ele perguntou, sarcástico. — Saudade da sua boca.

     — Saudade da minha boca, é?

     — Claro. E dessa sua cintura sexy. — ele respirou fundo. — Saudade do seu corpo.

     Estava tão desacostumada com os elogios corporais que fiquei sem jeito. Engoli em seco, esperando que ele falasse da minha voz, ou dos meus olhos, ou algo do tipo.

     — Vou sentir sua falta. Até segunda que vem. — falei, quando ele acabou.

     — Eu te... — desliguei.

     Palavras como aquelas não poderiam ser ditas para alguém que não merecia.

Reacendendo-meOnde histórias criam vida. Descubra agora