Capítulo 44

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Por todos os deuses, pela Mãe e pelo Caldeirão.

Acompanhando Aeleva pelos degraus, as sombras escondendo seu maldito cheiro, Azriel só conseguia enumerar as coisas que faria com ela quando estivessem a sós no final daquela noite. Número um: aquele vestido precisava ir embora, independente do quanto sua bunda ficasse deliciosa marcada naquele tecido. Número dois: ele definitivamente precisava deixa-la quieta na cama, era sua vez de toca-la e não o contrário. Suas sombras dariam conta disso. Número três: faria Aeleva gritar tanto seu nome que seria a única coisa que ela se lembraria de como falar. Número quatro...

— Azriel?

Número quatro: a comeria tanto que seu gosto
ficaria impregnado em sua língua.

Azriel.

Número cinco: Aeleva de quatro seria uma visão e tanto.

— Azriel, venha se sentar.

Número seis...

Bem, Azriel não conseguiu pensar no número seis, porque seu processo criativo foi interrompido pela visão de Lucien correndo os dedos pelo braço de Aeleva. Beijando a mão de Aeleva. Por um segundo, pensou que talvez estivesse louco ou preso em um de seus pesadelos. Depois imaginou que seria mais provável estar preso em um pesadelo de Lucien, porque matar o irmão de Eris era a coisa que Azriel estava mais propenso a fazer.

Pare com essa merda, Rhys disse, fazendo Azriel perceber que seu pesadelo era a vida real. Feyre está prestes a trazer Nyx. Tem como vir se sentar e não provocar o temperamento de Aeleva?

Azriel deu um passo a frente, ignorando a voz de Rhys em sua mente. Lucien ergueu o olhar da mão de Aeleva para Azriel, e Azriel viu um lampejo de raiva e satisfação brilhar no olho castanho do filho de Helion, como se soubesse exatamente o que estar tão perto de Aeleva causava a ele. Azriel não se importava mais em ser óbvio ou esconder o que sentia em relação a ela, não ligava se o mundo inteiro soubesse desde que mantivessem as malditas mãos longe dela.

— Azriel — cumprimentou Lucien, dando-lhe um sorrisinho que Azriel tinha certeza que poderia arrancar em um piscar de olhos. Não se deu o trabalho de responder ao cumprimento com mais do que um leve balançar da cabeça. Então os olhos de Lucien voltaram para Aeleva — É um prazer finalmente conhece-la, ouvi muito a seu respeito, assim como toda Prythian. Os boatos correm rápido. Devo dizer que você é ainda mais impressionante pessoalmente.

Ao menos Azriel conseguira parar de listar as coisas que gostaria de fazer com Aeleva e passara a listar o que queria fazer com Lucien, a começar por um belo soco.

Ele deu mais um passo a frente até que seu ombro tocasse nas costas de Aeleva, a qual, com as mãos entrelaçadas às costas, nem mesmo se moveu.

— Nós já nos conhecemos — disse ela, e se Azriel não a conhecesse tão bem sequer perceberia que seus olhos estavam ligeiramente estreitos ao observa-lo — no baile de Nestha.

Lucien sorriu.

— Eu não pude estar presente, infelizmente — respondeu o macho — tinha... Assuntos para lidar.

Azriel sabia bem que o assunto era não incomodar Elain, e se Lucien chegasse um centímetro mais perto de Aeleva talvez Azriel dissesse aquilo em voz alta.

— Hmm — Aeleva observava Lucien com atenção — Você é familiar.

— Deve ter conhecido meu irmão, Eris.

Corte de Sombras e TempestadesOnde histórias criam vida. Descubra agora