Capítulo 10: O garoto misterioso

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Durante o caminho para casa, eu chutava folhas e pedras com toda a minha força.

— Chata.

Falei chutando um monte de filhas secas e sentindo um pouquinho de dor.

— Horrível — Chutei mais pedras — E como eles podem ficar lá para ela depois dela ter me dado um tapa?

Cheguei em casa e estava subindo direto para o meu quarto, mas meu celular vibrou e eu parei pra ver.

Liam

"Como vc tá?"

Fiquei feliz por ele ter se preocupado comigo.

                                                             "Bem"

"N tive chance de te perguntar"
"Foi mal"

                                             "Tá tudo bem"

"Tem certeza?"

                                                              "Sim"

"Ok"
"Então até amanhã ruiva"

                                               "Até amanhã"
                                                        "Tchau"

Desliguei meu celular e fui tomar banho. Terminei e deitei na cama pra ver série.

Estava quase dormindo quando minha mãe entrou no quarto

— Trouxe sua roupa — Ela disse indicando um vestido.

— Temos que sair hoje? — Perguntei me sentando na cama.

— Sim, nós temos.

— Mas eu estou tão cansada. Não posso ficar em casa hoje? — Fiz biquinho.

— Você sabe que não. É nossa herdeira, precisa estar lá — Ela fez uma expressão triste.

— Tudo bem — Peguei o vestido e me vesti.

Ele era preto com alças de renda, e batia um pouco acima dos joelhos. Prendi meus cabelos em rabo de cavalo alto e desci as escadas.

(...)

A festa estava um tédio, nem meus pais aguentavam mais. Só estávamos alí pra marcar presença.

Pelo menos os Waynes não estavam.

Estava escondida no canto do salão para evitar ser encontrada por alguém e minha educação me obrigar a conversar com ela.

— Com licença.

Ouvi uma voz grave me chamar. Olhei na direção dela e um garoto alto surgiu no meu campo de visão, com olhos pretos e cabelos castanhos. Ele que me chamou.

— A senhorita está sozinha? — Ele deu um sorriso simpático.

Não consegui responder, estava chocada com sua beleza, extasiada com seu cheiro maravilhoso. Seus ombros eram largos e suas mãos grandes.

— Quer dançar? — Ele ofereceu o braço e deu um sorriso.

— Claro — Não consegui recusar.

Segurei seu braço e ele me conduziu em direção ao salão. Ele pôs uma mão na minha cintura e eu pus uma mão no seu ombro, a outra ele estava segurando.

Rodamos sem parar, seus passos eram leves e sutis como de um gato. Ele guiou meus passos enquanto dançávamos.

E então, ele parou, sorriu e pegou minha mão.

Ele me puxou até os jardins e só paramos de andar quando estávamos atrás de uma cerca viva muito alta. Dava para ver as janelas e a porta pela qual saímos, mas duvido que alguém lá dentro possa nos ver aqui.

— Quem é você? — Perguntei intrigada.

— Ninguém de importante, mas não preciso perguntar seu nome para saber quem é você — Ele sorriu e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha — Seus cabelos são iguais ao da Sra. Roosevelt — Ele segurou minha mão, o que me fez corar.

Era verdade que meus longos cabelos ruivos eram iguais os de minha mãe. Sorri para ele.

— E seu sorriu é igual o do Sr. Roosevelt — Ele se aproximou mais — Muito bonito.

Ele me olhou e me puxou para um banco, onde ele se sentou e fez um gesto para que eu me sentasse também. Sentei, sentindo minhas bochechas esquentando. Me encostei de forma desconfortável.

— O que faz nessa festa? — Olhei para ele.

— Não posso estar aqui? — Me encarou  sério.

— Bom... Eu...

Me enrolei um pouco, e então ele riu.

— Relaxa, eu não sou um penetra. Fui convidado — Ele sorriu e tornou a observar o salão.

—  Veio sozinho?

— Você pergunta demais garota.

Senti minhas bochechas esquentarem.

Estavamos sentados no banco durante um bom tempo e não falamos mais nada depois daquilo, então me levantei e estava indo em direção as portas para entrar

— Não vai — Ele segurou minha mão e me puxou para perto. Estavamos tão próximos que eu podia sentir sua respiração — Talvez a gente nunca mais se veja, então não vá agora — Ele se aproximou mais.

— Bom eu...

Ele grudou nossos lábios e pôs as mãos nas minhas costas, coloquei as mãos em seus ombros.

Ele parou de me beijar e olhou para o salão. Fiquei admirando seu rosto enquanto ele olhava para lá, franzindo as sobrancelhas e depois sorrindo.

— Acho que tem alguém te procurando.

Olhei em direção ao salão e minha mãe estava parada na frente da porta olhando para os lados.

— Tenho que ir.

Estava andando em direção a porta do salão ele puxou meu braço, me dando um selinho e me soltando logo em seguida.

— Adeus.

Fiz um aceno com a cabeça e fui até minha mãe.

— Onde estava? — Ela perguntou assim que me viu.

— Estava aqui fora, precisava de ar fresco.

Olhei para trás e o vi olhando pra mim.

— Vamos? — Me virei para ela.

— Vamos.

Butterflies | Damian Wayne Onde histórias criam vida. Descubra agora