Capítulo 51: O resgate

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Damian

O som de um tiro preencheu o ambiente. Meu desespero não tinha tamanho neste exato momento. Aquilo só poderia significar uma coisa e ela não era boa.

Se nós estávamos aqui, em quem estariam atirando se não Madeline?

Não olhei para ninguém, apenas saí correndo por essa instalação gigantesca à procura do ponto de origem do som. Corri rápido pelos corredores enquanto os outros vinham atrás de mim, seguindo-me.

Eu nunca corri tão rápido em toda a minha vida. Meu cérebro não servia para elaborar nenhum pensamento racional, a única coisa em que pensava era correr, correr e correr até achá-la.

Senti um aperto forte no peito e uma culpa imensa. Eu deveria ter prestado mais atenção, devia ter cuidado mais. Se algo tiver realmente acontecido a ela nunca vou me perdoar.

Eu observei enquanto a polícia contava para a mãe dela o que aconteceu. Ela ficou devastada. A mulher perdeu o marido há menos de um mês e agora sua filha é sequestrada pelas mesmas pessoas que o mataram. Ninguém lidaria bem com isso.

Madeline não merecia isso, nenhuma das duas merecia. Isso era culpa minha, tudo isso. O descuido foi meu ao pensar que ela estaria segura dentro da escola.

Desci uma escada e continuei adiante, virando para esquerda, depois direita, esquerda e direita de novo.

Meus passos estacaram ao ver a cena. Havia um homem estirado no chão sangrando muito. Um pouco mais a frente, de joelhos, encontrava-se Madeline, com as mãos tampando os olhos em quanto chorava e soluçava loucamente.

Foi horrível de minha parte, completamente terrível, mas não me importei com o homem morrendo naquele momento. Eu fui até ela velozmente e me ajoelhei ao seu lado, puxando-a para um abraço apertado.

Fiquei tão aliviado ao vê-la bem que eu poderia ter chorado alí junto com ela. Meus nervos se acalmaram e eu apertei ainda mais contra mim. Seu choro não cessou, ela nem sequer me abraçava de volta, como se não estivesse consciente da minha presença.

Eu me afastei e vi Dick debruçado em cima do homem tentando estancar o sangramento enquanto Tim se empenhava em mantê-lo acordado. Levantei-me e segurei o braço de Madeline com delicadeza ajudando-a a ficar de pé.

— Vocês dois — Meu pai disse apontando para Dick e Tim — Tirem-no daqui — Você — Ele apontou para mim — Tire ela daqui — E por último ele olhou para o Jason — E nós vamos garanti que ninguém saia até a polícia chegar.

Batman não precisou repetir suas ordens, pois todos entenderam o que tínhamos que fazer e ninguém era louco o suficiente para contradizê-lo nesta situação.

Dei a mão para Mad e a puxei para longe dali. Não encontrei nenhuma resistência de sua perte ao levá-la para fora deste inferno.

Ela se manteve quieta durante todo o trajeto e quando olhei para o seu rosto ele estava completamente inexpressivo.  A ruiva ainda chorava baixinho, então apertei um pouquinho mais sua mão com a minha, a fim de confortar ela.

Eu me sentia bem só por tê-la ao meu lado, segurando minha mão, mesmo que ela não estivesse dizendo nada neste momento. Parecia muito apática e mal prestava atenção no caminho que fazíamos para sair dali.

Seu cabelo que sempre tinham o aspecto de estar pegando fogo, vivo, intenso, estavam bagunçado e embolado. Havia marcas de dedos em seu pescoço, o que me irritou muito. Assim como as marcas em seus pulsos, que com certeza eram consequências das amarras. Os olhos ainda se encontravam vermelhos e inchados, os cílios ainda úmidos eram perceptíveis.

Butterflies | Damian Wayne Onde histórias criam vida. Descubra agora