Eu estava me tremendo toda, e não era só de nervosismo, também estava com ódio. Ninguém machuca a Vic. Ninguém.
Ver as lágrimas nos olhos dela fizeram meu peito apertar.
Fiquei olhando aquela cena tentando pensar no que fazer, mas todas as minhas ideias eram complicadas e exigiriam, no mínimo, cinco homens a menos do que estavam no salão.
Respirei bem fundo para me manter calma. Então agarrei com mais força o rolo de massa e abri um pouco a porta.
Voltei para o salão e me agachei. Me aproximei silenciosamente do homem por trás e bati em sua cabeça com toda a minha força.
O homem caiu de bruços com um estrondo. Puxei Vic para trás de mim e senti que ela se encolheu.
— Você está bem?
— Estou, graças a você.
Voltei a respirar normalmente depois disso, mas não durou muito, pois um outro homem apareceu a apontou uma arma para minha cara. Eu deveria ter ficado mais assustada. Só que não fiquei. Tudo o que fiz foi tentar esconder mais Vic atrás de mim.
Olhei em volta tentando descobrir o que fazer e eu vi o Robin com os olhos levemente arregalados observando a cena.
— Quais são suas últimas palavras, doçura? — O homem disse, me distraindo dos meus pensamentos.
Em impulso maluco de raiva, enfiei a ponta do rolo de massa no olho dele.
Ele gritou de dor e pôs a mão nos olhos. Ele apontou a arma para onde nós estávamos e atirou. Mas errou. Estava atirando cegamente com a mão nos olhos.
Então Robin se aproveitou desse momento e lhe acertou um soco na cara.
Depois o Capuz Vermelho e o Asa Noturna levaram ao chão os últimos homens de pé.
Fiquei observação o rosto do Robin. Seu rosto era tão familiar mas eu não conseguia saber se já o tinha visto. Ele era tão forte, tão imponente, tão bonito, exalava controle. Eu me lembraria se visse alguém como ele, não?
— Quem são eles? — Perguntei a ele, em parte porque realmente queria saber, e em outra, porque queria ouvir sua voz.
— Não temos certeza — Ele falou calmamente, como se nada disso tivesse acontecido. Olhou em volta e então, os três foram embora.
(...)
Estava deitada na minha cama olhando para o teto, esperando Vic acabar de falar no telefone com os seus pais.
Tentava colocar em ordem os eventos dessa noite. Foram muitas emoções para uma só festa.
Primeiro O Garoto Misterioso, que agora eu vou chamar carinhosamente de "O Garoto Psicótico", tentou me matar, depois houve toda aquela gente armada fazendo meus convidados de reféns, teve a Vic e também teve... Ele.
Era tão estranho pensar em tudo que aconteceu e chegar a conclusão de que o que mais me incomodava era o fato do Robin dominar meus pensamentos.
Cada vez que eu pensava nele meu coração batia mais rápido, e o pior, não conseguia parar de pensar.
É possível se interessar por alguém que você nem conhece? Alguém que você nem sabe quem é de verdade?
Pensar nisto fez eu me sentir uma tola. Imaginei a quantidade de garotas que eram apaixonadas por ele. Isso fez eu me sentir só mais uma em uma grande lista.
Bom, mas quantas delas tiveram a chance de serem salvas por ele? E ainda por cima, duas vezes?
Me senti ridícula por estar criando disputas e rivais imaginárias.
Coloquei um travesseiro sobre a minha cabeça para tentar abafar toda a confusão que se apoderou da minha mente.
Uns cinco minutos depois, Vic abriu a porta do meu quarto.
— Já está dormindo Maddy? — Ele disse suavemente.
— Não, estou acordada — Me sentei na cama e fiz um sinal para ela se sentasse também.
Ela veio se sentou ao meu lado, depois, deitou a cabeça no meu colo.
— Meus pais querem que eu vá para casa amanhã cedo, já até compraram a passagem.
— Eu não os culpo, se fosse minha filha talvez eu fizesse o mesmo — Acariciei seus cabelos.
Ela apenas assentiu.
— Obrigada.
— Pelo que?
— Por me salvar.
— Não foi nada.
— Foi sim — Ela se sentou eu percebi que seu lábio estava tremendo — Você se arriscou duas vezes contra homens armados. Uma para me salvar e outra para me proteger — Ela começou a chorar.
— Ah Vic — Eu a abracei — Eu nunca conseguiria ficar parada vendo eles te ameaçarem daquele jeito. Você é minha melhor amiga, meu mundo e uma das pessoas que eu mas amo na face da Terra. Eu nunca deixaria eles te machucarem — Eu também tinha começado a chorar.
— Eu também te amo — Sua voz tão fraca pelo choro que eu mal pude ouvir.
Nos afastamos e ela secou as lágrimas.
— Vou dormir com você essa noite — Ela sorriu e deitou em um dos travesseiros.
Me deitei ao seu lado.
— Eu queria que você ainda morasse do meu lado — Ela deu um sorriso fraco.
— Eu também. Me sinto sozinha sem você aqui.
— Mas você tem o Liam.
— Não é a mesma coisa.
Caímos em um silêncio calmo, confortável e aconchegante.
— O que você estava conversando com Damian?
— Um acordo de paz.
— Sério? Você? — Ela fez uma cara incrédula depois sorriu.
— Ah qual é? Eu não sou um Napoleão da vida, sabe disso né? — Sorri de volta.
— E o que você acha dele?
— Acho que ele seria um ótimo modelo para um desenho.
— Eu quis dizer o que fez você mudar de ideia e o que acha dele agora. Mas já que tocou no assunto, deveria voltar a desenhar.
— Você já me disse isso hoje — Revirei os olhos de brincadeira e ela deu um tapa no meu braço.
— Tô falando sério Maddy, você desenha muito — Havia um sorriso de admiração no seu rosto.
— Vou pensar no assunto.
Caímos em mais um silêncio. Uns 3 minutos depois ouvi o som de uma respiração constante do meu lado. Me virei e vi a Vic dormindo profundamente.
Talvez eu devesse tentar dormir também.
Fechei os olhos e esperei o sono vir.
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Butterflies | Damian Wayne
FanfictionAchei que as coisas ficariam bem em Gotham, mas eu não podia estar mais enganada. A cidade do crime seria algo novo para nós, e mesmo que não quisesse ir, apoiei a ideia dos meus pais em nos mudarmos para lá. Mas nada me preparava para o que estava...