Capítulo 40: Enlouquecendo

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Madeline

Acordei em seus braços na manhã seguinte, e senti meu coração palpitar de alegria.

Virei-me um pouco de lado, tateando a cabeceira à procura do meu celular. Bufei ao me lembrar que estava em casa.

- Você já acordou, não é? - Ouvi a voz sonolenta de Damian.

Soltei um risinho.

- Não, ainda estou acordando.

Ele me abraçou com mais força, como se assim pudesse me fazer ficar aqui para sempre, e eu bem que queria, mas meus pais devem estar desesperados por eu não estar em casa.

Olhei para o relógio e vi que já passava das dez.

- Provavelmente estão em desespero.

- Com certeza. Eles vão me odiar por ter tirado você de casa tarde da noite - Ele respondeu, sabendo que eu falava dos meus pais.

Damian tentou se levantar, grunhindo no processo.

- Merda, odeio levar um tiro - Xingou.

- Isso já aconteceu antes? - Perguntei meio alarmada.

Ele me olhou com gentileza, como se eu fosse uma criança de cinco anos acabando de descobrir que não é a Fada do Dente que deixa a moeda embaixo do travesseiro.

- Claro que sim, meu amor.

Apontando o dedo para algumas das cicatrizes em seu dorso, ele indicou onde já havia levado tiros.

- Essas são as de tiros - Ele apontou para quatro das diversas cicatrizes espalhadas por aquela área - As outras são cortes, esfaqueamento, pequenas queimaduras.

Por algum motivo, isso fez meus olhos se encherem de lágrimas, mas não deixei que caíssem. Me aproximei, abraçando-o com carinho.

- Não se preocupe, eu sempre soube o preço dessa vida - Disse, beijando o topo da minha cabeça.

- Queria que você não tivesse passado por essas coisas - Tracei uma cicatriz com os dedos.

Ele segurou meu queixo entre os dedos e me fez encara-lo nos olhos.

- Isso fez de mim quem sou, e eu gosto de quem sou - Deu um sorrisinho maroto - Além disso, se eu não fosse eu, não teria feito você se apaixonar por mim.

- Metido.

Capturei seus lábios em um beijo suave.

- Melhor levantarmos - Eu disse, jogando as cobertas para o lado - Seus irmão vão desconfiar.

- Eles que lidem com suas desconfianças, não tenho nada a ver com isso.

Pôs as mão atrás da cabeça em gesto relaxado. O encarei com as mãos na cintura.

- O que foi?

Não respondi, apenas agarrei um de seus braços e o puxei para fora da cama. Ele resmungou, mas logo cedeu e saímos do quarto.

Um de seus irmãos, Tim, estava sentado à mesa tomando uma caneca do que pareceu ser café enquanto fazia alguma coisa no laptop.

- Olha só quem decidiu nos agraciar com sua presença - Jason entrou no cômodo com um belo sorriso - Você dormiu bem?

- Não fode - Damian respondeu.

- Bom dia pra você também - Jason riu.

- A senhorita pretende comer alguma coisa? - Alfred perguntou gentilmente enquanto começava a tirar a mesa.

Butterflies | Damian Wayne Onde histórias criam vida. Descubra agora