Eu fui para o lado de fora do salão, em uma sacada que tinha uma vista incrível de Gotham.
De longe, a cidade era linda, com suas luzes, o som dos carros, e até mesmo o céu estava bonito com sua Lua brilhante.
Ouvi a porta atrás de mim se abrir e me virei para ver quem era.
Ou meus sentidos me enganavam, ou essa só poderia ser a maior das coincidências. Vi um garoto de cabelos castanhos se aproximando, e ainda não conseguia acreditar que era o mesmo da outra festa. Ele veio até a cerca de vidro e apoiou os braços.
— Oi — Havia um sorriso descontraído nos seus lábios.
— Oi.
— Você está bem? Parece que viu um fantasma.
— Eu... Eu estou... É que... — Ainda estava atordoada por vê-lo de novo, mas respirei fundo e tentei reorganizar os pensamentos.
Ele se aproximou de mim... Mais perto que o necessário. Nossos rostos estavam muito próximos.
— É um prazer revê-la - Pôs uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
Me afastei.
— Como você conhece meus pais? Por que está aqui?
— Nem um "é bom vê-lo também"? Estou chateado — Ele fez um beicinho.
— Eu nem sei seu nome.
— Então você quer um nome? Tudo bem.
Olhei para ele ansiosa.
— Meu nome...
Ele se aproximou de novo e pôs uma mão nas minhas costas. Olhei um pouco para baixo e vi algo que refletiu na luz. Mas antes que eu pudesse reconhecer o objeto escutei um barulho atrás de mim. Um baque. Alguém caindo no chão.
Tentei me virar mas ele segurou meu rosto e me fez encarar seus olhos, e por uns segundos senti como se essa fosse a última coisa que eu veria. Seus olhos brilhavam com uma malícia extrema, e quanto mais eu os encarava mais cruéis eles pareciam.
Ouvi um gemido de dor atrás de mim. Tentei me virar de novo mas ele me segurou com mais força. Senti uma pressão na minha barriga, algo estava me espetando. Me mexi, mas ele era mais forte do que eu.
Então um grito de dor atrás de mim. O barulho me assustou. Eu me virei e fui na direção do som. Senti uma sombra acima de mim e olhei para cima a tempo de ver o vulto de uma capa.
Enquanto andava, chutei alguma coisa e olhei para baixo. Uma arma no chão. Meu coração começou a bater desenfreado e eu pus as mãos na boca para conter o meu grito.
Parei quando vi o homem no chão. Mesma jaqueta com a borboleta nas costas. Quase caí no chão de tanto choque.
Ao meu lado o garoto misterioso olhava para cima com clara irritação, seus olhos queimavam de tanta raiva. Ele se virou pra mim e deu sorriso cruel, uma coisa horrível de ver.
Corri pra dentro do salão e meus olhos se arregalaram de espanto. Haviam homens armados rondando o salão, e outros três estavam no centro com dois reféns.
Fiquei parada vendo a cena. Então senti uma mão no meu ombro e uma coisa gelada encostando na minha garganta.
— Olá de novo.
A voz do garoto no meu ouvido.
— Por que você fugiu? Nós estavamos nos divertindo tanto.
Comecei a olhar a multidão à procura de Vic ou qualquer pessoa com quem eu me importasse. E vi. Eles estavam acuados no chão todos juntos. Liam, Simon, meus pais e Vic.
Uma onda de calma me invadiu.
Ver que eles estavam bem e escondidos em um canto me acalmou.
— Então é isso? Não vai dizer nada antes de morrer?
As lágrimas começaram a cair sem que eu quisesse, mas eu tentei pelo menos conter os soluços.
— E-eu...
Então, um estrondo atrás de mim. A única coisa que eu consegui ver foi garoto no chão antes que alguém me puxasse para dentro da cozinha.
Quando a pessoa me soltou eu saí cambaleando para trás, mas acabei tropeçando no salto. Por sorte, tinha uma parede atrás de mim.
Escorreguei pela parede, sentei no chão e tirei o sapato. Depois olhei para a pessoa.
Era o Robin
Ele me olhava com o cenho franzido, ele estendeu a mão pra mim e eu levantei.
— Fique aqui, nós vamos dar um jeito nessa situação.
— Nós?
— Sim — Ele apontou com o polegar para fora de cozinha. Quando olhei lá fora vi o Asa Noturna e o Capuz Vermelho batendo em alguns dos homens armados.
— Tá bom... Mas....
— Só fique aqui.
Ele saiu da cozinha e fechou a porta.
Já tinha se passado uns dez minutos e eu ainda escutava a luta e os tiros lá fora. Ouvi alguém forçando uma das portas da cozinha.
Peguei um rolo de massa e fui até lá. Mas a pessoa me pegou de surpresa. A única coisa que eu consegui pensar foi em bater com o rolo de massa na cabeça dele.
Ele caiu no chão de bruços, gemendo de dor. Outra jaqueta de couro com uma borboleta nas costas.
Me abaixei para tentar ver melhor a borboleta, mas eu ouvi um grito que me distraiu do meu objetivo.
Levantei rápido e olhei pela porta entreaberta.
Meu queixo caiu, minhas mãos terminam e eu mal conseguia me manter de pé. Me apoiei na porta para não cair.
Eles estavam com uma arma apontada para a cabeça de Vic.
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Butterflies | Damian Wayne
FanfictionAchei que as coisas ficariam bem em Gotham, mas eu não podia estar mais enganada. A cidade do crime seria algo novo para nós, e mesmo que não quisesse ir, apoiei a ideia dos meus pais em nos mudarmos para lá. Mas nada me preparava para o que estava...