Capitulo 22: Uma terça nada típica

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Já se passaram três dias desde a minha festa, e eu não contei para ninguém da escola sobre o que aconteceu, então é claro que todos sabem.

Não vejo Liam desde de o domingo. Ele não foi para a escola e só me mandou uma mensagem, dizendo que não iria para a escola e me pedindo para passar a meteria dos dias que ele perdesse.

Eu acho estranho ele perder alguns dias de vez em quando. Da última vez ele quase perdeu uma semana, e acho que dessa vez ele vai perder mais de uma.

Estava andando quando dei de cara nas costas de alguém. Me segurei no seu braço para evitar cair no chão.

— Parece que a gente tá sempre se trombando — A voz do Damian chegou até mim.

— Desculpe — Falei ajeitando minha camisa.

— Como você está? — Ele perguntou, seu rosto com um toque de desconfiança.

— Estou bem, foi só um esbarrão.

— Não me refiro a isso — Ele balançou a cabeça — Estou falando da sua festa.

— Estou bem, eu acho — Abaixei minha cabeça e suspirei — Foi a festa mais horrível que eu já tive.

— imagino.

— Onde você estava? Eu não vi você na multidão.

— Eu e meu pai fomos embora antes — Ele ajeitou a postura e colocou a mão no bolso — Vamos.

Olhei para ele sem entender nada.

— Aula de biologia — Ele inclina a cabeça na direção da sala.

— Claro.

Entramos na sala e nos sentamos em nossos lugares um do lado do outro. E esperamos a professora entrar.

— As decorações já estão prontas? O baile é nesse fim de semana — Perguntei a ele.

— Estão.

— Quem está arrumando o ginásio?

— Não tinha só a gente arrumando, já está quase pronto — Ele falou se inclinando para perto de mim.

— Como você sabe? — Me inclinei para perto dele também — E se não tiver nada arrumado.

— Eu fui lá hoje e estava arrumado.

Não questionei

Depois de uns cinco minutos a professora entrou na sala e passou os exercícios do livro.

Nunca tive nada contra biologia, mas nesse momento eu tinha a vontade de espancar a pessoa que inventou essa matéria. Eu estava que nem uma doida, revirando o livro em busca das respostas.

Senti Damian se aproximando e me virei para ele.

— O que foi? — Perguntei.

— Está na página 123 — Ele continuou me olhando.

Abri na página e marquei a resposta com marca texto. Ele continuou me ajudando a fazer os exercícios e nós fomos os primeiros a acabar.

— Obrigada — Sorri de forma meiga para ele.

— De nada — Ele respondeu.

De todas as pessoas dentro dessa sala, eu nunca imaginei que ele iria me ajudar. Até porque, imaginar Damian Wayne sendo legal é extremamente difícil.

— O que deu em você?

— Como assim?

— Você não jogou nenhum insulto ou coisa do tipo.

Depois que falei isso me dei conta da minha estupidez. Nós tínhamos combinado uma paz.

— Você disse que nossa rivalidade era infantil — Ele disse em tom de deboche — E então nós combinamos de parar com isso.

— Me lembro disso — Devolvi seu sorriso debochado — Mas eu não imaginava que você realmente iria parar com isso.

— Bom eu parei — Ele se encostou na cadeira e deu outro sorrisinho debochado — Não sou tão horrível assim.

Eu nunca disse que ele era.

Bom, talvez eu tenha dito ou pensado isso uma vez ou outra. Mas eu vou me sentir melhor se acreditar que não.

Eu nunca pensei nele como o bonzinho e ver ele fazendo isso era estranho, mas também era agradável. Não que eu achasse que ele era um monstro, ele só era extremamente desagradável.

— Eu nunca disse que você era horrível.

— Ah, eu tenho quase certeza que você disse.

— Acho que não — Eu hesitei.

— Mas você parou para pensar — Ele deu um sorriso convencido — Então provavelmente você pensou.

Talvez. A verdade era que nem eu lembrava. Eu já o xinguei de tanta coisa na minha cabeça.

Devolvi seu sorriso convencido.

— Você é cruel — Ele começou a se levantar.

— Não, não sou — Me levantei também.

Ele foi em direção a porta e saiu.

Eu o observei em quanto saia. Fiquei alí parada. Foi uma boa aula, ótima na verdade. E por que não seria? Ele foi legal hoje, e acho que nesse momento não existe ninguém mais surpreso do que eu.

Então um pensamentos louco me ocorreu. Eles têm vindo com muito mais frequência nesses últimos dias.

Sem nem concluir o meu pensamento, saí da sala rápido e fui atrás do Damian.

— Damian!

Ele já estava quase no final do corredor, mas me ouviu e parou. Quando eu o alcancei apoiei minhas mãos nos joelhos para recuperar o fôlego.

— Vamos... Eu posso... 

Completar uma frase sem fôlego é mais difícil do que parece.

— Podemos comer juntos hoje?

O silêncio dele me deixou tão tensa que estava me dando vontade de roer as unhas.

Ele me olhou sem esboçar nenhuma reação, revirou os olhos e continuou andando pelo corredor. Mas de algum modo eu soube que seu gesto era convidativo, então, comecei a caminhar pelo corredor ao seu lado.

Quando olhei para ele o peguei olhando para mim com um singelo sorriso de lado.

Butterflies | Damian Wayne Onde histórias criam vida. Descubra agora