Madeline
— Você sabe para qual parte do distrito ele estava indo? — Perguntei a minha mãe.
Ela balançou a cabeça, comprimindo os lábios em uma linha uma fina.
Olhamos em cada beco que passamos, mas não o vimos em lugar nenhum. A ansiedade me tomava por completo à medida que as ruas se tornavam cada vez mais escuras.
Nós descemos do carro e procuramos pelas proximidades, passando por pessoas esquisitas que nos encaravam de maneira estranha. Perguntamos a um grupo de jovens sentados na calçada se eles tinham visto um homem passando por ali agora pouco, mas o grupo negou.
Nem sei porque minha mãe decidiu perguntar, eles pareciam chapados de mais para perceber qualquer coisa.
Sentamos novamente no carro. Uma mistura de preocupação e frustração me atingiu e comecei a roer as unhas.
Continuamos a dirigir sem rumo pelas ruas, analisando cada canto procurando por ele.
Meu coração ficou mais leve quando recebi uma mensagem do Damian, dizendo que meu pai estava a seis quadras da gente.
Quando Damian me contou sobre os rastreadores que tinha colocado em mim e nos meus pais eu fiquei nervosa, porém, passando por esta situação agora, não me parece mais tão ruim.
Pedi para minha mãe dirigir para onde Damian tinha dito, obviamente, sem dizer que foi ele quem deu essa informação.
Mais a frente, nós vimos o carro do meu pai encostado no meio fio da calçada. Mamãe estacionou e saímos, olhando em todas as direções em sua procura. Quando nos aproximamos do carro, ele estava vazio. A única coisa que me deu certeza de que era o carro dele, foi um cordão com uma gravata dourada que dei a ele no dia dos pais quando tinha onze anos pendurado no espelho retrovisor. E placa do carro, claro.
Estava estacionado na frente de um beco extremamente escuro. Olhei para minha mãe apreensiva, perguntando-me se devíamos entrar ou esperar que ele voltasse para o carro.
Decidimos esperar por ele ao lado do automóvel, porque quando ele visse que não me encontraria em lugar nenhum daquele bairro, voltaria. Sem contar que, duas mulheres entrando no completo breu que estava aquele beco em uma rua deserta não parecia uma decisão muito sensata.
A noite estava fria e o vento só deixava tudo pior enquanto batia constantemente contra meu casaco fino. Encolhi o corpo quando meus pelos se arrepiaram.
Mamãe se virou para mim, as mãos trêmulas me puxando para um abraço desajeitado. Abracei-a de volta, tentando esquenta-la também.
— Acha que ele está bem? — Ela perguntou, a voz tão baixa como um sussurro — Quer dizer, eles não fariam realmente mal a ele, fariam?
Balancei a cabeça.
— Eu não sei.
Eu tinha esperanças de que, onde quer que ele esteja, que esteja bem, por mais que a ansiedade e a preocupação tentassem me fazer pensar outra coisa. Só queria que ele voltasse para casa.
— Aaaaaaah!
Um grito ecoou no silêncio da noite, fazendo meu corpo gelar ainda mais por reconhecer aquela voz.
Papai.
Olhei para minha mãe, que encarava o beco com uma expressão mortificada, mostrando que ela também tinha reconhecido.
Sem dizer nenhuma palavra, nos dirigimos para dentro do beco lentamente, tomando cuidado para não pisar em falso com o ambiente escuro, que visto da rua, não parecia tão grande, as sombras cobriam uma boa parte dele.
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Butterflies | Damian Wayne
FanficAchei que as coisas ficariam bem em Gotham, mas eu não podia estar mais enganada. A cidade do crime seria algo novo para nós, e mesmo que não quisesse ir, apoiei a ideia dos meus pais em nos mudarmos para lá. Mas nada me preparava para o que estava...