Madeline
Ouvi um barulho estranho que acabou me acordando.
O que teria sido?
Olhei em volta procurando a fonte do som, não encontrando nada além da escuridão e Donny enrolado ao meu lado. Acariciei seu corpo quando abriu os olhos para me observar.
Estava prestes a me deitar quando ouvi o barulho de novo, então sentei-me. Meu corpo agora estava alerta e provavelmente não conseguiria mais dormir.
Que maravilha.
Donny também acordou e me escalou até se enrolar no meu pescoço. Fiquei em pé no meio do quarto me espreguiçando, e percebi que vinha da janela. Eu a abri olhei para a escuridão, sentindo a brisa fria da madrugada no meu rosto.
— Maddy? — A voz dele preencheu meus ouvidos.
— Damian?
O que ele fazia aqui essa hora?
Apertei os olhos para o relógio analógico na minha cabeceira.
2:47 da manhã?! Céus, por que tão tarde?
— Está tarde Dami, o que você...
Não consegui terminar de falar. Ele não estava usando as roupas que costumava usar. O detalhe metálico da roupa de Robin brilhou na fraca luz da lua.
Ele estava meio curvado para frente e mal pude ver seu rosto, provavelmente desativou aquele negócio que mudava sua voz para que eu pudesse reconhecer.
Outra coisa reluziu na sua roupa. Sangue. Meu deus, ele estava sangrando.
Ele nem precisou dizer nada para que eu soubesse porque veio aqui.
Percorri os dois olhos rapidamente pelo quarto, pensando no que fazer.
Corri até porta, agarrando um grosso casaco preto. Ia vesti-lo, mas parei, peguei o roupão que estava pendurado atrás da porta junto com ele e coloquei por cima do pijama, cobrindo a camisa e a parte superior da calça. Tirei uma camisa qualquer de dentro do meu armário e joguei por cima do ombro junto com o casaco.
Agarrei a chave do meu carro e corri o mais rápido que consegui para o lado de fora, vendo-o ajoelhado em baixo da minha janela com o capuz cobrindo o rosto.
Toquei sua bochecha e o fiz olhar para mim, sua pele estava fria e ele se tremendo. O que era compreensivo, já que o inverno se aproximava.
Pus o casaco sobre seus ombros e o levantei com cuidado, guiando Damian até a garagem. Apertei o botão e a porta subiu, expondo meu carro.
Abri a porta do banco traseiro e pus ele deitado.
— Tome — Entreguei a camisa — Pode ajudar com o sangramento.
Ele pegou a camisa e pôs sobre a ferida.
Entrei no carro, me sentando no banco do motorista. O meu desespero foi tanto que nem percebi que Donny ainda estava no meu ombro. Liguei o carro e o tirei da garagem, acelerando pela rua o mais rápido que podia.
— O que foi isso? — Perguntei-lhe.
— Um tiro.
— Céus.
Pisei ainda mais no acelerador sem parar por nada, nem nos semáforos. Eu sabia onde tinha que levá-lo, porém a distância não ajudava.
Ouvi sua respiração ficando cada vez mais lenta, como se estivesse quase dormindo (ou desmaiando). O pânico se instalando mais ainda.

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Butterflies | Damian Wayne
FanfictionAchei que as coisas ficariam bem em Gotham, mas eu não podia estar mais enganada. A cidade do crime seria algo novo para nós, e mesmo que não quisesse ir, apoiei a ideia dos meus pais em nos mudarmos para lá. Mas nada me preparava para o que estava...