Damian
Ainda sentia seus lábios, mesmo que ela não estivesse aqui.
Me reviro na cama de um lado para o outro, mas não consigo dormir, não consigo pensar em outra coisa sem ser Madeleine. Tê-la em meus braços foi uma das melhores sensações da minha vida.
Tentei incontáveis vezes pegar no sono; quando vi que nada funcionaria me levantei, indo até à batcaverna.
Meu pai estava sentado na frente do computador usando todo o traje de Batman menos o capuz. Me aproximei e vi arquivos, fotos e relatos passando na tela.
— Como foi o baile? — Meu pai perguntou sem tirar os olhos da tela.
— Chato.
— Madeline estava lá?
Troquei o peso de uma perna para outra me sentindo desconfortável. Bruce notou minha demora para responder e se virou pra mim.
— Já vi que sim — Ele voltou a olhar para o computador — Tomou uma decisão sobre a garota?
O ambiente pareceu repentinamente quente e vinte vezes menor do que realmente era.
— Sim — Senti minha voz um pouco rouca.
Ele apenas concordou com a cabeça e começou a digitar.
— No que você está trabalhando? — Perguntei.
— Estamos recebendo algumas informações de alguém de dentro da gangue — Ele comprimiu os lábios em uma linha fina — Alguém que participa das operações.
Apoiei o braço no encosto da cadeira, analisando com mais calma o que passava na tela do computador.
— Isso é bom?
— Não sei dizer — Bruce suspirou — Deveria ser, mas tem chance de ser armadilha. Podem estar tentando fazer com que a gente corra atrás do próprio rabo.
Quem se arriscaria a esse ponto? Ser o rato no meio de tantos gatos? O cara estaria correndo um baita risco e por quê?
As engrenagens da minha cabeça girando a todo o vapor.
— Há cinco dias encontrei um dos caras vigiando Madeline — Falei, jogando a informação enquanto pensava — Parecia estar sozinho.
— O que ele queria? — Meu pai perguntou com o cenho franzido.
— Disse que estava garantindo que ninguém a machucasse. No início não acreditei, mas ele falou que se fosse outra pessoa já teria partido para cima dela — Assistia meu pai passar as informações em um gesto quase automático — E tendo em mente o quase sequestro, pode ser que ele não esteja mentindo.
Estava ficando cada vez mais determinado a pegar esses malucos, pelo bem de Madeline.
— Acha que pode ser o mesmo cara? — Indaguei, analisando seu rosto de perfil.
— Talvez.
(...)
Os fins de semana nunca são bons e relaxantes quando se tem um trabalho como o nosso.
Passei praticamente o domingo inteiro pensando no que fazer, e, finalmente consegui criar um plano. Com sorte, ele seria aplicado hoje.
Meu pai sabe sobre esse plano? Não. Ele me chamaria de tolo por criar um em cima de uma desconfiança.
Entrei no colégio, olhando para os lados enquanto caminhava até o meu armário, procurando a peça fundamental do meu plano.
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Butterflies | Damian Wayne
FanfictionAchei que as coisas ficariam bem em Gotham, mas eu não podia estar mais enganada. A cidade do crime seria algo novo para nós, e mesmo que não quisesse ir, apoiei a ideia dos meus pais em nos mudarmos para lá. Mas nada me preparava para o que estava...