Capitulo 11: O passarinho e a borboleta

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No dia seguinte, eu ainda pensava no garoto da festa. Perguntei à minha mãe quem tinha dado a festa, e depois o descrevi pra saber se alguém se parecia com ele, mas ela não conhecia ninguém parecido e quem deu a festa eram senhores com mais 50 anos e seus filhos estavam na Europa.

Mas mesmo não sabendo quem ele era, não consegui tira-lo da minha cabeça.

Estavamos na mesa tomando café da manhã.

— Querida, você já terminou? Não podemos nos atrasar — Meu pai disse enquanto se levantava.

— Não precisa me levar, pai, minha perna está quase cem porcento — Falei, terminado de comer uma torrada.

— Quase, mas não totalmente — Ele falou pegando a chave.

— Mas eu preciso andar — Peguei outra torrada — Para exercitar.

— Tudo bem então, mas tome cuidado — Ele me deu um beijo no topo da cabeça — Vou indo.

Ele se despediu da minha mãe e depois saiu.

Eu dei tchau para ela e saí logo em seguida.

Como era bom andar. Tinha me esquecido de como era maravilhoso. O vento no rosto, o sol, o céu e os meus pensamentos.

A essa altura, eu já tinha parado de mancar e conseguia andar normalmente, embora, de vez em quando, sentisse um pouco de dor.

Cheguei na escola e automáticamente me lembrei do que aconteceu no dia anterior. Olhei de um lado para o outro e achei o Liam, ele estava pegando alguma coisa no armário.

— Como ficou a cara dela? — Falei, encostando-me no armário ao lado — Espero que tenha ficado horrível, ela merece pelo que fez.

— Bom dia para você também — Ele me olhou e fechou o armário.

— Desculpa — Dei um sorrisinho inocente — Bom dia.

Ele riu e revirou os olhos.

— E então? — Olhei para ele com esperança.

— Ficou bem feio — Fomos para o meu armário  — Não deveria se orgulhar disso, sabia?

— Sabia, mas não consigo evitar.

Ele riu e depois se encostou em um armário ao lado do meu.

— Vamos ficar depois das aulas para terminar o painel.

Ele viu a expressão no meu rosto e disse:

— Nem adianta você reclamar — Ele ergueu as sobrancelhas — Ninguém mandou você tentar apagar a cara dela.

Revirei os olhos e fomos para a aula de literatura.

(...)


Enquanto pintava o painel, acabei desviando o olhar por um segundo e vi dois potes de tinta preta um do lado do outro e me lembrei do estranho na festa. Os seus olhos pretos, os seus cabelos castanhos, do seu cheiro, dos seus ombros, das suas mãos quentes, do seu sorriso, dos seus lábios...

— Madeline — Ouvi Liam me chamar — Ouviu o que eu disse?

— O quanto eu sou linda?

Olhei para ele e sorri, ele riu de mim.

—  Ao envés de termos um DJ, nós podemos chamar algum aluno pra cantar.

— Eu gostei da ideia.

Ele deu um sorriso largo.

— Ótimo, só precisamos falar com a Janet.

— Falando nisso... Cadê ela? — Olhei para os lados.

Butterflies | Damian Wayne Onde histórias criam vida. Descubra agora