Butterflies | Damian Wayne

Capítulo 33: Damian

Madeline

20 minutos atrás...

Eu não sei por que corri dele, mas corri, e agora estava enlouquecendo por não saber o motivo.

Parei em um corredor vazio. Me encostei em um armário e deslizei até o chão, cobrindo meu rosto com as mãos.

Ele me beijou. Não era isso que eu queria?

Encarei o teto, como se quisesse que ele me desse uma resposta. Mas como ele era bem mal-educado não disse nada.

Damian devia estar se sentindo um idiota e a culpa era minha. Se ele não quisesse mais me ver depois disso eu não o julgaria. O garoto expôs seus sentimentos e aqui estou eu, sentada em um chão imundo sem saber o que fazer com a minha vida.

Ele é reservado e eu tenho quase certeza de que revelar seus sentimentos assim não é uma coisa comum para ele. Mas o que está me impedindo de fazer o mesmo? Eu gosto dele. Sei que gosto.

Poderia dizer a mim mesma que não gosto. Poderia dizer a mim mesma que comecei a gostar dele essa semana. Porém, em ambos casos estaria mentindo.

A verdade era que ele chamou minha atenção naquele jantar há dois meses. Mesmo quando nos "odiávamos" eu sabia que tinha algo a mais. E sabia que ele sentia o mesmo por mim.

Então por que estou ainda estou aqui? Eu tinha medo de me magoar de novo, isso é fato. Mas faz parte do processo, não é? No fim das contas, pode ser que ele nem me magoe, e eu deixaria essa chance passar. Ele não é o Thomas. E eu tinha que por aquilo na minha cabeça de uma vez por todas.

Me levantei decidida, limpando uma única lágrima que escorreu do canto do meu olho. Voltei todo o caminho até o ginásio. Tenho noção de que demorei e torcia para que ele ainda estivesse lá.

Enquanto andava pelo corredor ouvi um soluço baixo. À medida que me aproximava vi de onde o som vinha. Uma loira estava no final do corredor.

Quando cheguei perto e vi que era a Janet tentei fingir que não reparei e andei mais rápido.

- Você!

Fudeu

- Sim?

- Espero que esteja feliz! - Seu rímel estava todo borrado, e sinceramente, não me senti nem um pouco mal por ela estar chorando - Nunca fui tão humilhada na minha vida.

Ela já nasceu humilhada, mas eu não diria isso em voz alta.

- O que aconteceu?

- Não finja que se importa - Ela estava bem irritada.

Ela atiçou minha curiosidades, confesso.

- Tô tentando ser boa com você, mesmo que não seja comigo - Cruzei os braços.

Janet balançou a cabeça e deu uma risada amarga.

- Não quero conversar, Madeline.

E sem dizer mais nada ela deu as costas e foi embora.

Juro que pensei em ir atrás dela. Nunca a vi assim antes e isso era esquisito.

Mas ignorei tudo o que aconteceu e continuei a andar na direção do ginásio antes que fosse tarde demais.

Haviam grandes chances dele não estar mais lá, entretanto, ainda nutria esperanças.

Parei nas portas, procurando desesperada pela multidão. Até que eu o vi. Aquele par de olhos verdes que mexiam comigo. Meu coração bateu aliviado.

Respirei fundo e fui na sua direção antes que perdesse a coragem. Puxei seu pulso e o arrastei pelos corredores.

Senti meu rosto queimar durante todo o trajeto. Pensei em dizer alguma coisa, mas a chance de gaguejar era grande e eu não sabia o que falar.