Capítulo 30: Sentimentos

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Damian

Confesso que vê-la abraçada com Liam me fez sentir um pouco enciumado. Não que eu estivesse me contorcendo de ciúmes, foi só um pouquinho. Mas uma parte de mim queria ser a pessoa abraçada por ela. Porém, meses de farpas e grosseria não desaparecem com uma semana de gentileza.

Eles ficaram um tempo assim até se separarem e se despediram. Pensei em seguir o garoto mas meu trabalho era vigiar Madeline, então simplesmente fui atrás dela.

A ruiva estava fazendo o caminho para casa, saindo da rota apenas para fazer uma parada em posto de gasolina e entrando na loja 24h.

Nada de mais até agora.

Ela saiu de lá de dentro com três pacotes de biscoito, quatro barras de chocolate e duas latas de refrigerante. Tudo bem se você quiser entupir as veias e morrer por causa da gordura saturada. Meu trabalho é impedir que a gangue mate ela, não o colesterol.

Madeleine voltou para o carro, indo para casa dessa vez. Subi em um telhado com uma boa visão da sua janela a fim de ver se estava tudo bem, mas ela apenas trocou de roupa, abriu o pacote de biscoito e ligou a televisão.

Como tudo parecia bem fui para a minha casa tentar descansar.

(...)

Prefira não ter dormido.

Não sei o que é pior: não dormir ou ter o sono picotado.

Fui acordado durante toda a madrugada por sonhos tão vívidos que pareciam reais. Eles eram em sua maioria coisas trágicas, com a gangue descobrindo quem somos e nos atacando na mansão, em outros, eu era morto por um bandido qualquer.

Mas teve um sonho em que consegui dormir. O único.

Cabelos ruivos esparramados ao meu lado na cama, o Sol tornado seu tom mais dourado. As bochechas rosadas tocada pela luz. Ela dormia de forma calma e serena, como se minha presença não fosse um incomodo. Toquei seu rosto e ela se mexeu, revelando parte de seu colo nu.

Fechei os olhos tentando me lembrar de mais detalhes.


A forma como seus braços se enrolavam no meu pescoço. A forma que seus lábios tocavam os meus. A forma como me olhou com afeto. A forma que afagou meus cabelos.

Foi só um sonho.

Suspirei.

Olhei para o relógio do lado da cama, levantando sem me dar o trabalho de me trocar já que tinha perdido a hora. Escovei o dentes e lavei o rosto.

Cheguei na cozinha, me sentando em um bancos do balcão.

- Bom dia, mestre Damian - Disse Alfred, colocando um prato de torradas na minha frente.

- Bom dia, Alfred.

Peguei uma torrada e mordi. Uns cinco minutos depois, meu pai entrou na cozinha.

- Bom dia - Ele disse indo em direção a outro prato de torradas.

Apenas acenei, já que estava com a boca cheia.

- Bom dia, patrão Bruce - Alfred respondeu.

Os dois continuaram falando, mas eu não consegui prestar atenção. A única em que pensava era no meu sonho, e por mais que eu tentasse focar em qualquer outra coisa, não conseguia.

Butterflies | Damian Wayne Onde histórias criam vida. Descubra agora