Butterflies | Damian Wayne

Capítulo 9: (Des)organizando um baile

Depois das aulas de sexta, estavamos na sala de artes fazendo um painel escrito "Bem-vindos de volta", quando Janet entrou na sala com um garoto de cabelos castanhos.

— Esse é o Julius pessoal, ele será o nosso DJ — Janet falou indicando o garoto com um gesto dramático.

Liam, que estava focado em fazer os cartazes, simplesmente parou no meio de uma frase para olhar, e então se virou furioso para Janet.

— Nos tínhamos concordado em encontrar alguém para tocar juntos, Janet — Ela olhou pra ele e deu de ombros.

— Você está brincando de artista com eles, então eu fui procurar alguém e ele ainda estava na escola — Ela falou e depois se jogou numa cadeira.

— Eu não estou brincando de artista. Eles ainda são apenas dois e nós temos milhares de coisas para fazer até o baile.

Liam estava furioso, Janet estava fingindo não ouvir, o garoto estava claramente desconfortável com a discussão, e Damian permanecia inabalável enquanto pintava uma letra "E".

— Se você não queria organizar o baile, por que caralhos decidiu ser organizadora?  — Liam tinha esgotado totalmente seu estoque paciência e Janet estava claramente ofendida pelo comentário, mas Damian parecia ter finalmente se interesado pela discussão, olhando, em fim, para eles — Pelo menos ele tem músicas boas?

Janet sorriu e se levantou.

— Sim — Disse com empolgação — Mostre a eles.

Ela se sentou de novo e o garoto começou a vasculhar a mochila, pegou um notebook e se sentou em uma mesa.

Depois de algumas músicas eu já não aguentava mais, voltei a pintar fingindo não ouvir, mas era impossível. Elas eram horríveis, ou muito velhas ou eram só ruins mesmo.

— Poluição sonora — Damian falou olhando para o garoto, ele estava com sua habitual expressão neutra.

— O que disse? — O garoto se irritou com o comentário.

— Eu disse que a música é ruim, horrível, na verdade — Damian cruzou os braços, se encostou na parede e sorriu de forma convencida.

— Eu infelizmente concordo com ele — Falei, finalmente me manifestando.

Todos me olharam como se só tivessem notado minha presença Agora.

— É — Liam apontou com o polegar para gente.

— Então façam melhor, babacas — O garoto pegou suas coisas e saiu da sala.

— Vocês não podiam ter sido um pouco mais gentis? — Janet perguntou claramente nervosa.

— Não — Damian falou simplemente e voltou a pintar.

— Foi difícil achar um DJ sabia?

— Nós vamos achar outro, não se preocupe.

Liam se sentou e voltou sua atenção ao cartaz.

— E você? Tá olhando o que?

Ela se dirigiu a mim e veio na minha direção.

— Eu estava...
— Eu nem queria que você estivesse aqui.

— Eu não fiz nada, tá legal?

— Só disse que a música era horrível.

— Todo mundo disse, e que culpa temos se é verdade. Na próxima escolha melhor.

Ela estava possessa, e eu estava ficando com tanta raiva quanto ela.

Ela parece um espírito obsessor! Não larga do meu pé!

— Da próxima vez escolha você então — Ela começou a se aproximar mais.

— Tenho certeza que eu faria melhor.

Comecei a me aproximar também.

— Gente, calma aí.

Liam tentou, mas não funcionou.

— É claro, porque você é perfeita e faz tudo certo, né?

Agora estavamos muito perto.

— Só quando se trata de superar você — Estava furiosa por ela descontar a raiva em mim, mas agora eu iria até o final — O que não é difícil, já que você não faz nada cer...

E então ouvi um clap e meu rosto estava ardendo.

Ela tinha me dado um tapa.

Eu não sei como aconteceu, mas, de repente, eu estava com o apagador do quadro na mão e atirei na cara dela.

Ela se desequilibrou com o impacto e caiu no chão.

Liam e Damian tinham no rosto uma mistura de surpresa e desespero. E mesmo assim, eu não queria parar. Eu não ia parar.

Comecei a ir na direção dela com as mãos fechadas em punhos.

Ela tinha se sentado e colocado a mão na testa onde apareceu um roxo bem feio graças a mim.

Liam se ajoelhou no chão ao lado dela e Damian agarrou meu braço, me puxando pra fora da sala.

— Endoidou, foi? — Perguntou alterado.

— Ela me deu um tapa! — Apontei lá para dentro.

— E você queria o que? Apagar a cara dela?

Eu ri do comentário com gosto.

— Isso não é engraçado — Disse com rispidez.

— É um pouquinho sim.

Ele me fuzilou com o olhar.

— Acho melhor encerrarmos por hoje— Ele massageou a testa — Isso já foi nocivo o suficiente.

— E teria sido mais se vocês não tivessem me impedido! — Estava espumando de ódio.

— Exato. Espere aqui.

Ele entrou na sala e depois saiu com a minha mochila.

Olhei da mochila para cara dele.

— Não vou embora.

— Sim, você vai.

Ele estendeu a mochila.

— Não, eu vou continuar batendo nela.

Tentei entra sala, mas Damian bloqueou meu caminho.

— Não, você vai embora.

Ele agarrou meu braço e me arrastou até a porta da escola. Enquanto andávamos ele ainda tinha a expressão nervosa no rosto

Quando chegamos na porta, ele entregou minha mochila.

— Toma —

Dessa vez eu peguei.

— Até amanhã.

Me virei e apenas fui em direção a porta.