Capítulo 27: Uma tarde na Mansão Wayne

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Madeline

— O que aconteceu entre você e o Thomas?

Ouvir isso foi como levar um soco do passado. Eu odiava a história do término e como fui um tola nela. Não contei a história completa nem para Vic.

— Hoje não, Damian.

Reparei em seu olhar atento e me encolhi levemente. Provavelmente aticei a curiosidade dele por isso, mas a culpa não é minha que Thomas está se fazendo tão presente últimamente.

— Desculpe Damian, mas eu não estou pronta para contar — foquei no meu quadro de novo, tentando afastar todas as sensações horrível que vieram com a simples lembrança dessa história.

— Falar com alguém pode ajudar.

— Eu sei — Respirei fundo — E também sei que quando deixo esse passado afetar o meu presente, ele está ganhando. Mas não me sinto bem em falar isso agora.

Olhei para o Damian novamente, ele já não olhava mais para mim, estava fixo no quadro, parecia frustrado, mas logo recuperou a compostura e sua expressão mudou.

Estar com ele recentemente tem sido bem agradável, principalmente pelo novo comportamento dele. Pensei que talvez ser legal comigo seja um grande sacrifício para ele, mas acho que não. Tenho quase certeza de que toda a arrogância, a prepotência, a grosseria são apenas uma máscara para esconder o que ele realmente é.

Tive vontade de perguntar o que aconteceu com ele, mas seria muita hipocrisia minha fazer uma pergunta tão pessoal sendo que eu não quis responder a pergunta que ele me fez.

(...)

Depois do que pareceu uma hora, os quadros estavam terminados. Admirei o nosso trabalho com orgulho.

— Você pinta muito bem — Elogiei.

— Você também.

— Como vou levá-lo para casa? — Perguntei a ninguém específico — A tinta ainda está fresca.

— Deixe-o aqui e amanhã eu levo os dois.

Apenas concordei.

Eu não tinha vontade nenhuma de ir embora, mesmo que os quadros estivessem terminados. Olhei para ele, pensando em como dizer que eu não queria ir ainda.

E então, como se lesse os meus pensamentos ele perguntou:

— Você quer eu peça para o Alfred fazer uma fornada de biscoitos?

— Sim, por favor — Respondi.

Damian me levou de volta ao seu quarto e saiu para pedir os biscoitos para o mordomo. Deitei na cama dele enquanto esperava ele voltar.

Uns oito minutos depois ele estava havia retornado.

— Daqui a pouco vai estar pronto — Ele sentou do meu lado — Também pedi uma caneca de café com leite pra você.

— Obrigada — Sorri para ele.

Damian deitou do meu lao e se virou para mim. Fiquei encarando seus olhos verdes por um bom tempo. Eu amo a cor dos olhos dele, me dá vontade de pintar.

— Eu gosto da cor dos seus olhos — Falei antes que pudesse me conter.

Ele riu

— Qual a graça? — Perguntei.

— Bom, você fala isso do nada e não quer que eu ria?

— Tá — Constrangida, escondi meu rosto nas mãos

Pude ouvi-lo dar uma risada anasalada antes de tirar minhas mãos do meu rosto.

— Mas eu posso retribuir o elogio se você quiser — Ele tinha um pequeno sorriso nos lábios.

Concordei e ele pegou uma mecha do meu cabelo.

— Eu gosto da cor do seu cabelo — Disse, colocando os dedos dentro dos cachos.

Sorri de volta.

— Viu? Agora estamos quites — Damian falou.

Ele se aproximou de mim e soltou meu cabelo.

— Mas eu também gosto dos seus olhos — Foi quase um sussurro, porém, eu pude ouvir.

— Mas eles são pretos.

— E daí? Não posso achar bonito?

Ele se aproximou mais, alternando o olhar entre os meus olhos e a minha boca. Ergueu a mão para tocar no meu rosto, mas antes que eu pudesse sentir o toque, nos ouvimos três batidas na porta. Damian saiu da cama tão rápido que eu nem o vi se levantar.

Ele abriu a porta e o mordomo estava parado do outro lado com uma bandeja. Os dois falavam tão baixo que eu não consegui escutar.

— Ok, diga pra ele que eu já vou — Foi a única coisa que eu consegui ouvir antes do homem ir.

Ele fechou a porta com o pé e trouxe a bandeja até a cama, colocando a na mesma.

— Tenho que ir ajudar meu pai com uma coisa.

— Tudo bem — Respondi sem olhar para ele, meu tom com leve decepção.

Contudo, ele percebeu, porque se sentou ao meu lado e pegou um biscoito.

— Mas acho que posso comer alguns com você.

Sorri para ele.

(...)

Ele me acompanhou até a porta da frente.

— Te deixo aqui — Ele se encostou no batente da porta — Eu até te levaria para casa, mas é você quem tem carro, então...

Soltei um riso e concordei.

— Tudo bem, boa noite — Sorri e fui em direção ao meu carro.

— Madeleine — Ele chamou — Acabei de me lembra que não tenho seu número. Como vou te perturbar quando você estiver longe?

Eu ri e entreguei meu celular para ele. Ele adicionou o número dele e me devolveu.

— Pronto.

Nós nos despedimos e eu voltei para casa.

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