Capítulo 37: Janela

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Damian

— O lugar estava vazio — Ouvi meu pai dizer ao Alfred — Provavelmente sabiam de nós.

Espiei um pouco mais pela entrada, vendo Alfred servir uma xícara de chá.

— O que o senhor pretende fazer?

— Encontrei algumas armas. Vou rastrear o fabricante e ver o que consigo achar.

Nada. Foi o que acharam.

Voltei para o meu quarto e me joguei na cama. Respirei, tentando manter minha frustração sob controle. Não quero que coisas ruins aconteçam com ela. Por mais que esteja brava comigo ainda é minha namorada.

Virei de lado e fiquei observando minha sacada que parecia bem mais brilhante e convidativa esta noite.

O chão estava frio e de alguma forma isso me fez sentir mais calmo.

Isso tudo é uma merda.

Me apoiei na proteção.

Uma merda gigantesca.

(...)

Madeline estava sentada na cama mexendo no celular e sorrindo, provavelmente conversando com a Vic ou com o Liam.

Suspirei ao ver a ilusão de segurança em que ela vivia, achando que nada poderia atingi-la dentro do seu calido quarto. Olhei para cima, começando a contar estrelas.

Fiquei tão distraído olhando para o céu que nem reparei quando ela abriu a janela e me notou no telhado. A ruiva tinha uma expressão adoravelmente confusa, era fofo como suas sobrancelhas se franziam.

— O que você está fazendo aí? —Ela perguntou.

— Estou sentado.

— Isso eu percebi, mas por que está sentado ?

Dei de ombros, fingindo indiferença.

— Apenas pensando.

— Dia difícil?

Não respondi, só voltei a observar as estrelas brilhando no céu.

— Eu te entendo, sabe? — Ela continuou — Briguei com meu namorado recentemente.

Virei-me para encara-la de novo. Parecia triste. Eu achei que ela estava bem, mas pelo visto não estava.

— Por quê? — Fingi curiosidade.

— Ele mentiu pra mim e eu me sinto terrivelmente traída. Sei que as pessoas têm segredos, ninguém nunca vai saber todos segredos de alguém, mas os dele estão ficando entre nós e ele não percebe isso.

— Como pode ter tanta certeza disso?

— Às vezes ele some do nada, e em outras nem sequer aparece — Ela deu um suspiro — Ele e os irmãos conversam em códigos, e eu não consigo compreender por que não querem que eu entenda.

Ela abaixou a cabeça e esfregou o rosto com frustração. Me senti um merda por fazer ela se sentir assim. A vontade que eu tinha neste exato momento era de arrancar a máscara entra no seu quarto.

— Não me entenda mal. Eu amo meu namorado, só queria que ele fosse mais sincero comigo — Ela olhou para mim e deu um sorriso triste — Bom, chega de falar de mim. O que te traz aqui?

Butterflies | Damian Wayne Onde histórias criam vida. Descubra agora